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quarta-feira, 24 de março de 2010

LEGALISMO: QUANDO O ESTATUTO E REBELDE

Postado originalmente em : http://www.reformaagora.blogspot.com/

Desobediente, irmão-tribuloso, contendeiro, rebelde. São alguns dos rótulos colados em irmãos que se recusam a obedecer às leis absurdas impostas à igreja por parte da liderança. e o disparate não acaba aí, já que o rótulo vem acompanhado pelas obreiras "represália" e "discriminação". Em meio a todo esse legalismo, que não contribui sequer com um centímetro para o crescimento espiritual, perguntamos: e se o estatuto da igreja for o vilão da história?

        Entenda-se por estatuto da igreja, o conjunto de normas e regras que regem os relacionamentos, decisões e objetivos da instituição; tem poder de lei (na aceitação voluntária do associado ou membro) e é instrumento de consulta para fins de punição ou outros tipos de disciplina. Contêm direitos e obrigações dos membros e da liderança, e se usado de forma correta garante os direitos dos associados como cidadãos junto ao município, estado ou nação. Ainda, apresenta perante a lei o sentido da existência da organização, promovendo esclarecimento e aproximação entre o estado e a igreja. Também deve promover paz e respeito entre os membros, apontando acertos e falhas a fim de lapidá-los para o amadurecimento cristão.

       Entendendo a aplicabilidade do estatuto da igreja, perguntamos: o estatuto tem causado união ou desunião? Tem trazido paz, ou discórdia? Tem ajudado pessoas a andar com cristo, ou tem-nas afastado dele? Causa-nos uma sensação muito ruim quando pensamos na quantidade exorbitante de pessoas que estão de volta a vida pecaminosa, a criminalidade e a marginalização por culpa do legalismo e dos legalistas. Sensação pior ainda, muito parecida com o nojo, nos toma quando ouvimos frases do tipo “quem tem verdadeiro compromisso com cristo não liga pra essas coisas. Simplesmente obedece. se fulano desviou-se, é porquê não tinha verdadeiro compromisso com Jesus”, mostrando para o mundo que, apesar de termos chegado ao tão esperado século XXI, ainda pensamos como se estivéssemos no XXI. E enquanto escrevemos, somos arrebatados por milhões de pensamentos sobre irmãos que estão na sarjeta, usando drogas, pecando. Queriam verdadeiramente servir a deus, mas não suportaram o julgo legalista do estatuto de sua igreja.

        Quando consultamos os evangelhos, vemos uma situação muito diferente da vivida hoje nas igrejas. O mestre orienta seus discípulos acerca do sistema de sua liderança, apontando os líderes gentios que se apoderam dos liderados com tirania, mas entre os cristãos não seria assim. a liderança cristã deve motivar os corações ao exercício da fé e a pregação do evangelho, levando os liderados a um patamar cada vez mais alto na santidade, no conhecimento da bíblia, nas orações, no amor pelos irmãos. Contudo, contemplamos outra realidade nos nossos dias, onde o pastor pensa estar fazendo a vontade de deus sendo um ditador. e seus lacaios que sempre reforçam sua ditadura, vivem carimbando certos membros como rebeldes e desobedientes, e que, portanto “irão para o inferno”, dizem.

        Na realidade, as igrejas em geral estão abarrotadas de pessoas magoadas e decepcionadas. Enquanto eram novas convertidas, acreditavam (como todos nós um dia acreditamos) que as palavras do pastor eram como as de um guru, e que tudo quanto saía de sua boca era verdadeiro, puro e santo. o tempo passou, e elas descobriram que as coisas não são bem assim. Descobriram que pelo menos metade das ordenanças e regras impostas sobre a igreja sequer são bíblicas, ou quando muito, estão baseadas em versículos erroneamente interpretados. E é aí que começa o sofrimento! Quando essas pessoas procuram seus líderes para um esclarecimento (nada mais justo!), a única coisa que ouvem é a gélida frase "você foi chamado por deus para obedecer". Se tomam a decisão de mudar de igreja, são barradas psicologicamente com chavões como "você está em desobediência e não terá uma vida abençoada se sair. seu lugar é aqui! fique e obedeça!". Se por outro lado resolverem ficar, não poderão nem insinuar que o estatuto está errado, pois se o fizerem: "irmão tribuloso, rebelde, desobediente, contendeiro", etc. Então, a tristeza se transforma em revolta e indignação.

       É impressionante como alguns irmãos nem se incomodam quando a palavra de deus é afrontada. mas, se ouvirem uma afronta ao estatuto da igreja, se contorcem feito minhoca no sol. parece mesmo que, na prática, essas igrejas colocam o estatuto acima da palavra de deus, a despeito do que afirmam em teoria. a impressão que temos é que estamos cometendo o mesmo erro do catolicismo romano na idade média, onde os dogmas e a tradição estavam (na prática) acima do evangelho de cristo. e para todos aqueles que pensam não existir esse tipo de coisa em nossas igrejas, basta dar uma espiada no comportamento tirano de muitos pastores. para alegria do sr. almocreve, estamos vivendo dias de infalibilidade pastoral.

Lamentavelmente, inúmeros pastores (leia-se falsos pastores) são dominados pela mesma casta de demônios que dominou Jim Jones. Precisamos ser mais honestos com as pessoas que aceitam seguir Jesus em nossas denominações. Precisamos entregar uma cópia do estatuto para cada uma dessas pessoas, e deixá-las externar se concordam ou não com o que está escrito. E falando nisso, não podemos deixar de mencionar que no estatuto de uma igreja muito conhecida no Brasil, nos itens de deveres dos membros, encontramos logo no primeiro item que o associado deve se submeter às normas do estatuto. No item sete, está escrito que o associado deve observar os preceitos da bíblia sagrada. No item 1, obediência ao estatuto. No item 7, obediência a palavra de deus. Acaso a observância dos preceitos bíblicos não deveria estar no item 1? Acaso não temos aqui uma inversão de valores?

Se o estatuto da igreja apresenta ordenanças que distorcem o sentido bíblico, ou mesmo que não tenha respaldo bíblico, então, o rebelde da história é o estatuto, e não o crente!

Trecho do livro "Como Destruir Sua Igreja em Dez Dias: denunciando falsos pastores", de Rodrigo Toledo
 

3 comentários:

  1. e quando os "crentes" que não aceitam o novo pastor empossado porque toda vida foram donos da igreja e prejudicam a fé dos outros irmãos e são causas de escândalos na obra de Deus e se amotinam contra a liderança da igreja
    tramando contra o pastor da igreja, e não aceitam correção
    o que fazer quanto a isso??
    Deixa-los acabar com tudo
    ou exclui-los da igreja, ou rasgar o vilão estatuto e deixa los fazer o que eles bem quiser na obra de Deus

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  2. Em primeiro lugar, precisamos entender que nem todos os estatutos são ruins. Na verdade o Estatuto da Igreja serve para tornar claro o que a Igreja que se reúne ali acredita e quais medidas serão tomadas em causa de falha de alguns irmãos.
    Para os problemas que você apresentou existe a Bíblia, ela contém respostas para todos os problemas que possamos encontrar. E as pessoas devem sofrer as sansões prescritas na BÍBLIA.
    É importante lembrar que o estatuto só será uma benção se ele estiver de acordo com a Palavra de Deus, não pode haver doutrinas de homem.
    Espero ter ajudado irmão.
    Jesus é o Dono da Igreja (do povo), não o pastor. A Palavra de Deus é a palavra final em matéria de Fé e pratica.

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  3. A palavra de Deus,diz:maldito o homem confiar no outro homem.não confie.eles usam a palavra de Deus,para se enriquecer,faz igual ao governo,usa a palavra de Deus,para tirar do povo.e dissem Deus,nos julfará.

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