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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Devemos esperar retorno financeiro ao devolver o Dízimo?

Por: Diogo Henrique de Sá

“Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.”(Lc 6:38).

       A passagem acima é usada indiscriminadamente pelos defensores da Teologia da Prosperidade para induzir o crente a contribuir esperando a retribuição divina. Mas será que Jesus está realmente afirma que, quem contribui com uma denominação ou ministério, terá um retorno financeiro de Deus?

       Para respondermos esta pergunta, precisamos analisar todo o chamado Sermão do Monte, afinal de contas a Bíblia não foi escrita em versículos e capítulos. É ignorado por muitos que não se faz teologia de um versículo só, afinal a Bíblia é composta por mais de trinta e um mil versículos. É necessário desta forma uma boa exegese para entendermos completamente um texto. Ao fazermos a análise do verso chegamos a uma conclusão que contraria a interpretação “prosperizadora” pregada por alguns. Senão vejamos:

      Em primeira lugar precisamos entender que no Sermão do Monte Jesus está apresentando o perfil do cidadão do Céu. Cristo está declarando a expectativa de Deus para o homem, afinal de contas é um Sermão pregado pelo próprio Deus. Jesus deixa claro que aquelas orientações não poderiam ser cumpridas por qualquer pessoa, aquele sermão foi pregado para pessoas que viveriam a vida de tal forma a seguirem seus próprios passos, ou seja as “boas árvores” (Luc. 6:34).

      Percebemos, no verso em análise, que em nenhum momento Jesus está falando que o seus discipulos deveriam contribuir com a “obra de Deus” (não estou condenando a contribuição da Igreja só estou analisando este texto). Jesus não está falando do dízimo e ofertas, Ele está falando em ajudar os pobres, pois a partir do verso 27, Jesus está falando exclusivamente sobre os relacionamentos interpessoais, nos nos versículos 40 e 41 Ele chega a afirmar que os discipulos deveriam seguir seu exemplo de altruismo, pois, se Cristo é o mestre afinal, nós precisamos agir como ele agia.

      Pastores como Silas Malafaia por exemplo, ensinam que devemos dar esperando o retorno, mas será que é isto que Jesus está falando? Se observarmos o verso 34, veremos Jesus condenando o fato de esperarmos qualquer retorno por parte das pessoas por nós favorecidas. Devemos dar por amor, e não pelo que iremos receber em troca. No entanto o Mestre prometeu que seremos recompensados com uma medida “sacudida e transbordante”. Mas se seremos recompensados quando isso acontecerá? A resposta é simples: Aqueles que fazem caridade para o necessitado receberão a recompensa no mesmo dia em que aquele que ama a justiça será farto dela (Mat. 5:6); no mesmo dia em que os limpos de coração verão a Deus (Mat. 5:8); no mesmo dia em que os que choram haverão de rir (Luc. 6:21); e no mesmo dia ainda que os que sofrem perseguição por causa do amor de Cristo receberão seu galardão (Luc. 6:23). Em nenhum momento do sermão é sugerido que receberemos qualquer coisa nesta vida.

      Ser generoso para com o necessitado é um fruto produzido pela boa árvore (Luc. 6:44,45) se somos cristãos verdadeiros essa atitude brota naturalmente de nosso ser. Se esperarmos o retorno ao fazermos qualquer coisa não somos cristãos mas espíritas, pois estes fazem sempre aguardando a recompensa. Não podemos também fazer por medo de retaliação porque isso é espiritismo. Nós somos cristãos fazemos o que fazemos porque a Graça de Deus nos capacita a agir assim naturalmente.

      Dessa forma ao aplicar as normas da exegese veremos que no próprio “Sermão do Monte” derrubamos a falácia dos pregadres da prosperidade. Se você teme a Deus, ama a justiça, é misericordioso, é generoso, e foi lavado no Sangue do Cordeiro, esteja certo: “Grande é o vosso galardão no Céu!”

A Jesus Cristo seja a Glória para Sempre!

Um comentário:

  1. ôpa, tô de volta!

    Valeu Diogo, sensacional esse artigo seu!

    Vou colocar me meu blog. Grande abraço

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