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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Para o Ano Que Começa

“Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (Sl 100.1-2).

O ano velho terminando, o ano novo começando, vamos nos perguntar: Como deverá ser minha vida com Deus neste novo ano? Quais serão minhas prioridades? O que o Senhor espera de mim? Para acharmos as respostas, voltemos ao Salmo 100: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (vv.1-2).
– O Salmo 100 não começa dizendo apenas “Celebrai ao Senhor”, mas: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras”.
– Ele não diz apenas “Servi ao Senhor”, mas: “Servi ao Senhor com alegria”.
– Não está escrito somente “apresentai-vos diante dele”, mas: “apresentai-vos diante dele com cântico”.
Neste momento, tomemos a decisão de crescer na gratidão ao Senhor, ganhando almas para Jesus. Não vamos apenas servi-lO neste novo ano, mas servir a Ele com alegria. Além disso, não nos apresentemos simplesmente diante dEle, mas cheguemos à Sua presença “com cântico”.

“Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras”

Chama a atenção quantas vezes somos conclamados na Bíblia a louvar e adorar ao Senhor. A Escritura deixa bem claro quem deve louvar e adorá-lO, quem deve celebrar com júbilo ao Senhor:
– Seus santos: “Salmodiai ao Senhor, vós que sois seus santos, e dai graças ao seu santo nome” (Sl 30.4).
– Israel : “Casa de Israel, bendizei ao Senhor; casa de Arão, bendizei ao Senhor; casa de Levi, bendizei ao Senhor; vós que temeis ao Senhor, bendizei ao Senhor” (Sl 135.19-20).
– Os gentios: “Louvai ao Senhor, vós todos os gentios, louvai-o, todos os povos” (Sl 117.1).
Até os céus, a terra e os montes devem exaltá-lO: “Cantai, ó céus, alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos” (Is 49.13). No mesmo versículo encontramos a razão de todo esse júbilo: “porque o Senhor consolou o seu povo e dos aflitos se compadece.” A Bíblia fala de mais razões para louvar a Deus, por exemplo: “Louvai ao Senhor, porque ele é bom; cantai louvores ao seu nome, porque é agradável” (Sl 135.3). Ou: “Exaltado seja o Deus da minha salvação” (Sl 18.46). “Por causa da sua misericórdia... Por isso te glorificarei entre os gentios e cantarei louvores ao teu nome” (Rm 15.9). Ou pensemos nas tantas vezes em que Sua bondade infinita é louvada e exaltada em cânticos: “Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 106.1; 107.1; 118.1; 136.1; etc.).
“Cantai, ó céus, alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos” (Is 49.13).
Inúmeras pessoas, inclusive muitos cristãos, infelizmente, esquecem de louvar e agradecer, de celebrar com júbilo ao Senhor! Mas o louvor a Deus não deve ser expresso apenas através de palavras. O próprio Senhor Jesus exorta os crentes a viverem uma vida santificada para que os outros, aqueles que nos observam, possam louvar ao Senhor: “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16). E Pedro escreve em sua primeira epístola: “mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1 Pe 2.12). Se a nossa vida for um testemunho autêntico do poder renovador de Deus, então outros serão levados a entoar conosco o louvor a Deus. Vamos juntos, neste ano que começa, fazer com que o louvor ao Senhor ecoe de nossas vidas de maneira renovada! Se vivermos de acordo com nossa elevada vocação, coisas grandiosas acontecerão!

“Servi ao Senhor com alegria!”

Não devemos simplesmente servir ao Senhor; vamos fazê-lo “com alegria” (Sl 100.2). Isso significa levar Filipenses 2.14 a sério: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas”. “Murmuração” é reclamar, é demonstrar falta de vontade e reagir negativamente. Servir ao Senhor “com alegria” significa servi-lO sem murmurar, sem reclamar, sempre de boa vontade.
Talvez alguém pergunte: “Quando acontece alguma coisa comigo, como posso saber o que vem do Senhor, o que resulta das circunstâncias ou o que procede das pessoas que me cercam?” Se respondêssemos essa pergunta de maneira direta e imediata, certamente consideraríamos sempre como vindas do Senhor aquelas coisas que nos agradam. Então tudo seria muito fácil, não teríamos o menor problema em servi-lO com alegria, sem murmurar e sem reclamar. Mas muitas vezes não é simples separar o que vem de Deus daquilo que procede de homens ou das circunstâncias. Por quê? Porque no final das contas tudo vem dEle! Nem sempre Deus é o causador direto do que se passa conosco, mas Ele permite que as coisas aconteçam em nossas vidas. Se aceitarmos essa verdade e eliminarmos toda a murmuração de nosso coração, perseverando nessa atitude, então estaremos servindo ao Senhor com alegria!
Louvar e agradecer: muitos cristãos, infelizmente, esquecem de fazê-lo.
Paulo escreveu a um grupo de escravos em Éfeso: “Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo” (Ef 6.5). Esses escravos, ao se submeterem à autoridade de seu senhor, não estavam submetendo-se apenas a ele mas também a seu Mestre celestial. E a maneira como exerciam seu serviço demonstrava que estavam servindo ao próprio Senhor com alegria, da maneira como Paulo o definiu: “como a Cristo’. O mesmo vale para nós: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Ec 9.10). E: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Cl 3.23). É assim que servimos ao Senhor “com alegria”!

“Apresentai-vos diante dele com cântico”

O próprio Senhor Jesus demonstra o que isso significa: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado” (Lc 10.21). Jesus havia se apresentado diante de Seu Pai para trazer-lhe Sua gratidão e Seu louvor, e Seu coração se rejubilava de alegria. Como havia surgido essa alegria tão grande? Será que se tratava de uma simples emoção que tomou conta dEle? Não, não foi o que aconteceu. Está escrito: “naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo...”
Em 1 Tessalonicenses 5.19 lemos: “Não apagueis o Espírito”. Muitas vezes o Espírito Santo anseia por nos levar a um intenso júbilo espiritual, especialmente quando Ele consegue realizar sua maior obra, que Cristo descreve como sendo: “Ele (o Espírito Santo) me glorificará” (Jo 16.14). Justamente nesses momentos, quando o Espírito está despertando em nós uma grande alegria pela pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, quando está glorificando ao Filho diante de nossos olhos espirituais, não deveríamos impedi-lO de realizar Sua obra em nós, não deveríamos abafá-lO, mas permitir que esse júbilo, essa alegria intensa tenha livre acesso a nossos corações. Muitos talvez se sintam constrangidos e procurem sufocar as manifestações de intensa alegria que o Senhor nos concede, por temerem que elas possam vir de uma fonte que não é pura. Naturalmente precisamos ter cuidado para não cair em um cristianismo só de sentimentos, como infelizmente tem acontecido com muitas igrejas. Mas existe realmente essa grande alegria no Espírito, esse júbilo de que Jesus nos deu o exemplo: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo...” Essa “exultação” significa, no texto original, “um júbilo intenso, que nos leva a demonstrar alegria, a cantar e a expressar nossa intensa satisfação, nosso profundo deleite. Jesus não exultou apenas em Suas emoções, pois Sua alegria era gerada pelo Espírito Santo.
“Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 106.1).
Que neste início de ano o Salmo 100 sirva de impulso para que nos apresentemos ao Senhor com cântico. Vamos fazê-lo? Vamos gravar profundamente em nossos corações essa conclamação? Não esqueçamos: um júbilo produzido pelo Espírito Santo glorifica e alegra nosso Senhor!
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(Marcel Malgo - http://www.apaz.com.br)
ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE EM: http://www.apaz.com.br/mensagens/para_o_ano.html

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Apologética, Razão, Fé e Filosofia - William Lane Craig

 

parte 1
parte 2


parte 3
Publicado originalmente em: http://deusemdebate.blogspot.com/

Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado


        "Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos.

        As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição;

        E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões.
        Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra.
       E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa,
        Provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados." (Hb 11:34-40)



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Postou
Jonara Gonçalves, no Púlpito Cristão.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

E-M@IL PARA O APÓSTOLO PAULO

Pr. Daniel Rocha

Amado apóstolo:

    Estou escrevendo para colocá-lo a par da situação do Evangelho que um dia você ajudou a propagar para nós gentios, e que lhe custou a própria vida. As coisas estão muito difíceis por aqui. Quase tudo o que você escreveu foi esquecido ou deturpado.

   Você foi bastante claro ao despedir-se dos irmãos em Éfeso, alertando que depois de sua partida lobos vorazes penetrariam em meio à igreja, e não poupariam o rebanho [1]. Palavras de fato inspiradas, pois isso se concretiza a cada dia.

    Lembra-se que você escreveu ao jovem Timóteo, que o amor ao dinheiro era a “raiz de todos os males”[2]? Quero que saiba que suas palavras foram invertidas, e agora se prega que o dinheiro é a “solução” de todos os males.

    Também é com tristeza que lhe digo que em nossa época ninguém mais quer ser chamado de pastor, missionário ou evangelista, pois isso é por demais humilde: um bom número almeja levar o título de apóstolo. Sei que em seu tempo, os apóstolos eram “fracos... desprezíveis... espetáculo para os homens... loucos... sem morada certa... injuriados... lixo e escória” [3]. Agora é bem diferente. Trata-se de uma honraria muito grande: acercam-se de serviçais que lhes admiram, quando viajam exigem as melhores hospedarias e são recebidos nos palácios dos governantes.

    Eles não costumam pregar seus textos, pois você fala muito da “Graça” e da “liberdade que temos em Cristo” [4]. Isso não soa bem hoje, pois a Igreja voltou à “teologia da retribuição” da Antiga Aliança (só recebe quem merece), e liberdade é a última coisa que os pastores querem pregar à suas ovelhas.

    Você não é bem visto por aqui, pois sempre foi muito humano, sem jamais esconder suas fraquezas: chegou até reconhecer contradições internas e que não faz o bem que prefere, mas o mal, esse faz [5]. Eles não gostam disso, pois sempre se apresentam inabaláveis e sem espinhos na carne como você. A presença deles é forte, a sua fraca [6], eles são saudáveis, você sofria de alguma coisa nos olhos [7], eles jamais recomendariam a um irmão tomar remédio, como você fez com Timóteo [8], mas aqui eles oram e determinam a cura – coisa que você nunca fez.

    Você dizia que por amor a Cristo perdeu “todas as cousas” considerando-as refugo [9]. As coisas mudaram, irmão. Agora cantamos: “Restitui, quero de volta o que é meu!”.

    Vivo em uma cidade que recebeu o seu nome, e aqui há um apóstolo que após as pregações distribui lencinhos vermelhos encharcados de suor, e as pessoas levam pra casa, como fizeram em Éfeso, imaginando que afastarão enfermidades [10]. Sim, eu sei que você nunca ordenou isso, nem colocou como doutrina para a igreja nas epístolas, mas sabe como é o povo....

     Admiro sua coragem por ter expulsado um “espírito adivinhador” daquela jovem [11], embora isso tenha lhe custado a prisão e açoites. Você não se deixou enganar só porque ela acertava o prognóstico. Hoje há uma profusão de pitonisas e prognosticadores no meio do povo de Deus, todavia esses espíritos não são mais expulsos, ao contrário, nos reunimos ansiosos para ouvir o que eles têm a dizer para nós.

    Gostaria de ter conhecido os irmãos bereanos que você elogiou. Infelizmente, quase não existem mais igrejas como as de Beréia, que recebam a palavra com avidez e examinem as Escrituras “todos os dias para ver se as coisas são de fato assim”[12].

     Tem hora que a gente desanima e se sente fragilizado como Timóteo, o seu companheiro de lutas. Mas que coisa bonita foi quando você o reanimou insistindo para que reavivasse “o dom de Deus” que havia nele [13]. Estou lhe confessando isso, pois atualmente 90% dos pregadores oferecem uma “nova unção” para quem fraqueja. Amo esta sua exortação, pois você ensina que dentro de nós já existe o poder do Espírito, e não precisamos buscar nada fora ou nada novo!

     Nossos cultos não são mais como em sua época, onde a igreja se reunia na casa de um irmão, havia comunhão, orações, e a palavra explanada era o prato principal.... as coisas mudaram: culto agora é chamado de “show”, a fumaça não é mais da nuvem gloriosa da presença de Deus, mas do gelo seco, e a palavra é só para ensinar como conseguir mais coisas do céu.

     O Espírito lhe revelou que nos últimos tempos alguns apostatariam da fé “por obedecerem a espíritos enganadores” [14]. Essa profecia já está se cumprindo cabalmente, e creio que de forma irreversível.

    Amado apóstolo, sinto ter lhe incomodado em seu merecido descanso eternal, mas eu precisava desabafar. Um dia estaremos todos juntos reunidos com a verdadeira Igreja de Cristo.

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Pr. Daniel Rocha é da Igreja Metodista e nos enviou este artigo por e-mail. É o autor da Primeira Epístola de Paulo aos Brasileiros

[1] At 20.23
[2] 1Tm 6.10
[3] 1Co 4.-9-13
[4] Gl 2.4
[5] Rm 7.19
[6] 2Co 10.10
[7] Gl 4.13-15
[8] 1Tm 5.23
[9] Fp 3.8
[10] At 19.12
[11] At 17.18
[12] At 17.11
[13] 2Tm 1.6
[14] 1Tm 4.1

Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/12/e-mil-para-o-apostolo-paulo.html#ixzz18pjUO0tr

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Pedofilia, heresia e fraude: Bola de Neve ladeira abaixo.

Danilo Fernandes



A Bola de Neve merece reconhecimento em função do trabalho que tem sido realizado junto a um grupo grande de jovens desta geração que não estava sendo alvo de nenhum esforço evangelístico consistente e efetivo. Quem conhece a Bola sabe que há muita concessão na linguagem e na apresentação, mas no geral, a mensagem, que é o que importa, estava chegando sem muito ruído ou distorções, pelo menos até alguns anos atrás.

O “NO GERAL” é função das bobagens habituais do neopentecostalismo e do “mover apostólico” que desde sempre poluem a mensagem do Evangelho. O “ATÉ ALGUNS ANOS ATRÁS” é resultado do que veremos a seguir: Uma avalanche de heresias.

Rina adora uma novidade.
Muitos criticam a Bola de Neve sem conhecer-la e ponderam sobre um eventual “liberalismo” na área de costumes. Falta conhecimento de causa. Na verdade, a “cartilha de costumes da casa” é bem conservadora. Muitos membros acrescentariam: “Bem mais do que conservadora, parafuso apertado.” Outros tantos diriam: “Este parafuso é tão apertado que espanou para o legalismo puro e simples”. Quem dera todo o zelo neste aspecto fosse dado à apresentação de um Evangelho puro e sem mistura.

Quem visita o site da Bola de Neve escuta uma trilha sonora vendendo a ideia de uma experiência espiritual, sobrenatural e radical. Não poderia ser mais verdadeiro. Não há nada mais radical nesta vida do que aderir ao Evangelho, viver mirando a Cruz.

Contudo, o entendimento do que seja radical foi totalmente distorcido pelos marqueteiros de plantão da Bola de Neve que obcecados em vender um conceito capaz de impressionar a galera jovem, dispensam a radicalidade da vida em Cristo e oferecem falsas doutrinas e experiências sobrenaturais radicais falsas, como veremos a seguir.

Batismo sexy

Voltando ao flanco comportamental, é interessante observar como certos críticos se separam completamente da repreensão profética ao ficar de “mi mi mi” sobre inovações na linguagem e nos eventos festivos buscando a adesão de jovens. Bobagem criticar ótimas oportunidades de evangelização como shows, luais, baterias de carnaval e que tais. Desde que a mensagem não seja alterada, o exagero pode até ferir as susceptibilidades de alguns, mas a meta é o que importa. Esta é a teoria. Na prática, contudo, o que se vê cada vez com mais frequência são exageros “do departamento de marketing e entretenimento” que transformam o que é Santo, um mistério da Fé em um ato performático que banaliza um sacramento. Um momento de entrega e comunhão com o Pai se arrasta para o deboche e até para a sensualidade sem  hora  ou lugar: Batismo em Toboágua.
Que tipo de pensamento os trajes da irmãzinha despertam nos rapazes da assistência


Este evento de batismo no tobogã é blasfêmia da braba! Alguns irão achar que estamos exagerando, contudo, como veremos a seguir, este é apenas um exemplo de como a quase nulidade da formação teológica dos líderes da BDN e a fraqueza das estruturas doutrinárias e de ensino da denominação permitem que todo o vento de doutrina bata e se acomode na Bola.

É o vicio do espetáculo, do sensorial, da carnalidade. Ou seja, na Bola de Neve o momento sublime do batismo não é o suficiente, é preciso acrescentar uma “ride” maneira rumo à agua. O problema é que junto com a “ride” vem uma camiseta molhada revelando um biquíni enterrado na bunda.

A primeira vez que o Genizah denunciou as aberrações dos atos proféticos e pajelanças similares na Bola de Neve foi em 2009. Na ocasião alertávamos sobre os resultados danosos desta busca pelo sobrenatural, o espetáculo e o diferenciado. Na ocasião, frizamos que quando o prazer pelos “meios” perde o foco do “fim”, o resultado.., bem... Leia o artigo.

Ainda em 2009 circulou um trecho do livro O sequestro do Sagrado relatando o absurdo da unção do Xixi e do rompimento do hímen espiritual, doutrinas espúrias pregadas em algumas igrejas da Bola de Neve, VEJA A MATÉRIA.

De lá pra cá os rumos não se alteraram, até se agravaram. 


Os garçons de Deus e a Ana Paula Valadão de Quatro
Em outubro de 2010 a Bola de Neve organiza um mega evento com o falso profeta Randy Clark. Definitivamente uma atração radical. Uhuuuu!




Randy Clark é o falso profeta por trás do famoso evento da Vineyard do aeroporto de Toronto. Neste falso avivamento as pessoas berravam, urravam, andavam como animais, incluindo Leão (ver Ana Paula Valadão que recebeu Randy na Lagoinha, gostou da parada e andou “causando” em um de seus shows) e, principalmente, riam. É a famosa unção do riso (embora eu prefira deboche). Os primeiros grandes incentivadores deste palhaço hipnotizador em nossas terras foram os Valadão que, inclusive fizeram este vídeo testemunhal a seguir para ajudar nas vendas de espetáculos deste mentiroso em outras terras.


O que há por trás destes fenômenos, hoje explorados por muitos que se julgam garçons de Deus, que ficam a servir estas unções especiais?

Estas vivências sensoriais  não passam em nenhum teste capaz de indicar que tenham origem no Sr. Deus. Não testificam verdade e não tem embasamento bíblico. Ou alguém tem a coragem de afirmar que o nosso Deus Todo Poderoso poderia desejar que glorificássemos o Seu Santo Nome enquanto rolamos no chão como animais? Deus nos quer urrando, latindo, miando? Em que parte do novo testamento está dito que nos últimos dias iríamos para a igreja para latir feito cachorros, cacarejar feito galinhas, grasnar feito gansos? Estamos fadados a louvar andando de quatro feito leões, ou mesmo chafurdando na nave?  Talvez alguns prefiram ficar pulando feito macacos? É isto! De ápice da criação, vamos regredir ao cipó! Onde está escrito que a nossa edificação e a nossa adoração ao Pai dependeria de nos prestarmos a tal papel ridículo? Então o Espírito consolador de Deus virá no fim dos tempos para nos fazer andar de quatro? Nós que fomos libertos, somos FILHOS, eleitos, vamos dar testemunho ao mundo prostrados de quatro e latindo?

Eu vos digo que para isto nem é necessário aceitar Jesus e buscar uma vida de santidade. No meu tempo de dono de boate, eu me lembro bem (em alguns casos me contaram, risos),  de dias em que o fim de festa era  igual ao que se vê no vídeo, com duas vantagens: o uísque era melhor e, com sorte, você não se lembrava de nada depois. 

Os farsantes, como sempre, buscam trechos descontextualizados das Sagradas Escrituras para justificar estas tolices. Em seu livro “Evangélicos em Crise”, Paulo Romeiro combate essa novidade (Mundo Cristão, p. 80): Quanto ao “urro do leão” e à “unção do riso”, Romeiro esclarece: “Alguns citam Isaías 5.29 para defender o urro (...) Mas aqui é uma metáfora (...) As pessoas que usam Isaías 5.29 para defender o urro do leão usariam também Isaías 40.31, ‘sobem com asas como águias’, literalmente para tentar sair voando? (...) Para justificar a ‘unção do riso sagrado’, seus defensores citam Génesis 18.12, em que Sara riu (...) Entretanto, esta passagem nada tem a ver com gargalhada santa. Além disso, Sara riu de incredulidade, uma atitude nada recomendável para o cristão.

 Crente animal
O fenômeno é hipnose e histeria coletiva e as razões são dinheiro e poder. Já foi largamente descrito o fenômeno da Kundalini Hysteria, um tipo de hipnose que provoca exatamente estes efeitos, técnica que Benny Hinn domina com maestria. Contudo, segue a palhaçada enquanto houver quem se impressione e pague para ver e sentir.


Galinhas e antas brasileiras cacarejando e urrando na IBAV, SP. Aqui também tem crente animal!


Os caciques gospel tupiniquins também adoram isto. Gostam de se sentir profetas poderosos que são capazes de prodígios, entre os quais, o mais infame: pretensamente dirigir o mover do Espírito Santo. E como garçons de Deus, distribuem doses a quem comparece aos seus eventos: cante, dance, imite cachorro e papagaio, oferte e depois saia gritando que foi impactado. Putz! Batida de ônibus com caminhão também impacta! Quero ver se acham bonito!

Quanto ao falso profeta Randy Clark, a igreja onde ele fez sua primeira gracinha (Vineyard – Toronto) não acha que ele seja homem de Deus. Algum tempo depois do evento a membresia reconhece que tudo era uma grande armação e lhe dá o cartão vermelho. Os grandes pregadores americanos que se manifestaram sobre o assunto também não acham. Consulte o Google! Porem o Rina, o André Valadão e família (no vídeo) idolatram Randy. Oferecem ao farsante um prestígio que ele não tem em sua terra.  Ao que tudo indica, gostam de tomar esta “unção” boiola pela venta, ficar de quatro, urrar... Diante disto, eu sou obrigado a perguntar novamente: Tem para homem esta unção?


Mas também quem vai a estes experimentos é igualmente culpado. Ninguém quer desistir de sua vida no pecado e se entregar a Graça do Senhor Jesus. É mais fácil recorrer a estes expedientes emocionantes e depois voltar a sua vida de adultério, prostituição, roubo, etc.

Os leitores observaram o cartaz do evento na Bola de Neve? O gringo promete “liberaração destinos”; “transferência de unção”; e “ativação profética”!

O Babalorichá Gospel não arria trabalhos de macumba. A sua especialidade é arriar as suas calças e bater a sua carteira!

Ativação profética
Para começar, liberar destinos não é novidade. Na macumba se vende a mesma tramóia tem décadas. Lá chamam de “liberar os caminhos”. Partem do pressuposto de que as coisas boas que tem de lhe acontecer são objeto de um pedágio (arriar trabalhos) que se paga ao capiroto para que outros capirotinhos parem de atrapalhar os projetos da sua vida. São nec$ssários gastos! Em se tratando de um submundo do mal, de gente enredada nas falsidades dos demônios, até faz sentido... Afinal é o “vale-tudo” mesmo.

E a versão gospel? Não é muito diferente não! Para quem acredita na doutrina das maldições hereditárias (aquelas que resistiram à Cruz) na vida dos nascidos de novo (de novo, pero no mucho, tem umas pendências a resolver que Gizuz não deu conta...) tem no babaloricha gospel a certeza de um poder especial deste sobre as maldições e pecados que o Cristo não venceu (blasfêmia indizível, mas sou obrigado a escrever) e que se libera sobre a vida da pessoa e abre seus caminhos.

Isto é um absurdo completo. Propor que destinos sejam liberados por A ou B, mesmo que em nome de Jesus é pura heresia. Propor cura interior, regressão e que tais  para achar maldições do passado ou revelar pecados do presente para a confissão é afirmar que o sacrifício do Senhor Jesus não foi bastante e suficiente para eliminar todas as maldições sobre a vida do crente. Tudo isto é o mesmo que afirmar que o Pai não governa e não tem cada fio de nosso cabelo contado.


Tolices de um apóstolo-mirim


Já o conteúdo de ativação profética chega até ser ridículo. Parte do entendimento que profeta é o camarada dotado de super- poderes. Alguém que possui o poder de adivinhar o futuro, um tipo de pitonisa gospel. Esquecem-se que a voz profética é de Deus e, em geral, é de exortação. O verdadeiro profeta é tudo menos o mocinho que aprendeu o linguajar neo penteca versão "O pequeno apóstolo, um jogo da Arca Mundial". Na verdade, as Sagradas Escrituras nos instruem que um verdadeiro profeta, vivendo neste meio, já estaria com calos na garganta e sulcos nos pés de tanto xingar e chutar esta turba de dementes e farsantes.

Vende-se Unção
Mas o minha heresia “favorita” é a tal transferência de unção. Uma novidade que está invadindo até mesmo os arraiais pentecostais. Está cheio de pastor famosinho por ai vendendo por até dez mil reais uma dose de sua unção. Manja dose de esperma de touro famoso? É por ai! Só que ao contrário do bovino, a transferência é ilimitada, risos. A justificativa do golpe está na sucessão de Elias para Eliseu. Vai ai uma das interpretações mais boçais do texto sagrado que eu já conheci.

Quem se importa que o conceito de unção no velho testamento é diferente do de hoje e, se vamos adotar este entendimento, o antigo, então o façamos direito e falemos de comissão e sucessão: De Elias à Eliseu: 1 Rs. 19.19, nesta ocasião Eliseu estava sendo comissionado (ungido) para assumir Elias à Eliseu: 1 Rs. 19.19, nesta ocasião Eliseu estava sendo comissionado (ungido) para assumir o lugar de Elias: 1 Rs. 19.16. Quando Davi foi ungido na casa de seu pai, pelo profeta Samuel: 1 Sm. 16.13, isto estava ocorrendo porque Deus havia rejeitado a Saul como rei: 1 Sm. 15.11. Ao tempo em que Davi foi ungido para ser rei, o Espírito do Senhor, se retirou da vida de Saul: 1 Sm. 16.14.

Em breve no meio gospel: Download de unção
Na presente aliança a unção é orientação de Deus, para levar bênçãos às pessoas, segundo os nossos dons. Todos nós a temos. Contudo, como vimos acima, sabemos que ela pode ser perdida, se não seguimos a tal orientação de Deus. A unção jamais poderá ser transferida segundo nossa vontade, pois provem de Deus. Tão pouco poderá ser vendida em doses homeopáticas, ou baixada na internet a partir do site da estrela gospel. Perde-se tudo, não parte.
Não se pode repartir o que é indivisível. 

Estas pessoas que advogam tais absurdos e praticam tais rituais, estas sim, nem mesmo possuem unção de Deus. Querem vender aquilo que não lhes pertence. Ofendem gravemente a Deus. Logo se vê que suas obras não procedem do Senhor. Da mesma forma, também não podem transferir seus dons (inteligência, boa voz, persuasão, etc.). No máximo, podem transferir o seu know-how no engano e manipulação de pessoas, mas isto não se faz com reza braba e imposição de mãos na cabeça. Melhor fazer o curso do Malafaia em Aguas de Lindoia ou similar.

Não me surpreende que leigos acreditem nisto e comprem um pouquinho de unção. Surpresa mesmo é ver, no Gideões, pastores comprando unção de outros pastores ligeiramente mais famosos. Eu até entendo um Renê Terra Nova comprando a unção de Abraão do Morris Cerullo. Neste caso, é uma forma de tornar oficial seu sonho de ser Patriarca, mas o pé de chinelo fazendo isto me espanta!

Esta Itioka deve tomar muita Ypioca
Moça no fundo: mardita ypioca.
A cada dia, a doutrina da Bola de Neve se parece mais com uma sopa de entulho. E não faltam cozinheiros dispostos a jogar algo novo no caldeirão. O dono da cozinha, Chef Rina, adora uma novidade. Contudo, se você perguntar a alguém da cozinha quem é que mexe mais neste caldeirão, um nome desponta: Neuza Itioka. A maioria do entulho é dela ou foi trazido pelos “preletores” que ela traz para os congressos da denominação.

É influência direta da Neuza Ypioca toda a pegada forte da Bola nos temas heterodoxos (mover profético, cura interior, libertação, mapeamento, atos proféticos, satanismo, etc.). Sempre que há um problema sério, o Rina faz reunião com ela e a liderança da igreja. A aliança começou em meados de 2002 e formou a identidade da igreja. Foi uma irmã que foi num congresso e apresentou toda a literatura desse movimento ao Rina, que na época estava sofrendo com problemas de “ocultismo” na igreja. Desde então, ela vem pelo menos duas vezes por ano, fazer o congresso de cura e, pior de tudo, o Rina obriga toda liderança a fazer cura interior e libertação ano após ano. 

Um líder nos informa que obrigar os líderes a tais práticas é um meio de saber se há um satanista infiltrado, pois quem se recusa a fazer os encontros vai para a lista negra.
Nada de sexo oral entre casados.
Com a Neuza veio também uma ênfase forte na ministração de dízimos e ofertas naquele esquemão do gafanhoto devorador, brecha ao maligno, etc. A diferença fica por conta destes ares pretensamente sobrenaturais e proféticos, risos. E talvez na linguagem, risos. No caso dos surfistas o devorador deve ser o tubarão e tomar caldo é a colheita seca...

D. Neuza também é grande demonizadora da cultura, o que é um tremendo contrassenso dada às características da denominação, mas quem se importa, risos. Chato mesmo são suas instruções para o sexo entre casados. Sexo oral, por exemplo, nem pensar! Proibido a todos os casais na Bola de Neve (mas não a todos os pastores, como veremos a seguir)! Será que esta senhora nunca leu Cantares? Queria vê-la dizer ao Rei Salomão que sexo oral não pode... Ou talvez lhe aprouvesse também dizer a Jesus que não fizesse o primeiro milagre...
Outro guru muito respeitado pelo Rina é o Ap. Léo, especializado em "atos proféticos" e “mapeamente espiritual”. É o homem que consagrou o Rina à apostolo no ano de 2003. Também amigo da casa é o Cirilo da Santa Geração, o especialista em na "unção do pó de ouro". Veja como a coisa vai ficando feia...

Há pastores da Bola de Neve que aliviam esta baderna e procuram a centralidade nas Escrituras em suas pregações. Outros chafurdam alegres na lambança. Entre os que se divertem na lama, o mais famoso é pr. Erik da Bola-Santos. Conta-se que ele resolveu construir uma arca da aliança há alguns anos atrás e disse que foi direção de Deus (É claro que foi! Deus se cansou da gente e voltou para a antiga aliança!). No último carnaval, eles levaram a arca pela areia da praia, junto com a bateria de escola de samba da igreja, para fazer evangelismo e guerra profética (vai vendo...) no carnaval. Lá ia a arca na frente da multidão, que não podia chegar perto (quase bíblico o preceder, o detalhe fica por conta da Aliança errada, mas quem liga!) no ritmo dos tamborins. Roa-se de inveja Yossef Akiva, risos.

Acho ótimo evangelismo no carnaval, mas com a arca fica parecendo abre-alas de bloco da baixada santista (Ih! Foi mal, risos). 

Vem com Josué, lutar na Praia de Boqueirão  (ops, Erik)
Boqueirão, Boqueirão
Vem com Erik lutar na Praia de Boqueirão
E as barracas de cerveja ruirão!

Em anos anteriores (nos conta uma testemunha),  pr. Erik levou esta mesma arca ao topo do Monte Serrat, mas não pelo bondinho como todo mundo sobe, mas pela escadaria. Afinal, a arca não pode ser colocada em carros de bois, uma referência a passagem de Uzá! (Socorro Gizuz!). E que ninguém diga que o pr. Erik não é homem zeloso das "escrituras" e das tradições!  Anos atrás, ainda na igreja antiga, ele mandou instalar um semáforo enorme no altar. Ali se lia: Nível de Alerta Espiritual. Debaixo da luz verde está escrito "descansar", na amarela "alerta" e na vermelha "guerrear". Praticamente a sala da justiça de Gizuz!

A esta altura, o leitor que é só cristão evangélico, leitor de Bíblia e seguidor do evangelho puro e sem mistura deve estar achando que faltou a aulas da Escola Bíblica Dominical ou está numa igreja muito desatualizada. Não está não meu irmão! Igreja boa é aquela desatualizada  uns bons 2.000 anos. Se a sua denominação foi fundada há cem anos ou mais e segue a mesma doutrina bíblica, você está no lucro. Creia!


O pessoal da Bola de Neve Church também tem uma queda por profetas. O Rina todo ano traz uns profeteiros para mostrar novas revelações sobre a igreja. Entre eles estão o turco da Igreja Casa Firme - Wissan Halawi, Sergio Lopes (Comunhao plena) e principalmente um de tal apostolo Kevin (um cara do Canada). Durante muito tempo, veio também a mexicana Ana Mendez, uma pirada. Uma pesquisa pelo Google será suficiente para tirar o sono das crianças. Nem vou me aprofundar com esta turma.

Resumo da profetada: A doutrina da Bola é uma sopa de entulho e fora tudo o que foi dito ainda tem: um pouco de Renascer, Casa de Davi (Sim! Os anjos cutucavam lá também), David Quinlan, Daniel Mastral, etc. E, recentemente, o Silas Malafia virou um amigão da casa. Neste site o material doutrinário da Bola: www.mergulhandonapalavra.com.br

Quando eu era menino, eu gostava das coisas de menino
Imagine uma igreja que tem um ministério de jovens espetacular e um ministério regular incapaz de edificar um adulto maduro na fé? Problemas à frente.

Com uma linguagem tão focada em determinada faixa etária e uma teologia fraca é até fácil segurar uma membresia de adultos adolescentes na fé ou starlets desempregadas, mas dai a manter este clima de aventura radical com a membresia que envelheceu fica mais difícil. O que um surfista de fim de semana recém formado quer é grana. Ficar rico é seu novo esporte radical. E para este publico que a Bola de Neve está ensaiando oferecer a teologia da prosperidade. Por enquanto o Rina ainda não pega pesado no tema, mas já assinou aliança com Silas Malafaia. Nas últimas Eslavec, o evento promovido pelo Silão em Águas de Lindoia com a nata da confissão positiva, Rina esteve presente. Já Malafaia é convidado frequentemente para palestrar autoajuda na Bola de Neve. Se a influencia crescer, o caldo entornou de vez.


Furo exclusivo: Uma bolinha safadinha...
Priscila Mastrorosa, irmã de Rina e casada com Gilson.
A sede da Bola de Neve no Rio de Janeiro é uma das joias da coroa do Ap. Rina. Localizada de frente para o mar da Barra da Tijuca, em um dos metros quadrados mais caros do país. Ali fica um dos trechos de praia mais famosos do Rio, a chamada praia do Pepê onde a juventude dourada da cidade se bronzeia. Quem passa no local não acredita que naquele prédio funcione uma igreja. Mas talvez seja esta a explicação para tantos famosos frequentando o local. Tudo marketing.

O comando da unidade ficava por conta do casal Gilson e Priscila Mastrorosa. Ele, pastor, ex-empresário e operador do mercado financeiro. Ela, pastora, ex-surfista, ex-drogada e irmã do Ap. Rina, o líder da denominação. Ou seja, a joia estava estregue aos cuidados da família.

Como pode ser visto NESTA MATÉRIA, nesta igreja tem comunhão todas aquelas ex-artistas; ex-modelos sensuais de revista masculina; atores globais e outros famosos. O casal conquistou diversas matérias em revistas de celebridades oficiando o casamento de famosos e resgatando artistas perdidos

Muito glamour entre as famosas de Gizuz
Muitos jovens foram alcançados e boa Obra foi feita por lá, até recentemente, quando uma avalanche de baixaria surpreendeu a todos.

Um dos motes favoritos dos líderes da Bola de Neve  é afirmar que os dízimos e ofertas da igreja são auditados externamente por uma empresa de auditoria de renome: a BDO-Trevisan. Tudo muito lindo na teoria, mas na prática havia exceções. Uma delas era a unidade de Gilson e Priscila Mastrorosa.

Não foi por falta de tentativa. Os administradores tentaram diversas vezes estender a auditoria até a unidade, mas sempre encontravam alguma resistência por parte de Gilson, por quem o Ap. Rina dizia colocar a mão no fogo. Deve estar queimado até o osso.

O primeiro evento suspeito envolvendo o Pr. Gilson foi vexame do fundo da bolsa de valores. Desde sempre Gilson teve o sonho de abrir uma corretora de valores em Los Angeles. Falava em abrir a Bola de Neve por lá. Igreja e corretora, tudo a ver, risos! A fim de treinar, Gilson teve uma brilhante ideia: Apresentou à igreja sede em São Paulo uma simpática consultora de investimentos para que esta realizasse em diversas unidades da Bola cursos sobre aplicação em bolsas de valores e, claro, risos, organizasse fundos de investimento onde muitos irmãozinhos aplicaram o seu rico dinheirinho. Não só eles! Entrou na dança uma baba em dízimos e ofertas da igreja.


Alguém pode me dizer aonde já se viu aplicar os dízimos em fundos de alto risco? Como não podia deixar de ser, deu mer... (um resultado desfavorável, risos) e a grana virou pó! Rebu instalado. Ventilador ligado. A coisa fedeu tanto que a Corretora TOV, envolvida na aplicação dos valores, devolveu parte do dinheiro dos membros, mas nada para a igreja, que teve de aceitar caladinha a tungada, pois recebeu ameaça de denuncia à imprensa.

Na sede no Rio de Janeiro as desconfianças em relação ao Pr. Gilson começaram a aumentar. Contas básicas não batendo indicavam problemas. O estopim foi aceso quando, numa seção de “cura interior” (Bem feito! Fica ensinando heresia, vai o castigo, risos.), uma moça confessa que mantinha um caso sexual com um pastor da Bola de Neve há seis anos.


Adúltero , pedófilo e ladrão. (mantinha um harém fora do casamento)

Minha filha, que pastor? Pastor Gilson. O Pastor Gilson, o segundo da denominação, líder no Rio e casado com a irmã do apóstolo Rina, este pastor Gilson? Ele mesmo. Minha filha quantos anos tem? Tenho 20. Então você começou este caso quando tinha 14 anos? Sim.

O caldo entornou. Foi caixote brabo. Operação abafa na cura interior. A partir dai, cada mergulho do Gilson foi um flash e ele foi saindo cada vez pior na foto.

Genizah sabe a identidade da moça, uma menina linda, esportista aquática. Os pais ainda não decidiram o que fazer legalmente sobre o caso. Em respeito a eles, sua decisão e à menina, que é vítima, vamos manter a discrição. Na Bola Rio, contudo, quase todos sabem quem é a moça.

Genizah preserva a identidade da vítima
Agora não havia impedimentos por parte de Rina e as investigações foram feitas. Alguns afirmam que uma câmera foi colocada na sala de contagem de dízimos e o que se filmou foi um vexame. Na questão do adultério, descobriram-se  muitas outras amantes atuais e passadas e outras atitudes sórdidas. Com muitos indícios na mão, Rina ligou para ele dizendo: 
- "você vai preso, cê tá ferrado" e o cara percebendo que a casa caiu, fugiu. Ao que tudo indica para Los Angeles e, obviamente, com um bom pé de meia.

A história deixa lições. Para começar, a tremenda hipocrisia do pastor no que tange ao constante e massacrante reforço às regras comportamentais. No fim das contas, os fariseus costumam ser os mais depravados.

Depois de entornado o caldo, “Rina mão queimada” e família revelam o passado negro de Gilson no que tange a dinheiro no passado. Sem entrar em detalhes, um empresário acusado de golpes por seus sócios e bem enrolado. Estaria este homem apto a administrar dinheiro de igreja?

Após o evento, Rina reuniu os seus pastores e abriu o jogo. O que é muito bom. Já a membresia segue sem nada saber. Fica um ambiente de fofoca. Há alguns domingos, na sede da Bola, a sua irmã, Priscila Mastrorosa, foi chamada à frente a fim de que alguns pastores orassem por ela. Aproveitou-se o momento para se oferecer qualquer explicação? Não. Tudo encoberto. Um erro! Rina deve prestar contas do dinheiro dos dízimos e ofertas aos membros e também acerca do comportamento promiscuo do ex pastor (o segundo homem da denominação!). Sua irmã, que foi ofendida e é inocente, voltou para São Paulo e está compreensivelmente recolhida. Deus a console. Outro cunhado de Rina, o pastor Giba assumiu a unidade da Barra no Rio.

A Bola de Neve tem muitos méritos. Creio que o que foi exposto deve servir para reflexão. Em especial com relação ao assédio doutrinário por parte de agentes de modismos e experimentos heterodoxos. De resto, vale lembrar: Os erros são das lideranças, não da maioria do povo de Deus que lá está. O povo está ali genuinamente buscando Deus e bate de frente com religião. E, como vimos, religião ruim.

Praia do Pepê
Apesar dos pesares, tem muita gente passando ao largo de tudo isto e vivendo com Deus e obtendo conversões genuínas e verdadeiras. São muitos os jovens que realmente viveram uma experiência radical com Jesus. Há muitas as famílias restauradas, etc. Deus faz mesmo, apesar da confusão.

Há muitos pastores ali que abandonaram tudo para viver para a Obra e Missões. A maioria tem o desejo sincero e ardente de ver os sinais do Reino na nação e na presente geração. Na Bola de Neve há muito espaço para as pessoas se engajarem nos ministérios e exercerem seus dons e talentos. Há incentivo para pequenos grupos e a comunhão entre os membros. O ministério de recuperação de drogados é mais do que digno de nota. Para finalizar: os eventos evangelísticos, os shows musicais e a linguagem acessível a todos são bons frutos.

Enfim, a Bola é uma denominação nova, de uma liderança nova e de primeira geração, portanto, sujeita a ventos de doutrina. Vento é bom para as ondas e o surfe. Mas na Igreja são perigosos. Para alcançar seu alvo principal, já é necessário caminhar numa linha tênue por conta da linguagem, do esforço de se fazer entendido e motivar uma geração normalmente arredia ao convencional. Se é assim, porque buscar mais pedras de tropeço trazendo para casa novos e perigosos riscos de apostasia?


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz18nRrlv8Y
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Foi na Cruz

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Silas Malafaia: "Prosperidade não é somente dinheiro"


        Em ministração no café de pastores do CPESP, em São Paulo, Pr. Silas Malafaia chamou atenção dos líderes presentes a respeito dos dízimos e ofertas. Para o pregador estamos sempre aprendendo coisas novas. “Eu disse na ESLAVEC que todos nos precisamos aprender, a vida da gente é viver aprendendo e morrer sem saber nada” disse o pastor.

        Durante a introdução a mensagem principal que faria Malafaia afirmou que não abre mão da prática da liberalidade. “Quem me dera se todo pastor brasileiro aprendesse o princípio da liberalidade, com toda a certeza a igreja seria mais poderosa e os crentes mais abençoados.” continuou ele.

        Pr. Silas acredita que todo o problema e polêmica a respeito de dízimo e oferta acontece porque lamentavelmente surge no meio da igreja os famosos “éticos” que segundo ele são apenas pessoas repetindo algo que não sabe nem o que é. “Acho engraçado com uns caras ai metidos a teólogos e éticos da igreja brasileira dizer a qualquer pastor que dá ênfase a dízimos e ofertas que ele agora faz parte da teologia da prosperidade. Quem disse que prosperidade não está na bíblia?” argumentou.
         Para Silas Malafaia tudo o que a bíblia fala a respeito de dízimo e ofertas tem a ver com a prosperidade. “Não estamos falando sobre pedir oferta para ficar rico. Prosperidade envolve outros elementos: Envolve também alegria de viver, paz interior, comunhão com Deus e irmãos, vida de saúde, vida de satisfação e não apenas dinheiro” finalizou ele.

Por Pollyanna Mattos
Fonte:
www.guiame.com.br
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COMENTÁRIO DO SEMEADOR12: Quanta bobagem. Logo se vê que este senhor Silas Malafaia é um fanfarrão. Os pastores não precisam aprender e ensinar nada sobre liberalidade. O cristão precisa aprender sobre Jesus, e este crucificado. E o senhor Silas precisa conhecer a Bíblia, os conselhos dos apóstolos (os verdadeiros). Onde na Nova aliança encontramos o ensino que é preciso pagar (Dízimo e oferta) para se ter paz interior, alegria, comunhão com Deus (cara isso é blasfêmia - Cala a boca pelo amor de Deus) e satisfação. Vai se converter rapaz. Como pode? Como pode alguém se afastar tanto de Deus?
DIGO MAIS NÃO QUERO NEM ESTAR NEM NOS SAPATOS DO MALAVÉIA QUANDO CHEGAR O DIA DO JUÍZO.
A JESUS MEU SENHOR SEJA A GLÓRIA PARA SEMPRE

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Quando a Assembléia era de Deus...

Por Nelson Gervoni
           Sou de família assembleiana, quando nasci meus pais eram da Madureira, tenho dois primos e um tio pastores no Ministério do Belém, um segundo tio é pastor de Madureira, meu sogro é presbítero e dirigiu diversas congregações da Assembléia, minha esposa nasceu e foi criada nesta igreja e atualmente me vejo pastor ligado à CGADB (Convenção Geral das Assembléias de Deus) através do Belém.

          Meu espírito livre me levou a sair da Assembléia de Deus ainda jovem, fiz minha formação teológica num Instituto Batista e por último pastoreei uma igreja anabatista de origem alemã. Por algumas razões há três anos retornei à Casa onde nasci.

          Não demorou muito e percebi que a igreja à qual retornara não era mais aquela de onde saíra. Senti-me como alguém que deixa a pátria onde nasceu e ao retornar se sente como um estrangeiro da terra natal.

          As diferenças eram tantas que me lembrei de uma frase inúmeras vezes repetida por meu avô materno (nascido em 1901 e convertido ainda jovem na Assembléia de Deus da Missão). Quando via algum absurdo da parte da liderança da igreja, o velho dizia: “Quando a Assembléia era de Deus, isso não acontecia”. E acrescentava, dizendo: “os homens se juntaram e tomaram de Deus a Assembléia de Deus, que agora é dos homens...”

          Por ser criança não compreendia ao certo o que o levava meu avô a afirmar isso. Entretanto, esses três anos de Assembléia de Deus me levaram a uma compreensão empática do velho. Ou seja, não somente compreendo, mas sinto o que ele sentia. Havia na expressão do meu avô uma vanguarda profética.

          Hoje, não chego a afirmar que a Assembléia não é de Deus, pois ainda há nela um povo caminhante que, não obstante sua liderança, serve a Deus com sinceridade e aguarda a volta do seu Redentor. Mas talvez esta seja uma das poucas características que ainda lhe assegure o nome que tem. A Assembléia não é dos homens. É de Deus. Mas não há dúvida de que os homens – suas lideranças – estão tratando-a como os sacerdotes dos tempos proféticos tratavam a Casa de Deus. Se não, vejamos.

Centralização do poder econômico
          A Assembléia de Deus perdeu sua característica de comunidade simples e é uma das igrejas mais ricas do Brasil. Isso a torna semelhante ao Clero Romano que tanto criticamos por sua centralização de poder. Se parece com o sacerdócio do Antigo Testamento tão criticado pelos profetas de então.

          Em nível nacional sua riqueza se concentra principalmente na CGADB – que tem como uma das principais fontes financeiras a CPAD (Casa Publicadora das Assembléias de Deus), cuja arrecadação se assemelha a de grandes editoras, como por exemplo, a Abril – e no Ministério do Belém, hegemônico entre os demais ministérios ligados à Convenção.

         Estrategicamente esse império, formado principalmente pela CGADB e Belém, se concentra nas mãos de pouquíssimas pessoas, lideradas pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, na presidência simultânea das duas entidades há mais de duas décadas.

        Em níveis regionais o poder econômico é distribuído favorecendo os mesmos presidentes de Campo que em nível nacional apóiam e se locupletam com José Wellington. A gestão dos Campos reproduz a administração regional, com centralização de poder e de dinheiro.

         É canalizada para a Sede do Campo toda a renda das congregações que em virtude disso perdem a autonomia para realizações descentralizadas. Para citar só um exemplo, a Congregação onde ajudei ultimamente necessita de manutenção das suas dependências, de infra-estrutura para a Escola Dominical das crianças e de instrumentos musicais. Tem uma arrecadação mensal estimada entre R$ 5 mil e R$ 8 mil (digo estimada, pois não se tem acesso à informação da sua arrecadação), mas como deve encaminhar integralmente seus ingressos à Sede, não pode atender suas necessidades locais. Com isso, os departamentos fazem malabarismo para arrecadarem algum dinheiro. Por exemplo, o Círculo de Oração (departamento feminino) faz pizzas e nhoque e vende para os membros, que já contribuem com seus dízimos e ofertas.

Hereditariedade do poder
         Outro fenômeno que vem se reproduzindo nas últimas décadas, em especial nas AD do Estado de São Paulo, é a hereditariedade de poder nas esferas regionais. É comum pastores presidentes de Campo prepararem seus filhos para os sucederem ministerialmente. Por exemplo, no Campo de Presidente Prudente/SP o pastor presidente atual é João Carlos Padilha, filho do ex-pastor presidente Carlos Padilha. No Campo de Indaiatuba/SP o pastor presidente é Raimundo Soares de Lima que tem como vice-presidente e sucessor estatutário o próprio filho, pastor Rubeneuton de Lima, mais conhecido como Newton Lima. No Campo de Araçatuba o presidente é o pastor Emanuel Barbosa Martins e o vice-presidente é seu filho, Emanuel Barbosa Martins Filho. No Campo de Limeira o ex-presidente, pastor Joel Amâncio de Souza, fez como seu sucessor o próprio filho, pastor Levy Ferreira de Souza. Medida que foi pivô de considerável divisão na igreja.

         Há uma grande possibilidade da hereditariedade de poder se aplicar em nível nacional, pois é de conhecimento dos pastores da CGADB que o pastor José Wellington prepara sua sucessão para um dos filhos, José Wellington Costa Junior, vice-presidente da AD em São Paulo, Ministério do Belém e presidente do Conselho Administrativo da CPAD.

        Cabe uma pergunta em relação a isso: É Deus ou o homem quem escolhe o sucessor da presidência da igreja? Penso que a possibilidade de Deus escolher tantos filhos de presidentes como seus sucessores está descartada.

        As igrejas do Novo Testamento não eram assim. As congregações escolhiam seus oficiais (Atos 6.1-6, 14.23) e não tinham um pastor presidente que dominava sobre elas.

Sem transparência financeira
        Outra coisa que me intrigou ao retornar para a Assembléia de Deus foi descobrir que não é dado saber – senão a duas ou três pessoas da diretoria da Sede – nada sobre a movimentação financeira do Campo. Estima-se que num Campo como o de Campinas, por exemplo, a receita gire em torno R$ 1,5 milhão por mês. Não se sabe ao certo quanto entra e como é gasto o dinheiro; quanto ganha por mês o pastor presidente, pastores regionais e distritais. Recentemente ouvi de uma liderança leiga que o custo de manutenção do pastor presidente, no caso do Campo de Campinas, beira os R$ 60 mil mensais.

        Sabe-se, no entanto que as congregações das periferias são pastoreadas por homens simples, que mal recebem ajuda de custo. Assim, muitos têm seus empregos para se sustentarem e os que não conseguem se empregar chegam a passar por privações e apuros financeiros.

         A explicação para a ocultação orçamentária é a segurança. Afirmam que não divulgam suas contas para evitarem assaltos. Isso não é verdadeiro, pois qualquer assaltante bem informado sabe que igrejas movimentam rios de dinheiro. E uma coisa é divulgar aos quatro cantos o quanto a igreja arrecada, expondo-a a riscos de roubos, outra coisa é manter seus membros informados do total coletivo das suas contribuições. Afinal, igreja não é empresa privada, que somente o dono tem acesso às suas informações financeiras.

         Do ponto de vista legal as igrejas são associações civis regidas pelo Código Civil e como tais, segundo a legislação, devem prestar contas de sua movimentação financeira aos associados, que no caso da igreja são os seus membros. Por exemplo, o Artigo 59, Inciso III do Código Civil diz que “Compete privativamente à assembléia geral (...) aprovar as contas” da instituição. Como poderão aprovar (ou reprovar) as contas sobre a qual pouco ou nada se sabe? Ou como aprovarão se sequer participam das assembléias, em cuja pauta não se coloca em votação a aprovação financeira?

       Do ponto de vista bíblico não há nada que se pareça com isso. Não há no Novo Testamento uma associação de igrejas com um presidente arrecadando os ingressos das congregações para administrá-los centralizadamente, se beneficiando de altos salários.

        Entretanto, a falta de transparência financeira não é um “privilégio” exclusivo das igrejas e dos Campos. Recentemente o pastor Antonio Silva Santana, eleito em 2009 primeiro tesoureiro da GADB, renunciou alegando falta de acesso às principais informações de caráter fiscal e financeiro da instituição.

        Quando não se lança luz sobre uma questão tão importante como esta, obscurece-se a verdade, dando margens a dúvidas. Por exemplo, pode-se perguntar se o dízimo dos contribuintes não foi usado nas últimas eleições para financiar campanhas políticas de pastores candidatos a cargos eletivos.

         Esse questionamento nos leva ao próximo assunto.

Vínculo com a política partidária
            Não é preciso fazer nenhum esforço mental para perceber que estas características (centralização do poder econômico, hereditariedade do poder e falta de transparência financeira) são próprias das instituições contaminadas pelo abuso de poder, pela ganância, pelo nepotismo, etc. Trata-se de um quadro muito comum nas esferas da política partidária. Assim sendo, como “um abismo chama outro abismo” (Salmo 42.7), era de se esperar que a Assembléia de Deus refizesse (pelo menos tenta refazer), através de sua atuação político-partidária, o casamento entre a Igreja e o Estado, união responsável pelo apodrecimento da fé e cujo divórcio custou o sangue de mártires na História do Cristianismo.

           Há atualmente em algumas igrejas a idéia de que “o povo de Deus precisa de representantes na política”. Particularmente tenho uma opinião desenvolvida sobre isso, exposta em recente artigo que escrevi, “Por que não voto em ‘irmão de igreja’”, publicado em meu blog pessoal. Mas, opinião individual a parte, o que mais assusta é o pragmatismo com o qual essa questão vem sendo tratada nas Assembléias de Deus ligadas à CGADB.

            A 33ª assembléia geral ordinária da CGADB, realizada em Belo Horizonte em 1997 – e portanto presidida pelo pastor José Wellington – aprovou uma resolução que recomenda aos pastores titulares não se candidatarem a cargos eletivos. Para se candidatar deve o ministro se desvincular de seu cargo pastoral. A resolução é sábia, pois visa, entre outras coisas, poupar a igreja de envolvimento com escândalos políticos que nela respingam, como ocorridos em episódios conhecidos.

            Entretanto, não obstante a resolução, recentemente o pastor José Wellington esteve em Campinas e, numa reunião com pastores num hotel, pediu a estes o apoio à candidatura a deputado federal de seu filho Paulo Roberto Freire da Costa – presidente do Campo de Campinas – sem sequer tocar no assunto da desvinculação proposta na resolução que ambos ajudaram a aprovar. Paulo Freire foi eleito e continua presidente da Assembléia Campinas, como se a resolução não existisse.

           Ironicamente, a igreja de Campinas foi envolvida num escândalo político quando pastoreada por Marinésio Soares da Silva, antecessor de Paulo Freire. O escândalo foi protagonizado por uma filha Marinésio, na ocasião deputada federal, tendo causado muitos sofrimentos à igreja.

           O equivoco de se misturar poder político e igreja foi esclarecido por Cristo numa conversa com seus discípulos, narrada em Marcos 10. Tiago e João reivindicaram o direito de assentar-se com Jesus, um à direita e outro à esquerda do seu trono. Eles não haviam compreendido que o reino de Cristo não se daria na dimensão da política terrena. Para esclarecê-los Jesus lhes disse: “Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos” (Marcos 10.42-44, com grifo do autor).

           A fala de Cristo (grifada acima) sempre será atual. Alerta contra a centralização do poder econômico, a hereditariedade do poder, a falta de transparência financeira e outras mazelas. As instituições mundanas agem dessa forma, “Mas entre vós não é assim”.

O fenômeno da naturalização
          Chama a atenção em todo esse processo o fenômeno da naturalização. Ou seja, todas essas características são vistas e vividas como muito naturais, pela liderança e pela chamada “membresia”. A centralização e a hereditariedade do poder, a falta de comunicação e clareza sobre as contas e o relacionamento – fisiológico, inclusive – com a política, são encarados como algo muito normal e, portanto, sem a necessidade de qualquer questionamento.

          Todas essas peculiaridades geralmente são justificadas pela “unção” recebida pelo “homem de Deus”, inclusive com uma equivocada interpretação do texto bíblico que diz “Não toqueis os meus ungidos, e aos meus profetas não façais mal” (1 Crônicas 16.22 e Salmo 105.15). Assim, um “ungido” centraliza o poder e designa-o a quem bem entende – geralmente aos filhos – e os demais ungidos e profetas aceitam sem nada dizer. Da mesma forma, se ele é um “ungido de Deus”, tem autonomia, à custa da heteronomia dos demais, para administrar as finanças da igreja sem delas ter que prestar contas. Por outro lado, os membros se isentam da responsabilidade de fiscalizar, pois acreditam que seu papel é apenas trazer os dízimos (Malaquias 3.10) sem se preocupar com o que será feito dele.

         As semelhanças desse modelo com a política fisiológica, voltada para projetos pessoais, são muitas. Isso explica o casamento da igreja com a política partidária.

           Será que não estamos diante da síndrome de Eli?

***
Nelson Gervoni é pastor da Assembléia de Deus filiado à CGADB, é Coordenador de Projetos Educacionais do Instituto Souza Campos – Pólo Educacional da Universidade Luterana do Brasil em Campinas, SP e integrante do GEPEM da Faculdade de Educação da Unicamp. Artigo enviado pelo autor, para colaboração no Púlpito Cristão, e foi lá que eu peguei este artigo.