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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

TEÍSMO ABERTO OU HERESIA VELADA?

Teísmo Aberto ou Heresia Velada?

      Alguma vez você já se perguntou se foi você mesmo quem tomou aquela importante decisão de receber a Cristo em sua vida ou se foi Deus quem a tomou por você? Já chegou a questionar se realmente tem “liberdade” de escolha para decidir por si mesmo ou se Deus já determinou todas as coisas a seu respeito? Se a sua resposta for afirmativa, é sinal de que você já experimentou a tensão que deu origem ao Teísmo Aberto – uma perspectiva teológica relativamente nova que amplia o alcance do livre-arbítrio humano e alega que Deus não conhece o futuro.
       Concebido em 1980 (com a publicação do livro de Richard Rice, intitulado The Openness of God [A Abertura de Deus]) o Teísmo Aberto surgiu no cenário teológico evangélico nos idos de 1990, chegando ao centro desse palco no ano de 1994 com a publicação do livro The Openness of God: A Biblical Challenge to the Traditional Understanding of God [A Abertura de Deus: Um Desafio Bíblico à Concepção Tradicional de Deus].[1]
Clark Pinnock, um dos autores dessa última obra referida, adere ao Teísmo Aberto “porque [Deus] concede liberdade às Suas criaturas, alegra-se em aceitar o futuro como uma realidade aberta, não fechada, e em manter um relacionamento dinâmico com o mundo, não estático”.[2]
      Entretanto, será que tal “abertura” é bíblica?

O contexto histórico

       Há centenas de anos as pessoas lutam com dois ensinos da Bíblia aparentemente incompatíveis entre si: a determinação global e onisciente [por parte de Deus] de tudo o que acontece em Sua criação (denominada “providência” ou “presciência”) e a liberdade e responsabilidade humanas de escolher seu próprio caminho (chamada de “livre-arbítrio”). Essa antinomia bíblica apresenta a soberania divina e a responsabilidade humana numa situação de convivência mútua. Entretanto, o raciocínio humano procura solucionar a situação com a exclusão de uma delas.
        As Escrituras Sagradas descrevem Deus como Criador absolutamente soberano e onisciente “que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade [...] para louvor da sua glória” (Ef 1.11-12) e para o próprio bem dEle e de Suas criaturas. Aqueles que dão ênfase a esses elementos, normalmente identificam-se com o reformador protestante francês João Calvino (1509-1564).
 
João Calvino (1509-1564).
         Contudo, as Escrituras também descrevem a responsabilidade humana: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Conseqüentemente, outros crêem que a visão determinista do Criador e de Seu cosmos diminui a responsabilidade do ser humano e a importância da glória de Deus. Tais pessoas têm uma inclinação para o que entendem ser uma posição mais justa, que enfatiza a natureza autônoma das escolhas humanas. Elas se identificam com o teólogo holandês Jacobus Arminius (1560-1609).
          O Teísmo Aberto é uma tentativa recente de se encontrar um meio-termo aceitável.

Os argumentos

         Clark Pinnock alega que o Teísmo Aberto é necessário para que as criaturas de Deus sejam expressivamente agentes pessoais livres. Essa abertura significa que Deus não determina, aliás, Ele nem mesmo sabe um resultado ou desdobramento futuro até que os agentes pessoais livres façam suas escolhas. Ao advogar tal abertura como a melhor solução para a tensão da soberania divina versus a responsabilidade humana, Gregory Boyd considera “a abertura de Deus quanto ao futuro como um dos seus atributos de grandeza”, porque, “um Deus que [...] tem a disposição de se comprometer com um determinado elemento de risco é mais sublime do que um Deus que contempla um futuro eternamente estabelecido”.[3]
         Boyd insiste na idéia de que a abertura não diminui a presciência de Deus; pelo contrário, uma vez que as ações futuras dos agentes pessoais livres ainda não aconteceram, não existe nada nesse domínio que Deus tenha de saber.[4]
           Entretanto, o Teísmo Aberto se apresenta como uma séria ameaça à concepção bíblica de Deus, o Deus que conhece todas as coisas – reais e possíveis – sem nenhum esforço e igualmente bem. O assunto dessa controvérsia, em vez de ser periférico e incidental, é, de fato, fundamental e danoso para a teologia evangélica.
           Bruce Ware, um opositor do Teísmo Aberto, escreveu:
           Nossa concepção da providência de Deus exercerá obrigatoriamente uma influência sobre o cotidiano da vida e prática cristã de inúmeras maneiras [...] cometer um erro aqui, é criar milhares de problemas, tanto teológicos quanto práticos.[5]
           O Teísmo Clássico (posição na qual cremos) ensina que a onisciência soberana de Deus, de onde se origina Sua presciência, prepondera sobre a liberdade humana; essa natureza de Deus não pode ser menosprezada por uma ênfase exagerada na responsabilidade do ser humano. O fato de que a perspectiva tradicional de Deus, por vezes, é mal expressada ou ridiculariza Deus como “um monarca altivo alheio às contingências do mundo, imutável em todos os aspectos do seu ser [...] um poder irresistível que determina tudo, ciente de tudo o que vai acontecer e que nunca corre riscos”,[6] não quer dizer que o evangelicalismo clássico ignore as tensões geradas pela revelação bíblica.
         O Teísmo Aberto não soluciona esse problema da antinomia bíblica. Ele simplesmente remete a discussão para um outro ponto do espectro. A questão agora, passa a ser a seguinte: o que constitui uma livre ação futura em contraste com uma futura ação que não seja livre (i.e., determinada)?
         De acordo com o teísta aberto William Hasker, “um agente é livre no que se refere a uma certa ação em dado momento, se naquele momento estiver no poder do agente a capacidade de realizar tal ação e também a capacidade de abster-se dela”.[7]
Entretanto, os teístas abertos adotam um conceito de liberdade humana inadequado que chega a ser quase libertário. John Frame, em seu livro No Other God [Não há Outro Deus], explica:
         Os defensores do livre-arbítrio [i.e., os libertários] afirmam que só podemos ser considerados responsáveis por nossas ações se tivermos esse tipo de liberdade radical. O princípio no qual se baseiam é bastante simples: se nossas decisões são induzidas por qualquer coisa ou qualquer pessoa (inclusive nossos próprios desejos), não se pode dizer que são decisões genuinamente nossas e, portanto, não podemos ser considerados responsáveis por elas.[8]
          Na realidade, somente Deus é verdadeiramente livre. A liberdade humana é relativa. Em última análise, o relacionamento da soberania e presciência divinas com a liberdade e responsabilidade humanas está muito além do alcance da compreensão das criaturas (humanas e angelicais). Uma vez que a liberdade das criaturas é obviamente limitada (por exemplo, pela força da gravidade), é mais correto admitir a existência dessa antinomia, exaltar o caráter de Deus e permitir que a autonomia humana seja reduzida até enquadrar-se na responsabilidade biblicamente ordenada.

Os perigos

     1. O Teísmo Aberto menospreza a glória divina

    
          Na realidade, somente Deus é verdadeiramente livre. A liberdade humana é relativa. Em última análise, o relacionamento da soberania e presciência divinas com a liberdade e responsabilidade humanas está muito além do alcance da compreensão das criaturas (humanas e angelicais).
         O Teísmo Aberto dá crédito à criatividade e à desenvoltura de Deus quando Ele consegue “instigar” os agentes morais livres a agirem de conformidade com os planos e caminhos dEle.
          Ao perguntar-se acerca do que acontece “quando o índice de sucesso de Deus diminui”, Ware menciona que os teístas abertos reconhecem que “a liberdade possibilita que males horríveis e despropositais venham a acontecer. Embora Deus tente evitar tal sofrimento horrível, dizem eles, há muitas ocasiões em que Ele, simplesmente, não consegue evitá-lo”. Nesse caso, Deus tem que assumir a responsabilidade pelo fracasso de Seus planos.
          Em lugar de um Deus temível que controla e dirige tudo o que acontece sem o mínimo esforço, temos que abrir espaço para um Deus que trabalha fazendo horas extras para se manter à frente de todas as livres decisões morais, previamente desconhecidas e inexistentes, tomadas a cada instante de cada dia.

2. O Teísmo Aberto menospreza a esperança humana

           A partir de tal perspectiva, o nosso precioso versículo bíblico de Romanos 8.28, deve ser lido da seguinte maneira: “a maioria das coisas coopera para o bem, desde que Deus consiga instigar as pessoas ao meu redor”, em vez de “sabemos que todas as coisas cooperam [i.e. que Deus leva todas as coisas a cooperarem] para o bem daqueles que amam a Deus”.
           Não teremos mais condição de dizer, como declarou José a seus irmãos: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como vedes agora, que se conserve muita gente em vida” (Gn 50.20).
            Se Deus consegue apenas resultados parciais na concretização de Seus propósitos, como afirmam os teístas abertos, então Ele talvez não seja bem sucedido no cumprimento de Seus propósitos para a minha vida. Porém, o apóstolo Paulo afirmou exatamente o contrário: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
     
            Se Deus consegue apenas resultados parciais na concretização de Seus propósitos, como afirmam os teístas abertos, então Ele talvez não seja bem sucedido no cumprimento de  Seus propósitos para a minha vida.
             Ao invés de ter um Deus que não conhece aquilo que ainda está por acontecer, é confortador, e até mesmo um tanto assombroso, saber que “...não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4.13).

3. O Teísmo Aberto menospreza a confiabilidade profética

              Lá se foi o amor pela Palavra de Deus e por Suas promessas referentes ao futuro, as quais amamos ler e considerar. Um crítico do Teísmo Aberto disse: “imagine só o compositor do hino tentando animar os desvalidos com estas palavras: “Não sei o que de mal ou bem é destinado a mim [...] mas eu sei em quem tenho crido, o qual também não conhece o meu futuro”.

4. O Teísmo Aberto menospreza o futuro de Israel

              Após rebelar-se por repetidas vezes e frustrar o plano de Deus para ela, será que a nação de Israel ainda poderia ter um restinho de esperança de que Deus cumprirá as promessas que lhe fez? Ter-se-ia que reconhecer o fracasso de Deus em Sua criatividade e poder de persuasão no passado e perder as esperanças na competência de Deus quanto ao futuro.
              A conclusão inevitável a que tal pensamento leva é que a posse da Terra de Israel é uma questão de quem se apoderar dela, visto que Deus não conhece o futuro, nem predeterminou o resultado final.
       
              Será que a nação de Israel ainda poderia ter um restinho de esperança de que Deus cumprirá as promessas que lhe fez?
              Por outro lado, Paulo declara que a atual condição de Israel faz parte de um inescrutável plano de Deus para a Sua própria glória: “Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia [...] Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz” (Rm 9.16,18).
               O Teísmo Aberto é uma tentativa de modelar uma forma mais conveniente de liberdade humana, à custa da concepção de Deus ensinada no Teísmo Clássico. Todavia, em seu desdobramento final, menospreza a glória de Deus para exaltar a liberdade do homem. É um esforço de produzir a conclusão final acerca de uma antinomia bíblica que está muito além da compreensão das criaturas. E, nesse intento, o Teísmo Aberto prejudica a confiança do crente tanto na providência benigna de Deus, quanto em Sua Palavra profética. (Richard Emmons - Israel My Glory - http://www.chamada.com.br/)

Notas:

  1. Ware, Bruce A. God’s Lesser Glory: The diminished God of Open Theism. Wheaton, IL: Crossway Books, 2000, p. 31.
  2. Pinnock, Clark. “Systematic Theology” publicado na obra The Openness of God: A Biblical Challenge to the Traditional Understanding of God, da autoria de Clark Pinnock, Richard Rice, John Sanders, William Hasker e David Basinger. Downers Grove, IL: InterVarsity, 1994, p. 103-4.
  3. Boyd, Gregory A. God of the Possible, Grand Rapids, MI: Baker Books, 2000, p. 14-5.
  4. Ibid., p. 16-7.
  5. Ware, p. 13.
  6. Pinnock, p. 103.
  7. Hasker, William. “A Philosophical Perspective”, publicado na obra The Openness of God, p. 136-7.
  8. Frame, John M. No Other God: A Response to Open Theism, Phillipsburg, NJ: P&R Publishing, 2001, p. 121.
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Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, julho de 2006
Artigo recebido por e-mail.
Publicado on line em: http://www.chamada.com.br/mensagens/teismo_aberto.html

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Festa Rave Gospel

Por Renato Vargens
    Em nome da contextualização e da necessidade de se modernizar a propagação da Palavra de Deus, tem sido comum por parte de alguns pastores e líderes evangélicos a utilização de estratégias diferenciadas na “evangelização”.
 
     A cada instante, movidos por poderosas revelações, novas e mirabolantes estratégias tem sido criadas na expectativa de arrebanhar para os apriscos da fé, um número cada vez mais significativo de jovens. E é pensando assim que eventos dos mais estranhos possíveis têm sido criados por parte da liderança evangélica neste país, como por exemplo, o aparecimento de boates e discotecas gospel. Aliás, você já reparou que nós evangélicos temos a facilidade de transformar tudo em gospel? Para tais pastores, boates e discotecas tornaram-se “álibis” indispensáveis para se pregar “as boas novas” de Cristo Jesus. Na verdade, neste Brasil tupiniquim, cada vez mais em nome de uma liberdade cristã, os jovens abandonam a palavra e o discipulado bíblico em detrimento às festas e eventos que celebram efusivamente o hedonismo exacerbado de um tempo pós-moderno.


    Para piorar as coisas, tais evangélicos criaram a RAVE GOSPEL. Confesso que fico estupefato com a capacidade evangélica de elucubrar sandices. Sem sombra de dúvidas isso é O FIM DA PICADA. Ouso afirmar que do jeito que a coisa anda daqui a pouco teremos um tipo de ecstasy gospel.


    Prezados, confesso que estou absolutamente perplexo e preocupado com os rumos da igreja evangélica brasileira. Isto porque, em detrimento do “novo” têm-se optado por um caminho onde se negocia o que não se pode negociar. Cadê o compromisso com a Santa Palavra de Deus? Onde está o imperioso desejo de se fazer à vontade do Senhor em todos os momentos da vida? Por que será que temos coxeado entre dois pensamentos?


    Pois é, isto posto, chego a conclusão que mais do que nunca a igreja evangélica brasileira precisa de uma nova reforma.

    Com lágrimas nos olhos,

Renato Vargens

~

Postado originalmente em:  http://renatovargens.blogspot.com/2011/01/festa-rave-gospel.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+renato_vargens+%28Renato+Vargens%29

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Devemos esperar retorno financeiro ao devolver o Dízimo?

Por: Diogo Henrique de Sá

“Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.”(Lc 6:38).

       A passagem acima é usada indiscriminadamente pelos defensores da Teologia da Prosperidade para induzir o crente a contribuir esperando a retribuição divina. Mas será que Jesus está realmente afirma que, quem contribui com uma denominação ou ministério, terá um retorno financeiro de Deus?

       Para respondermos esta pergunta, precisamos analisar todo o chamado Sermão do Monte, afinal de contas a Bíblia não foi escrita em versículos e capítulos. É ignorado por muitos que não se faz teologia de um versículo só, afinal a Bíblia é composta por mais de trinta e um mil versículos. É necessário desta forma uma boa exegese para entendermos completamente um texto. Ao fazermos a análise do verso chegamos a uma conclusão que contraria a interpretação “prosperizadora” pregada por alguns. Senão vejamos:

      Em primeira lugar precisamos entender que no Sermão do Monte Jesus está apresentando o perfil do cidadão do Céu. Cristo está declarando a expectativa de Deus para o homem, afinal de contas é um Sermão pregado pelo próprio Deus. Jesus deixa claro que aquelas orientações não poderiam ser cumpridas por qualquer pessoa, aquele sermão foi pregado para pessoas que viveriam a vida de tal forma a seguirem seus próprios passos, ou seja as “boas árvores” (Luc. 6:34).

      Percebemos, no verso em análise, que em nenhum momento Jesus está falando que o seus discipulos deveriam contribuir com a “obra de Deus” (não estou condenando a contribuição da Igreja só estou analisando este texto). Jesus não está falando do dízimo e ofertas, Ele está falando em ajudar os pobres, pois a partir do verso 27, Jesus está falando exclusivamente sobre os relacionamentos interpessoais, nos nos versículos 40 e 41 Ele chega a afirmar que os discipulos deveriam seguir seu exemplo de altruismo, pois, se Cristo é o mestre afinal, nós precisamos agir como ele agia.

      Pastores como Silas Malafaia por exemplo, ensinam que devemos dar esperando o retorno, mas será que é isto que Jesus está falando? Se observarmos o verso 34, veremos Jesus condenando o fato de esperarmos qualquer retorno por parte das pessoas por nós favorecidas. Devemos dar por amor, e não pelo que iremos receber em troca. No entanto o Mestre prometeu que seremos recompensados com uma medida “sacudida e transbordante”. Mas se seremos recompensados quando isso acontecerá? A resposta é simples: Aqueles que fazem caridade para o necessitado receberão a recompensa no mesmo dia em que aquele que ama a justiça será farto dela (Mat. 5:6); no mesmo dia em que os limpos de coração verão a Deus (Mat. 5:8); no mesmo dia em que os que choram haverão de rir (Luc. 6:21); e no mesmo dia ainda que os que sofrem perseguição por causa do amor de Cristo receberão seu galardão (Luc. 6:23). Em nenhum momento do sermão é sugerido que receberemos qualquer coisa nesta vida.

      Ser generoso para com o necessitado é um fruto produzido pela boa árvore (Luc. 6:44,45) se somos cristãos verdadeiros essa atitude brota naturalmente de nosso ser. Se esperarmos o retorno ao fazermos qualquer coisa não somos cristãos mas espíritas, pois estes fazem sempre aguardando a recompensa. Não podemos também fazer por medo de retaliação porque isso é espiritismo. Nós somos cristãos fazemos o que fazemos porque a Graça de Deus nos capacita a agir assim naturalmente.

      Dessa forma ao aplicar as normas da exegese veremos que no próprio “Sermão do Monte” derrubamos a falácia dos pregadres da prosperidade. Se você teme a Deus, ama a justiça, é misericordioso, é generoso, e foi lavado no Sangue do Cordeiro, esteja certo: “Grande é o vosso galardão no Céu!”

A Jesus Cristo seja a Glória para Sempre!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Liberando as catracas

 
        O cristianismo se apresentou ao mundo como um movimento capaz de requentar e ferver o sentido original do judaísmo. Começou bem, mas depois de adquirir seu patrimônio e se estabelecer conceitual e estabelecer influência geográfica, se transformou em um monumento sagrado, guardado a qualquer preço.

         A preocupação com o folclore litúrgico superou a procura pelo comprometimento total com a Palavra. A prática ritualística equivaliam a atual carteira de membro. Perigo típico de toda fé formatada e institucionalizada.

        Romanos 2.25: "Porque a circuncisão tem valor se praticares a lei; se és, porém, transgressor da lei, a tua circuncisão já se tornou incircuncisão".

       A circuncisão, instituída para ser apenas um símbolo ou logotipo, foi transformada em essência. A religiosidade moderna é uma reedição desta tendência e tem gosto de café requentado. Valores como misericórdia, comunhão, fidelidade e amor não são cultivados em estatutos, mas nos corações.

       O investimento no amor e na fé não acompanha os valores empregados nos metros quadrados das nossas construções.

       Quanto vale um metro de longanimidade, dois de esperança e três de domínio próprio?

        Tenho a impressão de que as primícias dos dízimos e ofertas estão enterradas a 7 palmos nos caríssimos alicerces dos monumentos eclesiásticos. Quando o movimento arrefece, o objeto de nossa dedicação é a estrutura. Isto dá a impressão de que algo está sendo feito. O monumento passou a ser um talismã, um bibelô. Lustramos a lataria e esquecemos de trocar o motor.

         Se investirmos prioritariamente no reino de Deus, as demais coisas serão acrescentadas. Declaração que não parece combinar com as acirradas disputas por construir templos cada vez mais fabulosos. É muita obra de superfície.

         Você já viu isto? Irmãos! precisamos levantar RS 10.000,00 para construir a paz em uma de nossas famílias. No outro domingo faremos uma campanha para preservar a santidade. Creio que isto combina mais com a natureza da nossa fé, mas eu também não vi.

         Se, pois, a incircuncisão observa os preceitos da lei, não será ela, porventura, considerada circuncisão? (Romanos 2.26).

       Não estou me rebelando contra as grandes organizações, mas contra a tendência de se transformarem em guardiões de vaidades, pompas, articulações políticas e financeiras. Deveríamos ser os guardiões da verdade, do amor, da esperança, da pureza e da fé compromissada.

       Esta noiva sairá bem na foto ao lado de Jesus na sua vinda. Nós vamos subir, mas as estruturas ficarão com a mãe das meretrizes. Esta sabe, como ninguém, usá-las em seu próprio benefício.

       Tem gente imaginando que a porta do céu é uma bilheteria, e que relatórios de feitos estruturais liberarão as catracas.

Ubirajara Crespo
Artigo publicado originalmente no dia 21/01/11 em: http://sob-nova-direcao.blogspot.com/

Eles só DIZEM

 
       DIZEM que devemos fazer a obra VOLUNTARIAMENTE. Eles cobram da gente por tudo o que fazem.
    DIZEM
que devemos DIVIDIR, COMPARTILHAR. Eles só amontoam.

    DIZEM que devemos AJUDAR o PRÓXIMO. Eles se preocupam com eles próprios.

    DIZEM que devemos CONTRIBUIR e não sermos mesquinhos. Eles são gananciosos e nunca estão satisfeitos.

    DIZEM que devemos ser SIMPLES e HUMILDES. Eles são vaidosos e querem os melhores lugares, onde podem ser vistos por todos.

    DIZEM que não devemos nos preocupar com NADA que Deus proverá. Eles vivem nos pressionando porque precisam “PAGAR ISSO”, “COMPRAR AQUILO” e choram que não têm dinheiro.

    DIZEM
que devemos viver em UNIÃO. Eles vivem em contendas, defendendo os seus interesses pessoais, almejando sempre as posições ( cargos) dos outros.

    “Nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências”. II Pe 3.3



Abraços e um final de semana na Paz do Senhor Jesus

Na Fé

Por: Marcelo e Eunice


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Extraído da apostila Um Mestre de Sandálias Pg. 25

Publicado originalmente em:
http://marcelonathanson.blogspot.com/2011/01/eles-so-dizem.html

John Piper & Sovereign Grace Ministries – A Canção do Evangelho




Por: John Piper e Sovereign Grace.
Website: desiringgod.org e sovereigngracemusic.org
Tradução e Edição: Voltemos ao Evangelho.
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que adicione as informações supracitadas, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

“Um Elefante Incomoda Muita Gente"

Por Rodrigo Toledo
    
     Hoje foi um dia como outro qualquer - às vezes, tenho a impressão de que os dias são sempre iguais. O sofá estava afastado da parede e, introvertidamente, deitei no chão entre o sofá e a parede. Fechei os olhos e... resolvi bater um papo com o meu passado. Foi uma conversa árida, sombria, sem sabor, sem cor, dolorida.

     Meu passado lançou-me na face coisas que fiz - das quais não me orgulho nem um pouco -, pessoas que decepcionei; gente que deixei de ajudar. Não consegui ser um bom filho para meus pais; destruí a paz de minha família. Fui um péssimo aluno no ensino fundamental... desvarios de um ser humano tentando ser normal!

      Devolvi a afronta. Coloquei o dedo na cara do "meu passado", apontando-lhe uma lista de fatos rudes que me marcaram e que me influenciam até hoje: poucas pessoas gostavam de mim por causa da minha aparência (oras, nunca fiz sucesso com as meninas); meus tios debochavam de mim; minha mãe me batia por não entender que a culpa de não conseguir aprender era da dislexia; estudei em escolas de nível educacional questionável; por culpa da anemia, mamãe me encheu de "suco" de fígado de boi, além das incontáveis mamadeiras com leite e farinha láctea (o que resultou num garoto BEM REDONDINHO).

      Ah, e falando nisso... que coisa, einh?! O garoto redondinho cresceu, comendo feito um demônio-da-tazmânia, tornando-se num adolescente obeso, retraído, cheio de complexos e irritado por não conseguir achar tamanho de calça suficientemente grande. Uma época de poucas amizades e muitas revoltas... muitas! Revoltado com a sociedade, com o governo, com a superficialidade das pessoas, com a falta de recursos, etc. Por vezes tinha vontade de morrer.

      Quando lembro desses tempos, quero tão somente me afastar de pessoas. Dá uma vontade de fazer cara-feia, cruzar o braços e gritar "Afastem-se, tenho lepra!"

        É, eu sei! Solidão nunca resolveu nada. Racionalmente tento evitá-la. Solidão não passa de uma armadilha funda, escura e fria. Mas, ao mesmo tempo, é tão difícil pra mim entender os humanos, criaturas nascidas sem nenhuma glória, em meio a fezes, sangue e dores, num pedaço de pano que chamamos por lençol.

        Oh, quão miserável e hipócrita eu sou! Tão cheio de defeitos quanto qualquer outro...

      Não quero mais conversar com meu passado. Saí daquele diálogo mancando e sangrando. Abri meus olhos, a ainda estava lá, atrás do sofá, ridiculamente deitado no chão feito criança tristonha.

     Ainda sou o mesmo. Cheio de defeitos, meio-revoltado, obeso, complexado e grisalhamente um pouco mais velho. Minha aparência continua não agradando a maioria. Para mim é comum observar as pessoas ocupando todos os lugares do ônibus, menos aquele que está ao meu lado. Afinal, "um elefante incomoda muita gente", não é mesmo?

       Quem sabe eu emagreça pra me vingar do "meu passado". Talvez eu decepcione menos, e ajude mais. Isso sim é um bom pensamento! Essa é a parte da história que me arranca sorrisos.

    "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

     Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.

     Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.

     Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.

     Bem aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.

     Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.

     Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus."

     Sermão da Montanha, por Jesus Cristo. Mateus, cap. 5

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ensaios sobre avivamento

Por: Diogo Henrique de Sá


            Outro dia atrás eu estava conversando com uma pessoa amiga e ele me falou sobre o grande avivamento que está ocorrendo no Brasil e inclusive em sua igreja, ao que eu argumentei que não estava vendo este avivamento todo que ela estava falando. Ela então, um pouco irritada, perguntou: “como eu não poderia estar vendo se o tal avivamento era notório?” Eu então perguntei do avivamento na “igreja” dela, se eles liam a Bíblia e se isso fazia parte da rotina dos membros, se era algo de prioridade máxima para a direção da denominação a qual ela faz parte. A resposta foi: não, mas que havia muita comunhão e que aqueles que lêem a Bíblia não fazem nada para o Senhor. Eu então perguntei: Como eu posso fazer qualquer coisa para Deus se eu não sei o que ele pede de mim? A resposta foi aquela clássica “a letra mata, mas o Espírito vivifica”. Eu expliquei tudinho pra ela, e acho que ela entendeu. Mas vamos pensar um pouco sobre avivamento
Muito se fala sobre avivamento (principalmente no meio Pentecostal e Neo-pentecostal), mas será que estamos vivenciando realmente um avivamento? Há muito barulho, muito estardalhaço mesmo, mas será que temos um avivamento ocorrendo em nossos dias?
            Para responder essa pergunta eu gostaria de analisar as Sagradas Letras e a história cristã, é lógico que eu não terei tempo para considerar essa questão em todos os seus pormenores, mas pretendo análisar uma boa amostra dos avivamentos passados. Mas antes...
            A palavra avivamento significa tornar a ter vida, ou seja, voltar a viver, reanimar. Desta forma é preciso que algo que esteja morto ou próximo a morte, seja vivificado. Nós precisamos disso, voltar ao primeiro amor. Sempre que nos distanciamos de Deus, o Espírito Santo nos induz ao retorno, principalmente através da pregação bíblica, dessa forma podemos sentir a presença mística (não pense que eu estou falando de esoterismo, não me entenda mal) de Deus perto (ou dentro) de nós.
            Se o avivamento está realmente acontecendo podemos verificar biblicamente, isto porque, de tempos em tempos, Deus toma a iniciativa e atrai novamente o seu povo para Ele, a Bíblia e a história nos dão uma pista de como acontece o verdadeiro avivamento, então vejamos:

            Avivamento através de Moisés
            Em se tratando de Moisés não podemos usar o termo avivamento no sentido estrito da palavra, mas não poderia deixar de mencioná-lo pois através dele Deus começou a forjar sua autocracia.
O povo de Israel, embora reconhecido por Deus como seu povo, não sabia nada sobre o Senhor de Abraão, Isaque e Jacó, os quatrocentos anos no Egito lhes fizeram esquecer quem era o El Shaday. Deus, para se fazer conhecido de seu povo, deu-lhes a Lei escrita, através da Lei, que deveria ser lida de dia e de noite, Israel conheceria o seu Senhor. Através da Lei Israel passaria a ter vida em Deus. Isso mudou completamente a relação entre os hebreus e Jeová. Agora havia uma regra escrita, não mais tradição oral, assim Deus registrou a sua vontade a nação.

             Avivamento através de Josué
            No livro de Josué nos capítulos 23 e 24, nós temos as tribos mais ou menos encaminhadas, a maior parte dos inimigos já havia sido destruída, e as tribos partem para tomar posse da parte que lhes cabia na herança, temendo que a nação viesse a se esquecer do Senhor, o substituto de Moisés, no final de sua vida, reúne a nação e traz um reascender levando o povo a se lembrar do que Deus fez e reafirmando a Lei, o que resultou em uma renovação da Aliança por parte de Israel. 


Avivamento através de Josias (2º Reis 22 e 23)
            Com o passar dos anos vieram os reis, Israel se dividiu em duas nações a nação do Norte manteve o nome de Israel e a nação do Sul passou a se chamar Judá. Por se afastar irremediavelmente de Deus a nação do Norte foi-se, levada pelos Assírios, que dizimaram a nação. O reino do Sul também se afastou de Deus, porém a administração de alguns Reis piedosos e tementes fizeram com que o castigo divino fosse protelado.
             Um desses reis foi Josias, filho de um mal rei, Josias foi coroado muito jovem, mas logo começou uma reforma na nação. Deu-se início à um reparo no Templo, neste contexto algo surpreendente aconteceu: o livro da Lei é encontrado (2º Reis 22:8). O livro chega até as mãos de Josias que rasga suas vestes em desespero. O rei, e a nação estavam sobre grande perigo, as Escrituras haviam sido negligenciadas e a morte pairava sobre a nação.  O Senhor é consultado a respeito disso, mas Deus tem boa vontade para com o rei que se humilhara diante Dele, o castigo não virá logo, o rei pode descansar em paz. Mas a despeito do livramento que recebera Josias não se contem: a nação precisa ouvir o que está escrito no Livro do Concerto, e é isso que acontece. Todos os moradores de Jerusalém são reunidos no templo, e as Escrituras são lidas diante do povo. O Resultado foi um verdadeiro avivamento na fé judaica: os ídolos foram destruídos, os altares profanos foram derrubados, os feiticeiros caçados e extirpados, as casas de prostituição ritualística foram destruidas, os sepulcros dos falsos profetas foram abertos e seus ossos queimados (uma grande ofensa para o judeu) e o pacto entre os judeus e Iahweh é renovado.


Avivamento através de Esdras (Neemias 8 e 9)
          Após a morte de Josias, Judá tornou a se afastar de Deus, o que resultou no cativeiro babilônico. Com o passar do tempo determinado por Deus, os judeus receberam permissão para retornar à Jerusalém. Mas, após mais de 70 anos de cativeiro, o povo de Judá não se lembrava da Lei. E nem mesmo conseguiam entender o que nela estava escrito, o hebreu já não era tão bem compreendido (as pessoas agora falavam e liam em aramaico, um idioma semelhante ao hebraico). Para superar essa dificuldade, já que a tradução do Antigo Testamento para outros idiomas não era visto com muito bons olhos (apesar de já haverem alguns textos escritos em aramaico), Esdras, a pedido dos filhos de Israel, leu o Livro do Senhor enquanto alguns ajudantes seguiam explicando o sentido do texto de tal forma que todos podiam entender (cap. 8:8).
         Isso abalou a estruturas dos israelitas, a leitura da Lei, por si só acarretou um dos maiores avivamentos da nação. As pessoas choraram pelos seus pecados, houve confissões e arrependimentos de pecados, houve adoração em gratidão a Deus. A nação como um todo voltou sua atenção para a vontade escrita de Deus. A aliança foi renovada mais uma vez.


O maior dos avivamentos: o Advento do Messias        O tempo se passou, e mais uma vez a nação de Israel se encontrava distante do Criador, mas chegada a Plenitude dos Tempos (Gl.4:4) Deus enviou a própria Palavra aos homens. Bom eu não preciso dizer que, uma vez que Cristo era a própria Palavra, ele cumpriu em sua vida terrena toda a Lei, revelando as “coisas que estavam ocultas desde a criação do mundo” (Mateus 13:35).  Em Cristo Jesus o mundo teve vida, é exatamente isso que João fala em sua primeira epístola: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1ª João 1:1). Em Jesus a humanidade passou a ter eperança de Salvação, houve uma mudança estrutural na história, o que resultou no maior de todos os avivamentos, pois em Cristo o homem foi reconciliado para com Deus. Jesus explicou que todo o Antigo Testamento se cumpria Nele: “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras” (Lucas 24:27).           Em Jesus, Deus estabeleceu uma nova aliança, que alcança todos os homens. Eu poderia passar páginas e mais páginas escrevendo sobre o que Jesus realizou, tamanha a profundidade da obra de redenção. Na verdade a vinda de Cristo, foi tão marcante que podemos dizer que em toda a História não houve algo tão marcante. Tudo mais que ocorreu no Novo Testamento foi em decorrência da vinda do Messias, inclusive a descida do Espírito Santo, registrado no capítulo 2 de Atos, pois com Cristo “o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou.” (Mateus 4:16). João fala que se tudo o que Jesus fez fosse escrito não haveriam livros suficientes para acomodar estes relato (João 21:25).

Avivamento sob os Apóstolos
          Com a disseminação do Evangelho vários grupos tentaram, em todo o período apostólico, perverter as Boas Notícias de Salvação: O judeus queriam dar um jeitinho para amalgamar a Lei e a Graça (como se fosse possível ser Salvo pela Graça e ainda cumprir a Lei); os gnósticos queriam perverter a mensagem evangélica diluindo-a em sua filosofia; Isso tudo regado com as investidas dos aproveitadores (é já existiam naquela época) que volte-e-meia tentavam se beneficiar da Igreja, é o caso de Simão (Atos 8:18) e Diótrefes (3ª João 9) a resposta dos apóstolos foi estabelecer aquilo que Cristo havia ensinado. As epístolas nada mais são do que a explicação dos Ensinos de Cristo e a aplicação destes na vida do crente. A firmeza da “Palavra é o Escudo que nos protege do erro” como disse Calvino, é a Espada do Espírito como disse o Apóstolo Paulo.


Reforma Protestante [1]
              Com o passar do tempo os cristãos se afastaram dos princípios neo-testamentários, as pessoas não tinham acesso a Bíblia, e por conta disso uma casta sacerdotal corrupta, dominava a sociedade ao seu bel prazer. As palavras dos clérigos tinha peso de vida e morte. Por desconhecer as Verdades que Libertam os chamados “cristãos” jaziam em seus pecados (algo muito parecido com os dias atuais). Isso perdurou até que alguns homens entenderam que era necessário um retorno as Escrituras, o homem precisava ter acesso a Palavra de Deus, como era difícil ter acesso a Bíblia, e impossível no idioma do povo, estes homens começaram a traduzi-la, outros liam e explicavam as Escrituras para o povo, isso causou um efervescer das idéias, o homem comum enfim pôde conhecer a Deus e assim se achegar a Ele, sem nenhum outro intermediário além de Cristo. Esse retorno a Palavra fez ruir o então inabalável império das trevas, e o homem se viu livre para entender a maravilhosa Graça de Deus. O que Lutero, Calvino, Ulrico Zuínglio, John Knox, Teodoro de Beza, Erasmo de Roterdã e outros fizeram foi entregar novamente a Palavra aos homens, estes reformadores da igreja apenas imitaram o exemplo do próprio Salvador, que simplesmente pregava de maneira fiel às Escrituras, trazendo um grande despertar aos cristãos de sua época algo que perdura inclusive, até os dias de hoje.


O avivamento do século XVIII [2]
            Para falar sobre este grande último avivamento eu gostaria de usar como base o relato de J.C. Ryle. Veja o que ele diz sobre a situação na Inglaterra:
           “A Inglaterra da primeira metade do século XVIII caracterizava-se pela impiedade, corrupção e imoralidade. As trevas espirituais assolavam todas as camadas sociais daquele país. A terra de muitos reformadores e dos puritanos decaiu tanto, que a corrupção, a desonestidade e o desgoverno nos altos postos era a regra, e a pureza, a exceção.
           A Igreja da Inglaterra, na sua grande maioria, jazia inerte, sem nenhum vigor. Os sermões, meros ensaios morais, nada podiam fazer no sentido de despertar, converter e salvar os pecadores. As importantes verdades pelas quais os pré-reformadores tinham ido para a fogueira, e muitos dos puritanos, para a prisão, pareciam ter sido totalmente esquecidas e colocadas na prateleira. Um conhecido advogado cristão da época afirmou que visitou todas as igrejas mais importantes de Londres, e que não ouviu um único discurso que apresentasse mais Cristianismo do que os escritos de Cícero, e que lhe seria impossível descobrir, do que ouvira, se o pregador era um seguidor de Confúcio, de Maomé ou de Cristo! Os bispos e arcebispos da época, na sua grande maioria, eram homens mundanos; tão mundanos que houve casos em que o próprio rei teve de intervir para restringir a impiedade deles. Para se ter uma ideia da situação, conta-se que, quando a pregação de Whitefield começou a incomodar o clero, foi sugerido com seriedade pelo próprio clero que a melhor maneira de dar um fim à sua influência era torná-lo bispo. Quanto ao clero paroquial, Ryle afirma que os seus sermões eram tão indizível e indescritivelmente ruins, que é reconfortante lembrar que eram geralmente pregados a bancos vazios.”
             Nos Estados Unidos a situação não era diferente. No começo do século 18, era visível nas 13 colônias — que em breve seriam conhecidas como Estados Unidos — o declínio da fé evangélica, provocado pela influência do processo colonizador, com seu subseqüente aumento populacional, sucessão de guerras brutais e declínio da espiritualidade dos ministros.
            Isso tudo mudou quando George Whitefield, John Wesley, William Grimshaw, William Romaine, Daniel Rowlands, John Berridge, Henry Venn, Samuel Walker, James Harvey, Augustus Toplady e John Fletcher começaram a pregar na Inglaterra e Jonathan Edwards nos EUA, estes foram divinamente inspirados, e trouxeram de volta um efervescer da Fé. Eles não pregaram modismos, não dominaram as pessoas ao seu bel prazer, nunca fizeram um “Ato Profético, mas pregaram ousadamente todo o conselho de Deus, especialmente doutrinas como a suficiência e a supremacia das Escrituras, a total corrupção da natureza humana, a morte expiatória de Cristo na cruz, a justificação pela graça mediante a fé, a necessidade universal de conversão e de uma nova criação pelo Espírito Santo, a união inseparável da verdadeira fé com a santidade pessoal, o ódio eterno de Deus pelo pecado e o seu amor pelos pecadores.  Eles não hesitavam em proclamar clara e diretamente às pessoas que elas estavam mortas e precisavam viver; que se encontravam culpadas, perdidas, desamparadas, desesperadas e em perigo iminente de destruição eterna, somente a Palavra bastava. Como disse J. I. Packer, "por toda a sua vida, Edwards alimentou a alma com a Bíblia; por toda a sua vida, alimentou o rebanho com a Bíblia". Isso mudou o mundo de então.
            Esse grande despertar se manteve por quase duzentos anos, e quando parecia que iria se arrefecer, Deus levantava mais pessoas comprometidas com Ele. No século XIX Moody nos Estados Unidos e Spurgeon na Inglaterra mantiveram a chama acesa.


Conclusão
É muito interessante vermos em Israel que, apesar da renovação dos pactos, volte e meia a nação se afastava do Deus vivo. Isso perdurou durante toda o Antigo Pacto e não é diferente no Novo, Deus através das séculos vem atraindo providencialmente seu povo de volta para ele.
Em todos esses avivamentos duas coisas são padrões:
1ª Deus sempre tomou a iniciativa, nunca partiu do homem a busca, sempre foi Deus que atraiu o homem. Deus sempre foi em busca do perdido.
2ª Em todos os casos a Palavra de Deus foi o combustível usado por Deus para acender a chama no coração do homem.
Desta forma, se não está havendo um retorno a Palavra de Deus, se as pessoas não estão buscando Deus no local correto, ou seja, em sua Palavra, então todo este barulho, todo este “suposto avivamento” não passa de falso fogo, de intenso barulho. E como diz um amigo meu: “lata vazia faz mais barulho e é levado por qualquer vento de doutrina”. Não existe avivamento. O homem hoje está tentando tomar a iniciativa no buscar a Deus, através de métodos não bíblicos, isso não tem resultado em ação do Espírito Santo.
Mais tarde, ao meditar na conversa que tive com minha colega (início do artigo), eu conclui que realmente Deus está lançando os fundamentos de um avivamento, o Senhor Jesus silenciosamente está atraindo novamente um pequeno, mas crescente, grupo de pessoas até a sua Palavra. Isto resultara em uma nova Reforma (ou avivamento se preferirem), Deus fará (sempre partiu Dele)! O avivamento planejado por Deus, não tem nada a ver com os lenços suados, com as sementes, com as carteiras de trabalhos sobre uma mesinha, com os paletós mágicos, com os gritos, pulos, danças, transes, unções de risos, de leões, de colas, de sopros, de quedas. O avivamento que Deus esta trazendo tem a ver com Sua Palavra, com seu Evangelho Santo, outra marca do avivamento é que somente um é honrado no processo e este alguém não é o profeta, nem o apóstolo, nem o bispo, nem pastor algum, mas somente Jesus.
Se você caro leitor, não está retornando a Bíblia, as doutrinas basilares, aos Estudos Bíblicos, lamento lhe informar, mas vocês está longe de Deus. Precisa ser Avivado.
A Jesus Cristo meu Senhor, seja a Glória para Sempre!!!


Nota:
[1] Propositalmente eu não falei dos Pré-reformadores e dos pais da Igreja, que também desempenharam um valioso papel ao manter sempre um remanescente fiel a Cristo. Fiz isso por motivos óbvios, isso é apenas um resumo, dos avivamentos durante a história.
[2] Para compor esta seção eu utilizei quase que exclusivamente citações de J.C. Ryle e foram retiradas do site:
http://www.iqc.pt/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=1213, acesso em 17 de janeiro de 2011. A utilização das citações não tem valor comercial e não é minha intenção lucrar com elas.

Tim Keller – Sobre quem a Bíblia fala?



Por: Tim Keller. Website: redeemer.com
Tradução e Edição: Iprodigo.

domingo, 16 de janeiro de 2011

A Parada Comparada

Por: Pr. Luiz Sayrão

Nos últimos anos a sociedade tem percebido uma crescente visibilidade do movimento gay. Um dos sinais mais marcantes do movimento de raízes estrangeiras é o que tem sido chamado de Parada Gay. Tais manifestações públicas que gastam o meu e o seu dinheiro, pois recursos do estado são gastos em função da passeata, já se tornaram rotina. Em São Paulo, recentemente, foi divulgado que quase três milhões de pessoas participaram do evento. É difícil imaginar que quase 30% da cidade estivesse presente ali. Sem falar do fato de que a Avenida Paulista tem um movimento diário normal de um milhão de pessoas! O que nos surpreende é o tom exageradamente positivo dos meios de comunicação.

A pergunta que surge diante de tal visibilidade é simples: Qual é a razão disso? Qual é a função ou a razão de ser de tal parada? Confesso que não entendo! Isso me faz lembrar da história de uma imigrante chinesa que chegou ao Brasil há cerca de quarenta anos. Ela foi levada a uma festa junina e, sem saber do que se tratava, viu um casal dançando quadrilha com as roupas esfarrapadas. Sem entender o que se passava, a moça estrangeira pensou que aquilo era um casamento. Assustada, imaginou: “Que país mais estranho! Nunca vi uma noiva tão feia!” Sou obrigado a expressar minha consternação: Essa parada é uma grande charada! Não dá para entender nada!É claro que já posso ouvir os argumentos de muitos: “A parada é uma celebração da diversidade. É a valorização da opção diversificada.” Mas minha mente prossegue apurada, sem entender a parada! Interpretá-la já é uma parada! Se a parada fosse um movimento em favor da diversidade sexual, por exemplo, teria sido muito diferente. Eu esperaria ver um “grupo de polígamos”, um “grupo de mulheres adeptas da poliandria”, “um grupo de castos”, “um grupo de casais heterossexuais que fizeram bodas de ouro” (são minoria hoje), “um grupo de sacerdotes católicos virgens” (é uma opção sexual). E ainda poderíamos imaginar o grupo dos divorciados, dos monogâmicos restritos, dos pansexuais e até dos zoófilos! Não é assim com a parada; a parada é monotônica. Não tem nada de diversidade. É uma parada separada! Não propõe a inclusão dos diferentes!

Ao contemplar algumas poucas cenas da referida parada, pude ver pela televisão cenas que, pela lei, seriam censuradas. A liberdade exagerda dos participantes torna inútil até mesmo o conceito de atentado ao pudor. Será que em vez de diversidade, a parada procura celebrar o sexo, à semelhança dos antigos gregos e romanos!? Mas por que gastar dinheiro público com isso? Se a questão é sexualidade, não deveria ser diversificada? Democraticamente votada? A verdade é que a parada, em outros tempos censurada, parece aos mais velhos um tanto tarada. Algumas das suas cenas públicas, em tempos antigos, custariam algumas varadas, pois seus participantes numa euforia de tourada deixariam a multidão corada.

Pode ser, porém, que a parada tenha outro significado. Poderia tratar-se da celebração de um grupo rejeitado pela sociedade, que nasceu assim e precisa ser incluído. O foco da discussão seria essencialmente genético. No entanto, mais uma vez, creio que aparada precisa ser comparada. Essa parada parece um tanto murada, sem dar espaços às multidões de gente discriminada! Entre muitas possibilidades podemos destacar os obesos, os portadores de deficiência e as minorias raciais! Para minha surpresa, aparada não contemplou muita gente que precisaria ser curada, socialmente amparada. Mais uma vez, preciso dizer que a parada nada teve de dourada, pois permaneceu intencionalmente separada.

Diante do discurso solo da parada, que optou por ser separada e até mesmo murada, é preciso dar uma boa reparada. Afinal, o que o movimento da parada quer e exige! A preocupação de grande parte da sociedade civil com o movimento hoje não tem nada a ver com a sexualidade dos seus participantes. O problema está na convivência dos mesmos com grupos diferentes! Avaliemos a situação.

O movimento gay, que deve ser separado dos diversos indivíduos que convivem com a homossexualidade, parece pretender ampliar sua voz solo e calar todos os que pensam diferentemente de seus adeptos. Imagine o argumento pró-gay aplicado a outros grupos: vejamos o caso das pessoas obesas. Podemos argumentar que algumas são assim por opção e outras por razões genéticas. Mas imagine o que seria se nunca mais se pudesse questionar a obesidade? Imagine se ensinássemos a quem tem tendência a obesidade a desenvolvê-la sem aceitar quaisquer críticas! Por que um homossexual é melhor do que um obeso? A homossexualidade não pode tornar-se uma obrigação. Ficamos assustados quando vemos religiosos presos em alguns países por interpretarem a homossexualidade de modo diferente. Em Massachussets (EUA), crianças participam de aulas que induzem à homossexualidade, e tudo com dinheiro público! O narcisismo do movimento desconsidera outras opiniões e valores. Caminhamos na direção de um lobbyque quer punir quem pensa diferente. É o fim da liberdade de expressão! Creio que não demora o tempo quando um homossexual que deseja despertar “seu lado heterossexual” e “reprimir sua homossexualidade” seja punido pela lei!

O problema mais sério é que o movimento gay parece pretender que os homossexuais sejam cidadãos com direitos especiais, acima dos demais mortais. Além do fato de que não há dúvida de que se isso se confirmar, muita gente “se dirá homossexual” só para ter vantagens. Um exemplo prático é o caso da aposentadoria no Brasil! Imagine se um homossexual masculino consegue aposentar-se cinco anos antes (privilégio feminino no Brasil)! Estou certo de que “muitos malandros tupiniquins” farão de tudo para conseguir “seus direitos”.

Diante do fato do movimento gay não ter sequer considerado o respeito aos judeus ortodoxos de Jerusalém recentemente, a comunidade religiosa deve mobilizar-se, pois, em breve, padres, rabinos, monges e pastores serão presos por lerem textos bíblicos em seus cultos. Até a Bíblia corre o risco de ser confiscada.

Nossa sociedade democrática e pluralizada precisa respeitar os limites dos outros. O movimento gay, ainda que discordemos de seus pressupostos e práticas, tem o direito de agir como entender em seus limites, mas jamais poderá impor uma ditadura intolerante para outras pessoas. Tanto o gay como o religioso tem valor por serem pessoas, e não por suas particularidades. A verdade é que o movimento da parada pode ser uma grande furada, pois cheira a atitude revoltada. Se o movimento da parada murada quiser transformar nosso povo em gente azarada, com sua liberdade refreada, está na hora de propormos uma virada.

Não se esqueça de dar uma boa comparada entre as idéias do movimento com a Palavra que deixa a vida de quem a recebe plenamente sarada: “Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com parcialidade.” (Tg 2.1)

Fonte: [ Blog Fiel ]
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Humildade

por: Leandro Tarrataca

Leitura: (Mateus 5)
           Sabemos que existem pessoas que acreditam no dinheiro, pessoas que confiam em suas próprias capacidades, nos seus talentos, pessoas que confiam nos amigos. Mas o cristão bem aventurado, o cristão mais de que feliz, é aquele que reconhece não ter recurso algum e, portanto, ele deposita a sua confiança e dependência única e exclusivamente em Deus. Como diz Mateus 5:3, ele é bem aventurado porque ele é pobre de espírito. Lembre-se, Jesus, na verdade, não estava trazendo um conceito novo, ele estava trazendo verdades presentes no Antigo Testamento, principalmente nos Salmos.
           Algumas referências que tratam dessa mesma questão são: Salmo 34:6, o título desse Salmo nos diz que Davi, quando o escreveu estava numa situação muito difícil, ele estava sem qualquer outra forma de encontrar socorro, sofrendo lutas e perseguições, mas Deus o ouviu, Deus o amparou. Deus sempre ouve aquele que é pobre de espírito, daquele que necessita da Sua graça, daquele homem que bate no peito e diz “Deus, eu dependo exclusivamente de Ti”. O título do Salmo é o seguinte: Davi louva a Deus que respondeu a sua súplica e exorta a confiar Nele, e na seqüência diz, Salmo de Davi quando mudou o seu semblante perante Abimeleque que o expulsou e ele se foi. Esse é o título do Salmo 34. É importante você notar esse pano de fundo; Davi se encontrava como um pobre de espírito, Ele precisava apenas do Senhor, ele contava apenas com o Senhor e Deus o ouviu. O Salmo 35:10 nos diz assim: “Todos os meus ossos dirão: Senhor, quem contigo se assemelha? Pois livras o aflito daquele que é demais forte para ele; o mísero (o necessitado, o pobre) dos seus extorquidores.” Mais uma vez o mesmo conceito que Jesus apresentou no Novo Testamento.
          O Salmo 9:18 diz assim: “Pois o necessitado não será para sempre esquecido e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente” ou seja, o pobre não será para sempre esquecido. Aquele que confia em Deus tem a resposta de Deus garantida. Em cada uma das referências que lemos, o pobre é aquele que não tem ajuda. Ele não tem socorro, não tem recursos próprios, é uma pessoa aflita. Aquele que reconhece que a sua justiça não é própria, aquele que reconhece que seu poder não é próprio, que o seu socorro vem do Senhor. E eu e você precisamos considerar, todos os dias, essas verdade espirituais, que nós não somos, que nós não temos, que nós não podemos. Nós dependemos de Deus. Tenho a impressão de que as dificuldades vão surgindo no dia a dia para nos ensinar isso. Problemas aparentemente insolúveis, dificuldades gigantescas diante dos nossos olhos, situações que achamos que não conseguiremos vencer, mas quando percebemos que não somos, não temos, que somos apenas dependentes de Deus, aí então o socorro de Deus se apresenta.
          O texto diz em Mateus 5 “Bem aventurado é o pobre de espírito, porque deles é o reino de Deus”. Na oração do Pai Nosso, Jesus diz assim: “Pai nosso que estás no céu, venha o teu reino, seja feita a tua vontade”. O reino de Deus, do ponto de vista geral, é a sociedade onde a vontade de Deus é totalmente realizada. Acredito que no futuro haverá uma manifestação histórica do reino de Deus, acredito que Cristo virá e reinará como o Messias prometido. Mas para uma definição de termos, podemos dizer que o reino de Deus é a sociedade onde a vontade de Deus é feita. E só fazemos a vontade de Deus à medida que entendemos nossa fraqueza, nossa pobreza, nossa ignorância, e que pode nos faltar tudo na vida, mas não nos pode faltar Deus. Este é o perfil daquele que é sujeito do reino, daquele que é cidadão do reino. A igreja de Cristo se porta hoje na expectativa da inauguração histórica do reino de Deus, por isso hoje nós primeiro somos dependentes de Deus e porque somos dependentes Dele, nós fazemos aquilo que Deus quer que façamos; porque reconhecemos nossa limitação e nossa carência da manutenção de Deus em nossas vidas. Em outras palavras, nós precisamos nos esvaziar primeiro para que possamos ser cheios da graça de Deus. Em 2 Coríntios 3:5 encontramos um texto muito interessante que o apóstolo Paulo escreveu inspirado pelo Espírito Santo. “A nossa capacidade vem de Deus”. Lembre-se disso: não são os seus talentos, não é a sua capacidade, nossa suficiência que vem de Deus.
          Em Lucas 18:9-14 vemos uma passagem que deixa claro o que estamos falando, nós, homens, somos desprovidos de qualquer coisa que possa impressionar a Deus. Nossa salvação se dá pela graça, nossa vida cristã se dá pela graça, nossa obediência se dá pela graça. E, portanto, a pobreza de espírito é o que poderíamos chamar de antônimo de orgulho espiritual. Pense por um momento: orgulho foi o que derrubou Satanás e é o que tem derrubado líderes, destruído casamentos. Sentimento egoísta, admiração exagerada pelo próprio mérito.
          De tempos em tempos olhamos para homens, pregadores que caíram e pensamos: “Mas como caíram? Como uma pessoa tão capaz, tão eloqüente?” O orgulho espiritual. Quando as pessoas passam a acreditar que elas são, que elas têm, que elas podem elas já começaram a degringolar na fé. Um casamento que vive de orgulho, onde as pessoas não têm a coragem de dar o braço a torcer, um funcionário que não tem a coragem de reconhecer o seu erro, um filho que não reconhece o erro diante do pai. O orgulho destrói a estabilidade da vida das pessoas. A Bíblia condena a arrogância. O apóstolo Paulo escrevendo aos romanos deixou claro que não deveriam ser orgulhosos. Em Romanos 12:16 o apóstolo dá uma recomendação que é extremamente aplicável para os nossos dias: “Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes. Não sejais sábios em vós mesmos”.
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Artigo enviado por e-mail
Pastor Leandro Tarrataca é diretor executivo do Ministério Verdade Bíblica.