Por: Diogo Henrique de Sá
Dias
tenebrosos estes que estamos passando. É triste que uma nação como o Brasil,
com tantos problemas sociais, e acometida de uma corrupção generalizada, possua
uma população tão alienada ao ponto de satisfazer com a política de Pão e Circo
oferecida seu governo. Não importa se os políticos afundam a educação a saúde e
a economia da nação, se tiver Futebol e Carnaval ta tudo certo! Os governos
Federal, Estadual e municipal investem bilhões, que poderiam ser utilizados em educação
e saúde em uma festa ridícula como esta.
Mas
que festa é essa que corrompe noção e é tida como a maior festa popular do
Brasil?
Origem
A palavra seria derivada da expressão do latim "carnem
levare", modificada depois para "carne, vale!" (adeus, carne!),
palavra originada entre os séculos XI e XII que designava a quarta-feira de
cinzas e anunciava a supressão da carne devido à Quaresma. Provavelmente vem
também daí a denominação "Dias Gordos", onde a ordem é transgredida e
os abusos tolerados, em contraposição ao jejum e à abstenção total do período
vindouro (Dias Magros da Quaresma).
Não
é possível estabelecer a origem desta festa, mas segundo definição genérica, o carnaval é uma festa
popular coletiva, que foi transmitida oralmente através dos séculos, como
herança das festas pagãs realizadas a 17 de dezembro (Saturnais - em honra a
deus Saturno na mitologia grega.) e 15 de fevereiro (Lupercais - em honra a
Deus Pã, na Roma Antiga.). Na verdade, não se sabe ao certo qual a origem do
carnaval, assim como a origem do nome, que continua sendo polêmica.
Alguns estudiosos afirmam
que a comemoração do carnaval tem suas raízes em alguma festa primitiva, de
caráter orgíaco, realizada em honra do ressurgimento da primavera. De fato, em
certos rituais agrários da Antigüidade, 10 mil anos A.C., homens e mulheres
pintavam seus rostos e corpos, deixando-se enlevar pela dança, pela festa e
pela embriaguez.
Originariamente os
católicos começavam as comemorações do carnaval em 25 de dezembro,
compreendendo os festejos do Natal, do Ano Novo e de Reis, onde predominavam
jogos e disfarces. Na Gália, tantos foram os excessos que Roma o proibiu por
muito tempo. O papa Paulo II, no século XV, foi um dos mais tolerantes, permitindo
que se realizassem comemorações na Via Lata, rua próxima ao seu palácio. Já no
carnaval romano, viam-se corridas de cavalo, desfiles de carros alegóricos,
brigas de confetes, corridas de corcundas, lançamentos de ovos e outros
divertimentos.
O baile de máscaras,
introduzido pelo papa Paulo II, adquiriu força nos séculos XV e XVI, por
influência da Commedia dell'Arte. Eram sucesso na Corte de Carlos VI.
Ironicamente, esse rei foi assassinado numa dessas festas fantasiado de urso.
As máscaras também eram confeccionadas para as festas religiosas como a
Epifania (Dia de Reis). Em Veneza e Florença, no século XVIII, as damas
elegantes da nobreza utilizavam-na como instrumento de sedução.
Na França, o carnaval
resistiu até mesmo à Revolução Francesa e voltou a renascer com vigor na época
do Romantismo, entre 1830 e 1850. Manifestação artística onde prevalecia a
ordem e a elegância, com seus bailes e desfiles alegóricos, o carnaval europeu
iria desaparecer aos poucos na Europa, em fins do século XIX e começo do século
XX.
No Brasil a festa tem
origem no entrudo
português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e
farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha
um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje
no Carnaval. O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi
influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países
como Itália e França, o carnaval ocorria em formas
de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias.
Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados
ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.
No
Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos,
cordões e os famosos "corsos". Estes últimos tornaram-se mais
populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus
carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos
carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais. No século XX, o carnaval foi
crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento
ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o
carnaval cada vez mais animado.
Posição
da Igreja
O
Carnaval é o ápice da degradação da sociedade, um caos dos pontos de vista
social, econômico, político e religioso (cristão).
- Social porque a sociedade perde muito
com o carnaval. com relação ao número de mortes, de consumo de álcool e drogas,
além do aumento de HIV’s positivos, isso sem contar o baixo padrão moral da
nação evidenciado nestes dias.
- Econômico porque bilhões de reais que
poderiam ser investidos em outras áreas de extrema necessidade, como saúde,
educação, infra-estrutura etc, são gastos diretamente com esta festa maldita.
Existe ainda as perdas indiretas com a festa, as mortes, acidentes de trânsito,
os prejuízos são incontáveis.
- Político porque os políticos aproveitam
da alienação da população para aprovar medidas que beneficiem somente a eles,
além da corrupção, desvios de verbas destinadas ao carnaval que acaba indo
parar no bolso destes mesmos políticos, a nação só perde com isso.
- Religioso porque se tratando do
cristianismo, a Igreja acaba cedendo as demandas externas e fazendo concessões,
é o caso das cinzas dadas pela Igreja Católica para que o fiel possa se
purificar dos pecados cometidos. Os protestantes também precisam lidar com essa
questão, já que alguns jovens (e alguns não tão jovens assim) abandonam a
comunidade neste período para poderem se dedicar a saciar a sua carnalidade.
A Igreja
evangélica adota três posturas com relação ao carnaval:
1. A Igreja aproveita as festas para também dar
vazão a sua carnalidade.
Algumas igrejas evangélicas interagem de tal forma com os
populares, que lançam seus carros alegóricos e blocos nas ruas, sob pretexto de
evangelizar acaba participando da promiscuidade própria dos folguedos. Essa
postura pode até apresentar aparente resultado, alto número de decisões, mas
não ocorre conversões genuínas (verdadeiros convertidos desprezam o mundanismo).
Porém uma comunidade cristã, que prima por se identificar com o mundo ao invés
de romper com ele, é uma comunidade fracassada, a Palavra de Deus não faz
concessão, ela não faz tratos, nem acordos, precisa ecoar a voz do apóstolo
João em nossos ouvidos:
“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém
ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo,
a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vêm
do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas
aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:15-17)
Outras passagens bíblicas nos orientam a
fugir de buscarmos um estilo de vida que não condiz com a Vida que possuímos em
Cristo:
“Abstende-vos de toda a aparência do mal.” (1ª Tes. 5:22)
“Porventura andarão dois
juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3:3)
“E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que
parte tem o fiel com o infiel?” (2 Coríntios 6:15)
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque,
que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as
trevas?” (2 Coríntios 6:14)
Dessa forma embora haja alguns
argumentos a favor desta prática, biblicamente ela é infundada, anticristã, e
porque não dizer humana e demoníaca, uma vez que expõe os cristãos a
imoralidade.
2. A Igreja envia seus jovens
para os retiros espirituais.
Com relação a isso não existe nenhuma postura contraria
desde que os retiros sejam realmente baluartes para que os jovens sejam expostos
à meditação séria da Palavra de Deus, e também de oração. Dessa forma o
carnaval seria uma oportunidade muito boa de ensinar nossos jovens sobre as
verdades a respeito de Deus, eles estariam virtualmente longe das influências
externas ao retiro. Dessa forma o retiro seria uma oportunidade para
crescimento espiritual dos nossos jovens.
Isso acontece na prática? Receio que não. Na verdade os
jovens encaram o retiro como um local onde eles podem fazer o que quiserem
longe dos olhos dos pais. A própria organização dos retiros primam pelo lazer
em detrimento da busca sedenta por um estreitamento na relação com Deus. Para que
os retiros se tornem uma opção válida para nós cristãos é necessário que haja
um repensar das lideranças de mocidade, além dos próprios jovens serem despertados
para sua situação em relação à Cristo e sua mensagem, os pais devem estar muito
atento com relação a isso, alguns pais querendo se eximir da responsabilidade
de ensinar seus filhos, entregam essa responsabilidade cegamente nas mãos de
pessoas que as vezes estão despreparadas.
3. A Igreja mantém os trabalhos normais.
Algumas comunidades não adotam nenhum trabalho
diferenciado em relação a carnaval. Para estas comunidades uma festa dedicada a
satisfazer a carne não pode determinar seu calendário, e assim estas
comunidades continuam exercendo seu papel de Oasis no deserto para aqueles que
estão longe de Cristo e sofrem nestes dias. A Igreja assim pode se dedicar ao
evangelismo e atividades normais de pregação da Palavra e da oração, bem como a
pratica das boas obras.
Resumindo
O carnaval é um período de caos social, a Igreja foi
colocada no mundo para ser luz e sal. Assim sendo ela não pode se misturar ao
ponto de ser irrelevante, nem se esconder ao ponto de exercer sua função, mas
deve ser colocado em local visível para que possa resplandecer a luz de Cristo
no meio de uma sociedade adoecida pelo pecado.
Referencias
Bibliográficas
<http://www.cacp.org.br/midia/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=1089&menu=16&submenu=3>
acesso em 19/02/12.
<http://www.suapesquisa.com/carnaval/>
acesso em 20/02/12