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sábado, 24 de julho de 2010

O sentido...... Que Todo o Ser Procura (4º Cap)

O VALE DOS ORIENTADORES
         Do outro lado da montanha, Pedro e Helena chegam a um vale de campinas verdejante, onde há flores por toda parte, ao longe muitas pessoas andavam de um lado para outro sem razão aparente, não havia cidades (nem sequer uma única casa) ali por perto o que tornava aquele aglomerado de gente ainda mais estranho.
          Pedro – Me empreste aquela bússola.
          Helena – Não está comigo. ficou com você.
          Pedro – Mais essa agora, ela deve ter caído no penhasco lá traz....
          Helena - Vamos até lá perguntar para aquelas pessoas pra que lado fica o leste.
         Os dois então caminharam na direção daquele amontoado de pessoas, que mais parecia um bando de ovelhas sem pastor, cada um andando para seu próprio caminho. O mais estranho é que eles estavam no meio do nada. E eles falavam hora com sigo mesmo, hora com outra pessoa ao seu lado. Pareciam perdidas embora eles, por incrível que pareça, não pensassem assim.  Quando os garotos se aproximaram Helena cutucou Pedro.
         Helena – Pergunte alguma coisa.
         Pedro – Acho que não é uma boa idéia,
         Helena – Há! Por que os homens não gostam de pedir informação?
         Pedro – Eles esbarram em nós, como se nem estivéssemos aqui. Eles parecem cegos embora enxerguem. Pense. O que eles estão fazendo aqui? Se não nenhuma cidade ou vila por perto, de onde eles vem?
         Helena – Tudo bem eu pergunto. Para nós mulheres isso é mais fácil.
         Helena* – Pra que lado fica o Leste? – Gritou a moça.
        Devido o berro a movimentação cessou, todos se voltaram para os dois, e lentamente levantaram as mãos apontando para direções diferentes uma das outras.
         Pedro (suspira) – Estamos Perdidos.
         Helena (sussurra) – Será que essa gente é burra?
         Uma das pessoas, a que estava mais próxima, diz:
         - O leste fica naquela direção – e apontou – mas se preferirem ir naquela tudo bem. Escolha a direção mais fácil, a que mais combina com vocês.
         Pedro – Mas precisamos ir para Leste. Na direção correta.
         - É tudo uma questão de escolha – disse outra pessoa.
         - Você nunca ouviu dizer que todos os caminhos levam a praça? – argumentou outra.
         O rapaz então olha para a amiga, que parece confusa, pensa por um instante e responde:
        Pedro – Mas isso não faz sentido. Eu nunca tentei ir à praça por muitos caminhos, mas certamente nem todos os caminhos levam até ela. Não adianta eu escolher o caminho mais bonito ou mais fácil, não adianta eu tomar a direção que mais me agrada, tenho que ir para a direção correta.
         - Nós somos os orientadores desse vale, ajudamos as pessoas a se orientar pelo mundo, por que não fica conosco, seja um orientador também? Não é difícil, é só dizer as pessoas o que elas querem ouvir indicar qualquer caminho que ela queira tomar e pronto, lucramos muito com isso, quem sabe seu Leste não é aqui?
         Pedro – Desculpe, mas não concordo com sua lógica, o Leste fica no Leste, e não aqui, além do mais não há sentido algum no que fazem para se beneficiar, são cegos condutores de cegos.
        Os orientadores, percebendo que o moço estava irredutível, retomaram suas atividades e os dois amigos voltaram a ser ignorados.
         Helena – E agora? O que faremos?
         Pedro – Boa pergunta. Vou tentar pensar em alguma coisa. Estes estão mais perdidos do que nós, cada um segue sua própria direção desorientada. Vamos sair daqui, essas pessoas andando de um lado para outro me deixam zonzo.
         Quando os jovens estavam saindo do meio daquela multidão, esbarraram num homem que, diferente dos demais, se virou e abriu um sorriso.
         Orientador – Ah! São vocês que querem ir para Leste. Certo?
         Helena que não queria muito papo e estava já irritada com aquelas pessoas respondeu asperamente:
          Helena – Sim. Mas vamos procurar o caminho sozinhos.
          Orientador – Bom, eu poderia ajudar. Conhecem os pontos cardeais?
          Pedro – Sim, é claro.
          O orientador continuou:
          Orientador – o Sol nasce desse lado e se põe naquele. Colocando o Leste na sua direita e o Oeste na esquerda logo terão todos os pontos, o Sul na retaguarda e o Norte à frente, com isso em mente podem tomar qualquer direção.
          Pedro e Helena se olharam, surpresos, já não esperavam receber qualquer informação correta vinda daquela gente.
           Pedro – Puxa obrigado, obrigado mesmo. Não sei como não pensei nisso antes. Mas o que faz um homem sensato no meio dessa gente tola?
          Orientador – Tento faze-los acordar para a realidade, além do mais nós somos os orientadores, antigamente só havia eu aqui, mas logo foram surgindo outros, quando percebi dar orientações havia virado uma profissão.
            Helena – Precisamos ir. Muito obrigada mesmo!
           Orientador – Não há de que. Agora lembre-se de sempre se guiarem pelo Sol. Espero que um dia um Sol muito maior do que este guie suas vidas.
           Enquanto deixavam aquele estranho grupo, conversavam sobre aquela gente esquisita, e o que poderiam encontrar pela frente. A saudade e o medo do desconhecido ainda permeavam seus corações, no entanto a ânsia de encontrar a verdade os impulsionava adiante.






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