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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Por que o justo sofre?



R. C. Sproul

No âmago da mensagem do livro de Jó, acha-se a sabedoria que responde à questão a respeito de como Deus se envolve no problema do sofrimento humano. Em cada geração, surgem protestos, dizendo: “Se Deus é bom, não deveria haver dor, sofrimento e morte neste mundo”.
Com este protesto contra as coisas ruins que acontecem a pessoas boas, tem havido tentativas de criar um meio de calcular o sofrimento, pelo qual se pressupõe que o limite da aflição de uma pessoa é diretamente proporcional ao grau de culpa que ela possui ou pecados que comete.
No livro de Jó, o personagem é descrito como um homem justo; de fato, o mais justo que havia em toda a terra. Mas Satanás afirma que esse homem é justo somente porque recebe bênçãos de Deus. Deus o cercou e o abençoou acima de todos os mortais; e, como resultado disso, Satanás acusa Jó de servir a Deus somente por causa da generosa compensação que recebe de seu Criador.
Da parte do Maligno, surge o desafio para que Deus remova a proteção e veja que Jó começará a amaldiçoá-Lo. À medida que a história se desenrola, os sofrimentos de Jó aumentam rapidamente, de mal a pior. Seus sofrimentos se tornam tão intensos, que ele se vê assentado em cinzas, amaldiçoando o dia de seu nascimento e clamando com dores incessantes. O seu sofrimento é tão profundo, que até sua esposa o aconselha a amaldiçoar a Deus, para que morresse e ficasse livre de sua agonia. Na continuação da história, desdobram-se os conselhos que os amigos de Jó lhe deram — Elifaz, Bildade e Zofar. O testemunho deles mostra quão vazia e superficial era a sua lealdade a Jó e quão presunçosos eles eram em presumir que o sofrimento indescritível de Jó tinha de fundamentar-se numa degeneração radical do seu caráter.
Eliú fez discursos que traziam consigo alguns elementos da sabedoria bíblica. Todavia, a sabedoria final encontrada neste livro não provém dos amigos de Jó, nem de Eliú, e sim do próprio Deus. Quando Jó exige uma resposta de Deus, Este lhe responde com esta repreensão: “Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento? Cinge, pois, os lombos como homem, pois eu te perguntarei, e tu me farás saber” (Jó 38.2, 3). O que resulta desta repreensão é o mais vigoroso questionamento já feito pelo Criador a um ser humano. A princípio, pode parecer que Deus estava pressionando Jó, visto que Ele diz: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra?” (v. 4) Deus levanta uma pergunta após outra e, com suas perguntas, reitera a inferioridade e subordinação de Jó. Deus continua a fazer perguntas a respeito da habilidade de Jó em fazer coisas que lhe eram impossíveis, mas que Ele podia fazer. Por último, Jó confessa que isso era maravilhoso demais. Ele disse: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (42.5-6).
Neste drama, é digno observar que Deus não fala diretamente a Jó. Ele não diz: “Jó, a razão por que você está sofrendo é esta ou aquela”. Pelo contrário, no mistério deste profundo sofrimento, Deus responde a Jó revelando-se a Si mesmo. Esta é a sabedoria que responde à questão do sofrimento — a resposta não é por que tenho de sofrer deste modo particular, nesta época e circunstância específicas, e sim em que repousa a minha esperança em meio ao sofrimento. A resposta a essa questão provém claramente da sabedoria do livro de Jó: o temor do Senhor, o respeito e a reverência diante de Deus, é o princípio da sabedoria. Quando estamos desnorteados e confusos por coisas que não entendemos neste mundo, não devemos buscar respostas específicas para questões específicas, e sim buscar conhecer a Deus em sua santidade, em sua justiça e em sua misericórdia. Esta é a sabedoria de Deus que se acha no livro de Jó. 
    

 


 
artigo publicado originalmente em: http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=233

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pregando a Cristo



R. C. Sproul


            A igreja do século XXI enfrenta muitas crises. Uma das mais sérias é a crise de pregação. Filosofias de pregação amplamente diversas competem por aceitação no clero contemporâneo. Alguns veem o sermão como um discurso informal; outros, como um estímulo para saúde psicológica; outros, como um comentário sobre política contemporânea. Mas alguns ainda veem a exposição da Escritura Sagrada como um ingrediente necessário ao ofício de pregar.

            À luz desses pontos de vista, sempre é proveitoso ir ao Novo Testamento para procurar ou determinar o método e a mensagem da pregação apostólica apresentados no relato bíblico.

                  Em primeira instância, temos de distinguir entre dois tipos de pregação. A primeira tem sido chamada kerygma; a segunda,didache. Esta distinção se refere à diferença entre proclamação (kerygma) e ensino ou instrução (didache).

               Parece que a estratégia da igreja apostólica era ganhar convertidos por meio da proclamação do evangelho. Uma vez que as pessoas respondiam ao evangelho, eram batizadas e recebidas na igreja visível. Elas se colocavam sob uma exposição regular e sistemática do ensino do apóstolos, por meio de pregação regular (homilias) e em grupos específicos de instrução catequética.

              Na evangelização inicial da comunidade gentílica, os apóstolos não entraram em grandes detalhes sobre a história redentora no Antigo Testamento. Tal conhecimento era pressuposto entre os ouvintes judeus, mas não era argumentado entre os gentios. No entanto, mesmo para os ouvintes judeus, a ênfase central da pregação evangelística estava no anúncio de que o Messias já viera e inaugurara o reino de Deus.

                Se tomássemos tempo para examinar os sermões dos apóstolos registrados no livro de Atos dos Apóstolos, veríamos neles uma estrutura comum e familiar. Nesta análise, podemos discernir a kerygma apostólica, a proclamação básica do evangelho. Nesta kerygma, o foco da pregação era a pessoa e a obra de Jesus. O próprio evangelho era chamado o evangelho de Jesus Cristo. O evangelho é sobre Jesus. Envolve a proclamação e a declaração do que Cristo realizou em sua vida, em sua morte e em sua ressurreição. Depois de serem pregados os detalhes da morte, da ressurreição e da ascensão de Jesus para a direita do Pai, os apóstolos chamavam as pessoas a se convertem a Cristo – a se arrependerem de seus pecados e receberem a Cristo, pela fé.

               Quando procuramos inferir destes exemplos como a igreja apostólica realizou a evangelização, temos de perguntar: o que é apropriado para transferirmos os princípios da pregação apostólica para a igreja contemporânea? Algumas igrejas acreditam que é imprescindível o pastor pregar o evangelho ou comunicar a kerygma em todo sermão que ele pregar. Essa opinião vê a ênfase da pregação no domingo de manhã como uma ênfase de evangelização, de proclamação do evangelho. Hoje, muitos pregadores dizem que estão pregando o evangelho com regularidade, quando em alguns casos nunca pregaram o evangelho, de modo algum. O que eles chamam de evangelho não é a mensagem a respeito da pessoa e da obra de Cristo e de como sua obra consumada e seus benefícios podem ser apropriados pela pessoa, por meio da fé. Em vez disso, o evangelho de Cristo é substituído por promessas terapêuticas de uma vida de propósitos ou de ter realização pessoal por vir a Cristo. Em mensagens como essas, o foco está em nós, e não em Jesus.

                      Por outro lado, examinando o padrão de adoração da igreja primitiva, vemos que a assembleia semanal dos santos envolvia reunirem-se para adoração, comunhão, oração, celebração da Ceia do Senhor e dedicação ao ensino dos apóstolos. Se estivéssemos lá, veríamos que a pregação apostólica abrangia toda a história redentora e os principais assuntos da revelação divina, não se restringindo apenas à kerygma evangelística.

             Portanto, a kerygma é a proclamação essencial da vida, morte, ressurreição, ascensão e governo de Jesus Cristo, bem como uma chamada à conversão e ao arrependimento. É esta kerygma que o Novo Testamento indica ser o poder de Deus para a salvação (Rm 1.16). Não pode haver nenhum substituto aceitável para ela. Quando a igreja perde sua kerygma, ela perde sua identidade.

Traduzido por: Francisco Wellington Ferreira
Copyright © R. C. Sproul / Tabletalk Magazine
Copyright © Editora Fiel 2012
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R. C. Sproul nasceu em 1939, no estado da Pensilvânia. É ministro presbiteriano, pastor da Igreja St. Andrews Chapel, na Florida; fundador e presidente do ministério Ligonier, professor e palestrante em seminários e conferências; autor de dezenas de livros, vários deles publicados em português; possui um programa de rádio chamado: Renove sua Mente, o qual é transmitido para uma grande audiência nos EUA e para mais de 60 outros países; Suas graduações incluem passagem pelas seguintes universidades e centros de estudos teológicos: Westminster College, Pennsylvania, Pittsburgh Theological Seminary, Universidade livre de Amsterdã e Whitefield Theological Seminary. É casado com Vesta Ann e o casal tem dois filhos, já adultos.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Fanáticos ou Defensores da Verdade?



John Kennedy

Em tempos como o nosso é fácil alguém parecer fanático, se mantém uma firme convicção sobre a verdade e quando se mostra cuidadoso em ter certeza de que sua esperança procede do céu. Nenhum crente pode ser fiel e verdadeiro nesses dias, sem que o mundo lhe atribua a alcunha de fanático. Mas o crente deve suportar esse título. É uma marca de honra, embora a sua intenção seja envergonhar. É um nome que comprova estar o crente vinculado ao grupo de pessoas das quais o mundo não era digno, mas que, enfrentando a ignomínia por parte do mundo, fizeram mais em benefício deste do que todos aqueles que viviam ao seu redor. O mundo sempre sofre por causa dos homens que honra. Os homens que trazem misericórdia ao mundo são os que ele odeia.

Sim! Os antigos reformadores eram homens fanáticos em sua época. E foi bom para o mundo eles terem sido assim. Estavam dispostos a morrer, mas não comprometeriam a verdade. Submeter-se-iam a tudo por motivo de consciência, mas em nada se sujeitariam aos déspotas. Sofreriam e morreriam, mas temiam o pecado. Esse fanatismo trouxe liberdade para a sua própria terra natal, como bem demonstra o exemplo dos reformadores escoceses. O legado deixado por esses homens - cujo lar eram as cavernas na montanha e cuja única mortalha era a neve, que com freqüência envolvia seus corpos quando morriam por Cristo - é uma dádiva mais preciosa do que todas as oferecidas por reis que ocuparam o trono de seus países ou por todos os nobres e burgueses que possuíam suas terras. Sim, eles eram realmente fanáticos, na opinião dos zombadores cépticos e perseguidores cruéis; e toda a lenha com a qual estes poderiam atear fogueiras não seria capaz de queimar o fanatismo desses homens de fé.

Foram esses implacáveis fanáticos, de acordo com a estimativa do mundo, que encabeçaram a cruzada contra o anticristo, quando na época da Reforma desceu fogo do céu e acendeu em seus corações o amor pela verdade. Esses homens, através de sua inabalável determinação, motivados por fé viva, venceram em épocas de severas provações, durante as quais eles ergueram sua bandeira em nome de Cristo. Um lamurioso Melanchthon teria barganhado o evangelho em troca de paz. A resoluta coragem de um Lutero foi necessária para evitar esse sacrifício. Em todas as épocas, desde o início da igreja, quando a causa da verdade emergiu triunfante sobre o alarido e a poeira da controvérsia, a vitória foi conquistada por um grupo de fanáticos que se comprometeram solenemente na defesa dessa causa. Existe hoje a carência de homens que o mundo chame de 'fanáticos'. Homens que possuem pulso fraco e amor menos intenso pouco farão em benefício da causa da verdade e dos melhores interesses da humanidade. Eles negociarão até sua esperança quanto à vida por vir em troca da honra proveniente dos homens e da tranqüilidade resultante do comprometimento do evangelho. Há muitos homens assim em nossos dias, mesmo nas igrejas evangélicas e na linha de frente do evangelicalismo; homens que se gloriam de uma caridade indiscriminada em suas considerações, de um sentimento que rejeita o padrão que a verdade impõe; homens que aprenderam do mundo a zombar de toda a seriedade, a queixarem- se da escrupulosidade de consciência e a escarnecer de um cristianismo que se mantém através da comunhão com os céus! Esses têm os seus seguidores. Um amplo movimento emergiu afastado do cristianismo vital, de crenças fixas e de um viver santo. As igrejas estão sendo arrastadas nessa corrente. Aproxima-se rapidamente o tempo em que as únicas alternativas serão ou a fé viva ou o cepticismo declarado.

Uma violenta maré se abate sobre nós nessa crise, e poucos mostram-se zelosos em resistir. Não podemos prever qual será o resultado nas igrejas, nas comunidades e nos indivíduos, tampouco somos capazes de tentar conjeturá-lo sem manifestar sentimentos de tristeza. Contudo, uma vitória segura é o destino da causa da verdade. E, até que chegue a hora de seu triunfo, aqueles que atrelaram seus interesses à carruagem do evangelho perceberão que fazem parte de um grupo que está diminuindo, enquanto avançam até àquele dia; seu sentimento de solidão se aprofundará, enquanto seus velhos amigos declinarão à negligência, a indiferença se converterá em zombaria, e as lamúrias se transformarão em amarga inimizade. Eles levarão adiante a causa da verdade somente em meio aos escárnios dos incrédulos e às flechas dos perseguidores.

Mas nenhum daqueles que amam a verdade - aqueles cujos olhos sempre descansaram na esperança do evangelho - deve acovardado fugir das provações. Perecer lutando pela causa da verdade significa ser exaltado no reino da glória. Ser massacrado até à morte, pelos movimentos de perseguição, significa abrir a porta da prisão, para que o espírito redimido passe da escravidão ao trono. Em sua mais triste hora, aquele que sofre por causa da verdade não deve recusar a alegria que os lampejos da mensagem profética trazem ao seu coração, quando brilham através das nuvens de provação. O seu Rei triunfará em sua causa na terra e seus amigos compartilharão da glória dEle. Todas as nações sujeitar-se-ão ao seu domínio. As velhas fortalezas de incredulidade serão aniquiladas até ao pó. A iniqüidade esconderá sua face envergonhada. A verdade, revelada dos céus, receberá aceitação universal e será gloriosa no resplendor de seu bendito triunfo aos olhos de todos. 

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ARTIGO RECEBIDO POR E-MAIL.
DEVOCIONAL DO MÊS DA EDITORA FIEL.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

PODE O HOMEM ROUBAR A DEUS?


Parece que sim... 


Parte interna da Basílica de São Pedro

Estou lendo o livro: "Reimaginando a Igreja" de Frank Viola e numa reflexão sobre o lugar de ajuntamento da Igreja ele traz a informação de que as denominações ditas cristãs dos EUA possuem um patrimônio estimado de mais de U$ 230.000.000.000,00 (duzentos e trinta bilhões de dólares) só em imóveis. Estima-se também que os cristãos americanos doam cerca de 9 a 11 bilhões de dólares todos os anos só para manterem os edifícios onde se reúnem. 

Em uma pesquisa rápida pela internet, li um artigo sobre o patrimônio da Igreja Católica Romana no mundo inteiro que está estimado em cerca de U$ 330.000.000.000.000,00 (trezentos e trinta TRILHÕES de dólares)!!! Só na Itália, a Igreja Católica é dona de mais de 1/4 dos imóveis existentes.

Em São Paulo, essa mesma denominação possui no centro da cidade e em todas as cercanias inúmeros prédios comerciais alugados. A média de aluguel ronda os 60 reais/m². Há lojas com 1000 m² ou mais, que não podem ser vendidas pela igreja, que rendem R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), ou mais, por mês de aluguel.

Ainda não existe uma estimativa sobre o patrimônio das denominações evangélicas no Brasil, mas estima-se que somente a igreja universal teria arrecadado entre 2001 e 2008, algo em torno de R$ 8.000.000.000,00 (oito bilhões de reais) em doações de seus aproximadamente 8 milhões de seguidores. Mas, como existe todo um mistério em torno dos valores reais e das atividades empresariais deste grupo religioso e de seu líder máximo, Edir Macedo, a quantidade real pode ser muito superior.

Conforme matéria publicada na revista "Veja", a igreja uiversal repassa recursos anualmente para a emissora Record. Foram R$ 240 milhões em 2006, outros R$ 320 milhões em 2007 e R$ 400 milhões em 2008. A igreja ainda é dona dos principais imóveis que a emissora ocupa. 

Agora imaginem o quanto arrecada e quão grande é o patrimônio das assembléias de "deus"? Sendo que esta é considerada a maior denominação existente no Brasil. 

Isso sem falar nas constantes denúncias de desvio de dinheiro do caixa dessas "igrejas" que todos os meses aparecem. Só na igreja cristã maranata outro dia falou-se em mais de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) desviados. 

Outro dia fiquei sabendo de um desvio também na igreja videira de Goiânia, de pelo menos uns R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) de um sujeito que fazia parte da tesouraria.

Nem vou falar dos milhões e bilhões de dólares e reais que são investidos todos os anos em programas de televisão, rádio e mídias impressas para supostamente divulgar o evangelho. Dinheiro este que normalmente vai para as mãos de iníquos.
 
Faça as contas mentalmente e pense em quantas coisas poderíamos de fato fazer pelo Evangelho se os irmãos das instituições parassem de roubar a Deus e começassem a investir em vidas e nas pessoas que fazem parte da verdadeira Igreja de Cristo.

Talvez você pense assim: "mas minha igreja é tão pequena comparada a esses grandes." Porém, o efeito é cumulativo e multiplicativo, sua igreja acumula sei lá, R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) em patrimônio (ou menos) a da outra esquina, mais outro tanto e assim por diante, chegamos a números impressionantes do dinheiro de dízimos e ofertas que são gastos em coisas, enquanto as pessoas estão morrendo de fome, inclusive outros cristãos como eu e você.

Imagine um mundo em que a Igreja Santa e Gloriosa de Cristo pegasse cada recurso de seus caixas, imóveis e patrimônios em ouro, prata, jóias, bens móveis e investisse para que todos tivéssemos tudo em comum e de modo que ninguém tivesse falta de nada (Atos 2:44)?

Imagine um mundo em que seu pastor parasse de pedir tanto dinheiro para construir isso ou aquilo, ou para que seu programinha de meia tijela não saísse do ar, mas, tão somente, passasse a administrar o dinheiro que fosse depositado aos seus pés para que os pequeninos do Senhor recebessem mais do que meras palavras vazias? 

Imagine só por um segundo que sua denominação deixasse de existir, encerrasse o CNPJ e vendesse tudo o que tem e distribuísse aos pobres, como Jesus propôs ao Jovem rico: 

"Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me." (Lucas 18:22)

Ora meus amados, é como está escrito:

"Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder. " (1 Coríntios 4:20)

"A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; " (1 Coríntios 2:4 )

"Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós." (1 Tessalonicenses 1:5)

Por isso eu conclamo a todos os líderes, padres, pastores e vendilhões dos templos, arrependam-se em quanto é tempo e aprendam o que Jesus disse: "Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento." (Mateus 9:13)
 
E aos frequentadores dos templos eu rogo em amor: Pare de financiar a construção dessas torres e gastar o vosso dinheiro naquilo que não é pão (Isaías 55:2).



"Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;" 
Mateus 25:35


Quem tem ouvidos ouça...

Comente, Divulgue e clame você também

Giuliano Miotto
Yeshua h

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

CRISTÃO E OS PREGADORES DA PROSPERIDADE


Abaixo segue um trecho do famoso livro O Peregrino de John Bunyan. Neste capítulo Cristão e Esperança se deparam com Interesse-Próprio e seus companheiros: Apego-ao-Mundo, Amor-ao-Dinheiro e Avareza.
Sugiro fortemente a leitura e aviso:
QUALQUER SEMELHANÇA NÃO É APENAS COINCIDÊNCIA!
Vi, então, no meu sonho, que Cristão e Esperança o abandonaram, conservando-se ambos a certa distância na sua frente. Um deles, olhando para trás, viu três homens que seguiram Interesse-Próprio, o qual cumprimentou respeitosamente quando eles se aproximaram, recebendo em troca afetuosas saudações. Eram estes três recém-chegados os senhores Apego-ao-Mundo, Amor-ao-Dinheiro e Avareza, antigos conhecidos de Interesse-Próprio, que juntamente com ele freqüentavam a escola do senhor Cobiça, na cidade de Amor-ao-Ganho. Esse sábio professor ensinara-lhes a arte de adquirir, tanto pela violência, pela fraude, pela adulação e pela mentira, como sob o pretexto de religião, e todos os quatro tinham aproveitado com as lições, a ponto de poder qualquer deles tomar sobre si o encargo de reger a escola.
Depois de se haverem saudado reciprocamente, como já disse, Amor-ao-Dinheiro perguntou a Interesse-Próprio quem eram os que iam na frente, pois ainda avistava ao longe Cristão e Esperança.
Interesse-Próprio – São dois habitantes dum país longínquo, que vão peregrinando a seu modo.
Amor-ao-Dinheiro – Que pena é não se terem demorado mais um pouco, para podermos gozar da sua boa companhia, porque todos somos peregrinos!
Interesse-Próprio – É verdade; mas aqueles são tão rígidos, amam tanto as suas idéias, e têm tão pouca consideração pelas de outrem, que, por mais piedoso que seja, ninguém lhes agrada se não pensa como eles, e logo se apartam da sua companhia.
Avareza – Isso é mau; mas há muitos exemplos de pessoas demasiado justas, cuja rigidez os faz julgar e condenar a todos, exceto a si próprias. Quais eram, então, os pontos em que divergiam as suas opiniões?
Interesse-Próprio – Eles asseguram, na sua inflexibilidade, que devem prosseguir em seu caminho contra todos os demais, enquanto eu quero esperar o vento e a maré; eles não duvidam arriscar tudo por Deus, e eu desejo aproveitar-me de todas as ocasiões para assegurar a minha segurança e os meus bens; eles empenham-se em sustentar as suas idéias, ainda que estejam em oposição às de todo o mundo, e eu sigo os preceitos da religião enquanto e até onde permitem os tempos e a minha própria segurança; eles estimam a religião, ainda que seja pobre e desgraçada, eu estimo-a quando ela anda com esplendor e com aplauso.
Apego-ao-Mundo – Tendes vós muita e muita razão. Pela minha parte, considero muito tolo aquele que, podendo guardar o que tem, é tão néscio que o deixa perder. Sejamos sábios como serpentes e ceifemos a erva em tempo próprio. A abelha conserva-se imóvel durante o inverno, e só aparece quando pode reunir o proveito com prazer. Deus manda o sol e a chuva, alternadamente. Se eles querem andar à chuva, deixemo-los, e vamos nós andando com o bom tempo. Pela minha parte, prefiro a religião que seja compatível com a posse e com as dádivas de Deus. Pois se Deus nos concedeu as coisas boas da vida, quem será tão destituído de razão que possa imaginar que o Senhor não quer que as conservemos e guardemos por causa dele? Abraão e Salomão enriqueceram – na sua religião. Jó diz-nos que o homem bom entesourará ouro como pó. Mas, por certo, não seria assim com esses que vão aí adiante, se efetivamente são como vós dizeis.
[...]
Interesse-Próprio – Amigos, pelo que se vê, todos somos peregrinos, e, para melhor nos apartarmos das coisas más, permitam-me que lhes proponha uma questão. Suponhamos que um pastor de almas, ou um comerciante, a quem se apresentasse a ocasião de possuir as boas coisas desta vida, mas que não pudesse alcançá-las de modo algum sem que fizesse, pelo menos na aparência, extraordinariamente zeloso em algum ponto da religião, com que até então se não houvesse importado muito; não lhe será permitido empregar os meios necessários para obter o seu fim, sem por isso deixar de ser homem honrado?
Amor-ao-Dinheiro – Vejo o fundo da vossa questão, e, com o amável consentimento destes cavalheiros, vou dar-vos uma resposta, que considerarei primeiro em relação ao pastor. Imaginemos um homem desta classe, um homem bom, que possui um benefício muito pequeno, e que, na expectativa de outro mais cômodo e mais rendoso, tem ensejo de obter, com a condição de ser mais estudioso, de pregar mais e com maior zelo; apesar das opiniões contrárias, eu não vejo razão alguma para que este homem não possa fazer isso e ainda muito mais, uma vez que tenha ocasião, e sem deixar de ser homem honrado. E por que?
1º) Desejar um benefício melhor é lícito, sem a menor contradição, posto que seja a Providência que o depara; e assim pode obtê-lo se isto está ao seu alcance e não se prende com questões de consciência.
2º) Além do que, o desejo desse benefício torna-o mais estudioso e mais zeloso pregador, obriga-o a cultivar mais o seu talento, tudo o que é, sem dúvida, muito em conformidade com a vontade de Deus.
3º) Quanto a acomodar-se ao caráter do seu povo, deponho em suas asas alguns dos seus princípios, isto supõe: a) que é dotado dum espírito cheio de abnegação; b) de proceder doce e atrativo; c) que é mais apto, portanto, para o ministério pastoral.
4º) Deduzo, pois, que um pastor, que troca um benefício pequeno por outro maior não deve ser alcunhado de avarento. Antes, pelo contrário, deve considerar-se que não faz senão seguir a sua vocação e aproveitar-se da oportunidade de fazer o bem que se lhe depara.
Quanto à segunda parte da questão, isto é, com referência ao negociante, suponhamos que o seu negócio é muito reduzido, mas que, tornando-se religioso, pode melhorar de sorte, encontrando talvez uma esposa rica, ou maior número de fregueses. Quanto a mim não vejo razão alguma para que isto não possa fazer-se com lisura; porque,
1º) tornar-se religioso é uma virtude, qualquer que seja o caminho que se siga para o realizar;
2º) também não é ilícito procurar uma esposa rica ou mais e melhores fregueses;
3º)além do que, o homem que alcança estas coisas fazendo-se religioso, obtém uma coisa boa de outras igualmente boas, e torna-se a si mesmo bom; consegue muitas coisas boas, boa esposa, bons fregueses, bons ganhos, e torna-se bom. Logo, fazer-se religioso para obter todas estas coisas é uma tentação boa e de proveito.
Estas palavras de Amor-ao-Dinheiro foram muito aplaudidas por todos, concluindo-se unanimemente que tal doutrina era sã e vantajosa.
E, como lhes parecia que não podia ser contestada, resolveram apressar o passo para proporem a questão a Cristão e Esperança, [...]
Cristão respondeu nestes termos:
Cristão – Não só eu, mas qualquer novato em religião poderia facilmente responder a mil perguntas como essa; se é ilícito seguir a Cristo por causa dos pães, como se vê em João 6:26, quanto mais abominável será servir-te de Cristo e da religião como meio para conseguir e gozar as coisas do mundo! Só os gentios, os hipócritas, os demônios e os feiticeiros poderão aceitar semelhante opinião.
1°) Os gentios: Quando Hamor e Siquém quiseram possuir as filhas e os gados de Jacó, e viram que não havia outro meio para conseguir senão deixarem-se circuncidar, disseram aos seus companheiros:”Se todos os nossos varões se circuncidarem, como eles fazem, todos os seus gados e toda a sua fazenda serão nossos”. (Leia-se toda a história em Gênesis 34:20-24) O que eles buscavam eram as filhas e os gados de Jacó. A religião era apenas o meio de obterem o seu fim.
2º) Os fariseus hipócritas também foram religiosos deste gosto. Grandes orações eram entre eles o pretexto para devorarem a casa das viúvas, e por isso o resultado foi maior condenação da parte de Deus (Lucas 20:46-47).
3º) Tal era também a religião de Judas. Este demônio era religioso pela bolsa e pelo que ela continha; mas perdeu-se e foi expulso como filho da perdição.
4°) Nesta religião estava também filiado Simão Mago, porque queria possuir o Espírito Santo para ganhar dinheiro; mas recebeu da boca de Pedro a merecida sentença (Atos 8:18-23).
5º) Também não posso deixar de dizer que todo aquele que toma a religião para possuir o mundo, a deixará, se necessário for, para não abandonar este; pois é tão certo que Judas se fez religioso por causa do mundo como é certo que pela mesma causa vendeu sua religião e o seu Senhor. Responder afirmativamente à questão que opusestes, como me parece que vós tendes respondido, e aceitar essa resposta como boa é ser pagão, hipócrita e filho da perdição, e assim a vossa recompensa será condigna com as vossas obras.
Ouvindo este discurso, ficaram os falsos peregrinos sem saber o que haviam de replicar. Então Cristão disse para o seu companheiro: Se estes homens não podem sustentar-se ante a sentença do homem, o que será quando se apresentarem no tribunal de Deus? Se os vasos de barro os fazem calar, o que será quando forem repreendidos pelas chamas dum fogo devorador?
Como disse Spurgeon de Bunyan:
“Fure-o em qualquer parte; e você verá que seu sangue é bíblico,
a própria essência da Bíblia flui dele.
Ele não consegue falar sem citar um texto,
pois sua alma está cheia da Palavra de Deus”
Se você nunca leu O Peregrino sugiro em negrito que leia.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A Igreja e o Carnaval


Por: Diogo Henrique de Sá
Dias tenebrosos estes que estamos passando. É triste que uma nação como o Brasil, com tantos problemas sociais, e acometida de uma corrupção generalizada, possua uma população tão alienada ao ponto de satisfazer com a política de Pão e Circo oferecida seu governo. Não importa se os políticos afundam a educação a saúde e a economia da nação, se tiver Futebol e Carnaval ta tudo certo! Os governos Federal, Estadual e municipal investem bilhões, que poderiam ser utilizados em educação e saúde em uma festa ridícula como esta.
Mas que festa é essa que corrompe noção e é tida como a maior festa popular do Brasil?

Origem
A palavra seria derivada da expressão do latim "carnem levare", modificada depois para "carne, vale!" (adeus, carne!), palavra originada entre os séculos XI e XII que designava a quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão da carne devido à Quaresma. Provavelmente vem também daí a denominação "Dias Gordos", onde a ordem é transgredida e os abusos tolerados, em contraposição ao jejum e à abstenção total do período vindouro (Dias Magros da Quaresma).
Não é possível estabelecer a origem desta festa, mas segundo definição genérica, o carnaval é uma festa popular coletiva, que foi transmitida oralmente através dos séculos, como herança das festas pagãs realizadas a 17 de dezembro (Saturnais - em honra a deus Saturno na mitologia grega.) e 15 de fevereiro (Lupercais - em honra a Deus Pã, na Roma Antiga.). Na verdade, não se sabe ao certo qual a origem do carnaval, assim como a origem do nome, que continua sendo polêmica.
Alguns estudiosos afirmam que a comemoração do carnaval tem suas raízes em alguma festa primitiva, de caráter orgíaco, realizada em honra do ressurgimento da primavera. De fato, em certos rituais agrários da Antigüidade, 10 mil anos A.C., homens e mulheres pintavam seus rostos e corpos, deixando-se enlevar pela dança, pela festa e pela embriaguez.
Originariamente os católicos começavam as comemorações do carnaval em 25 de dezembro, compreendendo os festejos do Natal, do Ano Novo e de Reis, onde predominavam jogos e disfarces. Na Gália, tantos foram os excessos que Roma o proibiu por muito tempo. O papa Paulo II, no século XV, foi um dos mais tolerantes, permitindo que se realizassem comemorações na Via Lata, rua próxima ao seu palácio. Já no carnaval romano, viam-se corridas de cavalo, desfiles de carros alegóricos, brigas de confetes, corridas de corcundas, lançamentos de ovos e outros divertimentos.
O baile de máscaras, introduzido pelo papa Paulo II, adquiriu força nos séculos XV e XVI, por influência da Commedia dell'Arte. Eram sucesso na Corte de Carlos VI. Ironicamente, esse rei foi assassinado numa dessas festas fantasiado de urso. As máscaras também eram confeccionadas para as festas religiosas como a Epifania (Dia de Reis). Em Veneza e Florença, no século XVIII, as damas elegantes da nobreza utilizavam-na como instrumento de sedução.
Na França, o carnaval resistiu até mesmo à Revolução Francesa e voltou a renascer com vigor na época do Romantismo, entre 1830 e 1850. Manifestação artística onde prevalecia a ordem e a elegância, com seus bailes e desfiles alegóricos, o carnaval europeu iria desaparecer aos poucos na Europa, em fins do século XIX e começo do século XX.
No Brasil a festa tem origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval. O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.
No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais. No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.

Posição da Igreja
O Carnaval é o ápice da degradação da sociedade, um caos dos pontos de vista social, econômico, político e religioso (cristão). 
- Social porque a sociedade perde muito com o carnaval. com relação ao número de mortes, de consumo de álcool e drogas, além do aumento de HIV’s positivos, isso sem contar o baixo padrão moral da nação evidenciado nestes dias.
- Econômico porque bilhões de reais que poderiam ser investidos em outras áreas de extrema necessidade, como saúde, educação, infra-estrutura etc, são gastos diretamente com esta festa maldita. Existe ainda as perdas indiretas com a festa, as mortes, acidentes de trânsito, os prejuízos são incontáveis.
- Político porque os políticos aproveitam da alienação da população para aprovar medidas que beneficiem somente a eles, além da corrupção, desvios de verbas destinadas ao carnaval que acaba indo parar no bolso destes mesmos políticos, a nação só perde com isso.
- Religioso porque se tratando do cristianismo, a Igreja acaba cedendo as demandas externas e fazendo concessões, é o caso das cinzas dadas pela Igreja Católica para que o fiel possa se purificar dos pecados cometidos. Os protestantes também precisam lidar com essa questão, já que alguns jovens (e alguns não tão jovens assim) abandonam a comunidade neste período para poderem se dedicar a saciar a sua carnalidade.
A Igreja evangélica adota três posturas com relação ao carnaval:

1.    A Igreja aproveita as festas para também dar vazão a sua carnalidade.
Algumas igrejas evangélicas interagem de tal forma com os populares, que lançam seus carros alegóricos e blocos nas ruas, sob pretexto de evangelizar acaba participando da promiscuidade própria dos folguedos. Essa postura pode até apresentar aparente resultado, alto número de decisões, mas não ocorre conversões genuínas (verdadeiros convertidos desprezam o mundanismo). Porém uma comunidade cristã, que prima por se identificar com o mundo ao invés de romper com ele, é uma comunidade fracassada, a Palavra de Deus não faz concessão, ela não faz tratos, nem acordos, precisa ecoar a voz do apóstolo João em nossos ouvidos:
Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vêm do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:15-17)
Outras passagens bíblicas nos orientam a fugir de buscarmos um estilo de vida que não condiz com a Vida que possuímos em Cristo:
“Abstende-vos de toda a aparência do mal.” (1ª Tes. 5:22)
“Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?(Amós 3:3)
“E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? (2 Coríntios 6:15)
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14)
Dessa forma embora haja alguns argumentos a favor desta prática, biblicamente ela é infundada, anticristã, e porque não dizer humana e demoníaca, uma vez que expõe os cristãos a imoralidade.

2.    A Igreja envia seus jovens para os retiros espirituais.
Com relação a isso não existe nenhuma postura contraria desde que os retiros sejam realmente baluartes para que os jovens sejam expostos à meditação séria da Palavra de Deus, e também de oração. Dessa forma o carnaval seria uma oportunidade muito boa de ensinar nossos jovens sobre as verdades a respeito de Deus, eles estariam virtualmente longe das influências externas ao retiro. Dessa forma o retiro seria uma oportunidade para crescimento espiritual dos nossos jovens.
Isso acontece na prática? Receio que não. Na verdade os jovens encaram o retiro como um local onde eles podem fazer o que quiserem longe dos olhos dos pais. A própria organização dos retiros primam pelo lazer em detrimento da busca sedenta por um estreitamento na relação com Deus. Para que os retiros se tornem uma opção válida para nós cristãos é necessário que haja um repensar das lideranças de mocidade, além dos próprios jovens serem despertados para sua situação em relação à Cristo e sua mensagem, os pais devem estar muito atento com relação a isso, alguns pais querendo se eximir da responsabilidade de ensinar seus filhos, entregam essa responsabilidade cegamente nas mãos de pessoas que as vezes estão despreparadas.

3.    A Igreja mantém os trabalhos normais.
Algumas comunidades não adotam nenhum trabalho diferenciado em relação a carnaval. Para estas comunidades uma festa dedicada a satisfazer a carne não pode determinar seu calendário, e assim estas comunidades continuam exercendo seu papel de Oasis no deserto para aqueles que estão longe de Cristo e sofrem nestes dias. A Igreja assim pode se dedicar ao evangelismo e atividades normais de pregação da Palavra e da oração, bem como a pratica das boas obras.

Resumindo
O carnaval é um período de caos social, a Igreja foi colocada no mundo para ser luz e sal. Assim sendo ela não pode se misturar ao ponto de ser irrelevante, nem se esconder ao ponto de exercer sua função, mas deve ser colocado em local visível para que possa resplandecer a luz de Cristo no meio de uma sociedade adoecida pelo pecado.

Referencias Bibliográficas
<http://www.cacp.org.br/midia/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=1089&menu=16&submenu=3> acesso em 19/02/12.
<http://www.suapesquisa.com/carnaval/> acesso em 20/02/12

A importância da heresiologia na atualidade



Por que se faz necessário estudar heresiologia na atualidade?
Será que heresiologia é um assunto importante?
Bem, o apóstolo Judas nos disse o seguinte:

Amados, enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos (Jd 3)

De acordo com Judas, a pregação que conduz à salvação exige uma luta pela fé. Essa luta inclui uma defesa contra os ataques (apologética), uma correta compreensão do texto bíblico (hermenêutica / exegese) e uma correta aplicação desses textos para que não se caia em armadilhas e laços (heresiologia).
A heresiologia é o ramo da teologia que se preocupa com os falsos ensinos, para lhes responder a altura e de forma adequada.
Por definição, vem do grego hairesis e significa:
1. Seita, facção, grupo ou partido. Um grupo que defende determinada doutrina (At 5:17);
2. Ensino contrário a Sagrada Escritura (2 Pe 2:1).
Não só o surgimento, mas também o aumento da quantidade de heresias, dá-se como cumprimento de profecias bíblicas e sinal de alerta em vigor nos dias atuais para a Igreja, feita pela Bíblia.
O estudo da heresiologia além de importante é bíblico, pois Jesus alertou os seus (Mt 24:24); O apóstolo Paulo alertou a Igreja (Gl 2:4); O apóstolo Pedro alertou a Igreja (2 Pe 2:1-3); O apóstolo João alertou a Igreja (1 Jo 4:1); O apóstolo Judas alertou a Igreja (Jd 8); O profeta Isaías alertou o povo (Is 44:24-25); O profeta Jeremias alertou o povo (Jr 5:31); O profeta Oséias alertou o povo (Os 4:6); O profeta Ezequiel alertou o povo (Ez 13:2); O profeta Miquéias alertou o povo (Mq 3:5); O profeta Sofonias alertou o povo (Sf 3:4); O profeta Zacarias alertou o povo (Zc 13:4). Enfim, a Bíblia alerta para o falso ensino e o falso mestre.
Como poderemos identificar os ensinos falsos se desprezamos a heresiologia?
Infelizmente, nos dias atuais muitas pessoas têm buscado um suposto avivamento alicerçado na emoção e no bem estar social eclesiástico. O fato é que a doutrina bíblica genuína e verdadeira nem sempre trará um bem estar social eclesiástico, muito embora traga o bem-estar com Deus. Entendemos que todos os verdadeiros profetas do Antigo Testamento foram mortos pelos seus próprios conterrâneos (Mt 23:31,37). Jesus foi perseguido por trazer um ensino que se posicionava na contramão da vontade religiosa, e todos os apóstolos foram sacrificados por manterem a mesma posição. Agora, por que os supostos cristãos da atualidade têm buscado um caminho diferente daquele que o Autor e Consumador de nossa fé estabeleceu? Por que o cristianismo pós-moderno tem buscado a contramão da Bíblia, na busca por uma aceitação desenfreada de hereges em seu seio?
Como poderemos identificar Charles Darwin, William Marrion Branham, Joseph Smith, Daniel Brandt Berg, Hippolyte Leon Denizard Rivail, Ellen G. White, Kenneth Hagin, Charles Taze Russell, Cesar Castellanos, Benny Hinn, William Soto Santiago, José Luiz de Jesus Miranda, Paul C. Jong, Kenneth Coppeland, Valnice Milhomens e centenas de outros mais como hereges se negligenciarmos o estudo da heresiologia?
Ora, ao negligenciarmos tal ensino estaremos irremediavelmente nos tornando propensos a acreditar, respectivamente, que: Somos descendentes de símios: A Trindade não existe; Jesus é irmão de Lúcifer e Deus pratica sexo; O sexo fora do casamento é uma forma de evangelização; A reencarnação existe; Temos que guardar o sábado atualmente; Jesus possui a mesma natureza que satanás; Existem dois tipos de salvos, os que herdarão a Terra e os que herdarão o céu; Que o G12 é uma fórmula mágica bíblica; Que somos deuses; Que o anjo de Apocalipse 22:16 está entre nós hoje; Que Jesus reencarnou e está no nosso meio hoje; Que o batismo salva; Que uma das formas de Deus se manifestar ocorre quando alguém ri descontroladamente e se atira ao chão em queda livre inconscientemente; E que é necessário trazer as práticas judaizantes para a Igreja.
Bem, alguns questionam o fato da apologética e da heresiologia desmascararem os hereges e seus ensinos, como se isso fosse antiético. Na realidade, ética é um termo de origem grega e que pode ser traduzida como “costume” ou ainda como “propriedade de caráter”. Assim sendo, a ética é a “investigação geral sobre aquilo que é bom” (Moore GE. Princípios Éticos. São Paulo: Abril Cultural, 1975:4). Dessa forma, podemos compreender que em se tratando de ensino bíblico tanto a apologética como a heresiologia são éticas, porque se procuram com muita propriedade em investigar aquilo que é bom, ou seja, aquilo que é biblicamente bom e espiritualmente saudável.
A heresiologia é a ferramenta teológica, que associada com a apologética, apresenta a defesa para um cristianismo sadio.
Como disse Judas:
Amados, enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos (Jd 3)
Em outras palavras, o cristão que é verdadeiramente diligente (zeloso e aplicado) em pregar o Evangelho genuíno de Cristo para que haja salvação verdadeira, e não apenas convencimento mental através de discurso fluente e enganador acompanhado de lotação de igrejas, este cristão genuíno, peleja (luta, batalha) pela fé bíblica verdadeira que foi entregue a quem é de fato santo (separado do pecado, isto é, das heresias).


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