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sexta-feira, 14 de maio de 2010

O QUE É A IGREJA? (Parte 1)

POR DIOGO HENRIQUE DE SÁ

                Alguns dias atrás li dois artigos que traziam por tema “Os desigrejados”. Ao ler estes artigos achei por bem me manifestar, apesar de meu atual silêncio (provocado por problemas pessoais), faço isso, pois o artigo partiu de alguém, que para mim, ainda é um dos poucos líderes eclesiásticos sérios existentes. O artigo falava a respeito do erro, que algumas pessoas cometem, ao abandonar a “Igreja” e tentarem viver um cristianismo longe dela. Diante desta afirmação, que tem lá sua base teórica, várias pessoas se manifestaram repudiando ou aceitando os argumentos deste meu irmão em Cristo, resolvi então dar minha contribuição a esse debate.
             Minha proposta é analisar o que seja a Igreja de fato. Para isso quero primeiro salientar o que não é Igreja:
                1) Denominação não é Igreja – Não podemos nos esquecer jamais disso, as instituições da Igreja, não são A Igreja. Jesus realmente não estabeleceu denominações, elas foram criadas para melhor administrar a Igreja, mas não somos obrigados a pertencer a nenhuma e vou além as denominações se tornaram um entrave para a Igreja. Os Líderes de Instituições Eclesiásticas sejam ela de confissão calvinista ou arminianas, jamais poderão se esquecer disso, pois confundir denominação com a Igreja é confundir a própria essência do que seja realmente A Igreja;
                  2) Salão não é Igreja – É importante ter isso muito bem fixado em nossa mente, pois alguns insistem em relacionar o salão (ou prédio) à Igreja, quem já não foi convidado para ir a igreja pelo menos uma vez na vida? O Salão é o lugar onde a Igreja pode se reunir, mas não é necessário um salão para que ocorra a Koinonia, até porque a prática já demonstrou que dentro de um “templo” ocorre, na maioria das vezes, o inverso da comunhão.
                  Uma vez estabelecido este primeiro ponto, quero comentar algumas afirmações feitas naqueles artigos. Nos artigos já citados os autores afirmam que: a) A Denominação é a Igreja Organizada (se bem que não usa essas palavras); b) Que é na Igreja (se referindo ainda à denominação) que são ministrados os sacramentos; c) É na Igreja/Denominação que ouvimos a Palavra de Deus; e d) Na Igreja participamos da comunhão.
               Quero ainda analisar cada um desses quatro argumentos acima antes de continuar. Então vejamos:
                A) A denominação é a Igreja Organizada – Com relação a isso tenho sérias objeções, o denominacionalismo é um fenômeno recente as denominações mais antigas tem pouco mais de duzentos anos, os valdenses, os anabatistas, e demais grupos nunca chegaram a ser uma denominação, porém a Igreja é organizada desde o primeiro século sem nenhum estatuto (a Palavra de Deus era mais do que suficiente), sem mesmo ter um nome ou registro em cartório, a Igreja não tinha um prédio, destinado somente para essa finalidade, para se reunir, as pessoas se reuniam nas casas dos Irmãos (Rom 16.5). Além disso, não vejo muita organização nas denominações modernas, tanto que os lideres se aproveitam dessa desorganização para dominar ao seu bel prazer às ovelhas. Dizer então que a Denominação é a Igreja organizada não é um argumento válido diante da Palavra de Deus.
                 B) É na Igreja que são ministrados os Sacramentos – Com relação aos sacramentos vou entender que seja o Batismo e a Ceia do Senhor. Não imagino o por quê dos sacramentos só poderem ser ministrados em uma denominação? Não existe nenhuma orientação de Cristo ou dos apóstolos para validar essa posição. Jesus disse que participaríamos da Ceia e do cálice todas as vezes que comêssemos ou bebêssemos em memória dele (1ª Cor 11.25,26), qualquer Cristão autentico pode participar da Ceia do Senhor desde que observe o regulamento para se celebrar uma Ceia em 1ª Cor. 11.23-34, independente de estar ou não em uma denominação ou salão reservado pra a reunião da Igreja. Com relação ao batismo Jesus deu instruções claras: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mat. 28.19), bom o “ide” foi para todos os cristãos, e, conforme Mateusm, o Ide não era somente para pregar, mas para batizar também e para fazer discípulos, não é preciso um pastor, não é preciso uma denominação, sequer é necessário um grupo de cristãos para o novo crente se estabelecer, quando Felipe batizou o eunuco etíope (At. 8.27-39), este último seguiu viagem para a África e lá não havia uma Igreja naquele momento, sequer haviam cristãos ali, nada disso impediu o eunuco de ser batizado. O cristão não precisa da instituição para participar dos sacramentos. Portanto este argumento é inválido
                 C) É na Igreja/Denominação que ouvimos a Palavra de Deus – Bom isso acho que não preciso nem comentar, afirmar que é na denominação que ouvimos a Palavra de Deus é surreal, quase não ouvimos a Palavra de Deus nos templos, o que tenho visto nas denominações (ou igreja) é um monte de asneiras (heresias da Brava), na Inglaterra, durante o século XVIII, as pessoas foram abandonando sistematicamente a igreja Anglicana justamente porque não ouviam a mensagem bíblica nos templos, John Wesley pregou a verdadeira mensagem no lombo de um cavalo, sem ter vínculos oficiais com nenhuma denominação (se bem que Wesley sempre se considerou anglicano) nem templo. Os apóstolos também não anunciaram o Evangelho em nenhuma denominação, quando o fizeram em um salão (sinagogas) foi sempre para alcançar as pessoas onde elas estavam, Paulo pregou no Areópago por que ali estavam as pessoas. Não precisamos de templo ou denominação para pregar a Palavra de Deus. Então este argumento está derrubado.
                  D) Na Igreja participamos da comunhão – Ah pessoal fala sério, comunhão nas denominações?!?! É pegadinha? Os membros vivem disputando cargos na “igreja local” (denominação), fofoca é o que não falta, e disputa entre as denominações então? A maioria vive brigando entre si, posso até ouvi-los discutindo: -“Ah! O Sistema de Governo de minha Igreja é melhor!”; - “Mas na minha igreja tem o “Reverendo”; - “E a minha que tem um Apóstolo!”. A comunhão entre os irmãos pode acontecer mesmo que a igreja se reúna em uma casa, foi assim no 1º Século e nos que se seguiram. Este é mais um argumento derrubado, por falta de respaldo bíblico.


Continua......

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