Por: Diogo Henrique de Sá
Há uma certa "trapaça Kansas City" mencionada na seqüência inicial de "Xeque-Mate". Quem explica do que se trata é um personagem misterioso em uma cadeira de rodas (Bruce Willis), que aparece subitamente em um terminal deserto de embarque para conversar, sem razão aparente, com um passageiro solitário. Em linhas gerais, explica ele, a jogada consiste em simular que se vai para um lado quando o objetivo é se dirigir para o outro. Blefe. Mais a ver com jogos de cartas, por exemplo, do que com movimentos do xadrez, evocado só no título brasileiro. O interessante é que, ao nosso entendimento, Mocinhos parecem estar de um lado e vilões, do outro. Porém, como ensina a "trapaça Kansas City", talvez haja um grande blefe por trás de tudo isso. A própria "trapaça”, no entanto se revela um truque1.
Eu estava lendo um Post outro dia no blog do Genizah2 que falava sobre um encontro para apologistas, e, como é de meu costume, li os comentários dos leitores, e um daqueles comentários chamou minha atenção. Um que perguntava, de forma irônica, se o Genizah era um blog apologético. Passei a refletir sobre esse questionamento, isso porque considero o Genizah como um blog apologético desde que tive o meu primeiro contato com ele. Por que então alguém poderia pensar diferente? Foi quando eu entendi, e, ao entender, lembrei-me na hora da “Trapaça Kansas City” já-já explico porque.
Minha intenção neste artigo não é fazer uma defesa do blog dos meus colegas Danilo, Rubinho e Hermes simplesmente porque tenho uma afinidade (me aproveitando que o Big Brother 10 está vindo aí – rsrsrs) com o trabalho deles. Não, a minha intenção é fazer uma análise dos acontecimentos envolvendo a Apologética Cristã nestes 2000 anos. Vale lembrar que a tema apologia é extremamente abrangente, não existe somente a apologia Bíblica, na verdade toda e qualquer defesa de idéia é uma apologia. Faço uma ressalva sobre minha proposta, já que não teria como analisar toda a apologia cristã neste tempo todo, o Recorte é muito grande, mas acho que darei conta de analisar “A Trapaça” que nosso Adversário aplicou em nós apologistas principalmente nesses últimos 20 anos.
Agora, retomando o tema da referida Trapaça, foi exatamente o que aconteceu, nós olhamos para um lado enquanto o inimigo veio pelo outro. Tenho sido um apologista cristão nos últimos 10 anos, e amadureci muito durante esse tempo. Estudei muito sobre as seitas, as religiões, as doutrinas heterodoxas (ensinadas pelos líderes de seitas) me debrucei horas e horas sobre as seitas Pseudo-cristãs, que tanto arrepio causa aos Apologistas, já que são estas que maiores estragos trazem (pelo menos era o que eu pensava) a ceara do Senhor. Enquanto nós estávamos com toda a nossa atenção voltada para esse lado, combatendo as Testemunhas de Jeová, os Mórmons, os Kardecistas, os Ateus e tantos outros, não percebemos que nosso inimigo veio pelo outro lado, adentrando nas Denominações e levedando a massa do “evangelicalismo” pelo lado de dentro.
Muitos de nós percebemos que algo não estava muito certo nas pregações, nos incomodamos com o sal atrás das portas e com a água em cima da televisão, mas não demos à devida importância, não parecia tão grave, pensávamos – e como fomos ingênuos nisso – que o que estava acontecendo dentro das denominações era só um modismo que logo passaria não precisávamos nos preocupar com isso. As visitas das seitas nos portões dos irmãos nos sábados e domingos pela manhã eram preocupações mais urgentes, havia uma necessidade indispensável de vacinar o rebanho contra a heresia externa, pelo menos era o que nós pensávamos. Para nós essa era a verdadeira tarefa dos Apologistas.
Nosso adversário tinha um plano. Ele engrossou o caldo no lado em que estávamos combatendo, as seitas se proliferaram e passavam de 10.000, como dar conta de tantas? Começamos a formar novos apologistas, passamos a estudar mais, ficamos mais atentos, as doutrinas destas seitas mudam rápido precisávamos estar preparados, isso exauriu nossas forças, enquanto isso as heresias foram aumentando dentro das denominações. Esquisitices e mais esquisitices foram sendo ensinadas via Púlpito nas denominações Eclesiásticas. Quando menos percebemos a doutrina dos “evangélicos” mudou tanto que já não parecíamos com Cristo, já não seguíamos os seus passos, já não éramos mais cristãos (levando em conta que os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez em Antioquia porque pareciam com Cristo – At.11:26).
Quando alguns de nós começaram a denunciar a heresia dentro das denominações foram rechaçados inclusive pela nova leva de Apologistas, pois não percebemos que, no nosso afã de dar conta das seitas, pegamos pessoas (de dentro das Instituições Eclesiásticas) que não conheciam as Doutrinas fundamentais do Cristianismo e nem as Sagradas Letras e, sem nos darmos conta, os treinamos simploriamente para combaterem ao nosso lado. O Resultado: Formamos Cristãos Fariseus. Porém o problema não se restringe somente aos novos Apologistas, muitos apologistas da Antiga se corromperam (é o caso do Malafaia e tantos outros), e o que não se corromperam, continuam lidando com a questão de forma pueril, não vendo seriedade, no estado em que as coisas caminham. O fato é que “A Trapaça” foi tão bem elaborada que não conseguíamos enxergar os modismos antropocêntricos dentro das instituições como campo da Apologia e isso, sobretudo, pelo fato de termos engessado a prática de Defesa da nossa Fé em um modelo que determina o que é e o que não é apologético. Estes “apologistas” pensam que: Se for para combater as seitas é autêntico se for para combater excessos da Instituição é rebeldia.
Precisamos levar em conta também que as invencionices Eclesiásticas são difundidas por líderes eclesiásticos carismáticos (sinceramente são tão arrogantes e prepotentes que não entendo como podem cativar a carisma do seu público) e dogmáticos (“Quem discordar do seu líder pode perder a legitimidade e por fim a cabeça”) que conseguem manobrar a grande massa da “membresia”.
A força da Trapaça, porém, consiste no fato destes “apologistas” (de mentes ainda obscurecidas) não conhecerem suficientemente bem a Palavra de Deus (sobretudo o Novo Testamento), a Teologia Ortodoxa3 Bíblica e a História da própria Apologética Cristã. Se conhecessem a Bíblia e a Teologia de maneira satisfatória não teriam dificuldades em perceber as impurezas vindas das cisternas rotas que estão jorrando dos púlpitos cristãos. Como a minha proposta é analisar a questão do ponto de vista Apologético, vou me deter mais neste tema.
Qualquer apologista sério precisa necessariamente:
- Estudar a Palavra de Deus;
- Estudar as Doutrinas Centrais do Cristianismo;
- Entender como se identifica uma Seita;
- Estudar algumas doutrinas conhecidas e que são Estranhas a Palavra de Deus;
- Estudar a História da Apologética e da Igreja; e
- Estudar como se desenvolveram as primeiras heresias que assolaram a Igreja.
Ao analisarmos este último poderemos perceber que o grande problema enfrentado pelos Apóstolos e pelos Pais da Igreja não foram as investidas dos inimigos externos, mas sim os ensinos que não coadunavam com as instruções que Jesus havia deixado mas que eram propagados por alguns líderes cristãos.
Essas doutrinas heterodoxas que surgiam dentro dos limites da Igreja sempre causaram maiores transtornos para o Povo de Deus nesses dois mil anos. Podemos dar inúmeros exemplos, em Atos Capítulo 15 podemos ler sobre o Primeiro Concilio Cristão e ele não foi reunido para combater algum ensino romano ou grego, mas sim para combater uma heresia interna, muitos líderes cristãos (inclusive Pedro e Tiago) estavam ensinando que os gentios só seriam salvos se observassem as práticas judaicas juntamente com os ensinos de Jesus. Paulo de imediato bradou contra isso. Mas veja ele estava contradizendo dois Apóstolos que eram considerados como as colunas4 da Igreja, no final do concilio, no entanto, o resultado foi que Paulo estava certo: A salvação é Pela Graça e não pela prática das Obras da Lei. Esse não foi o único episódio, todos os Concílios antigos foram para resolver problemas surgidos dentro da Organização Eclesiástica, o Concilio de Nicéia5, por exemplo, foi para resolver a questão do Arianismo, controvérsia envolvendo um pregador popular. As piores (piores pelo estrago que causaram) heresias do passado, à semelhança de hoje, surgiram dentro da Igreja, foi assim com o Monarquianismo, com o Montanismo, com o Sabelianismo, com o Apolinarianismo, com o Monofisismo, com o Pelagianismo (ufa!)6.
Vale notar também que as seitas pseudo-cristãs, que atualmente combatemos sem a menor hesitação, surgiram dentro das denominações, ou nos esquecemos que William Miller era um membro e pregador leigo da Igreja Batista americana, mas nenhum apologista sério duvida hoje que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma seita, Charles Taze Russel era de família presbiteriana, isso sem falar da Igreja Vóz da Verdade7 que saiu das Assembléias de Deus (agora posso falar dela porque já falei dos batistas e presbiterianos – rsrs).
Muitos são os exemplos de como o nosso adversário a muito tempo tem aplicado sua Trapaça entretanto, ao que tudo indica, não aprendemos muito com a História, continuamos lentos para discernir quando o ataque está vindo pelo lado de dentro, continuamos confiantes demais em nossas instituições eclesiásticas para suspeitar que é ali que reside o maior perigo. Isso se deve muito pelo fato de que em nosso imaginário os inimigos estão de um lado e os amigos do outro. O que ocorre agora é que muitos que estão do nosso lado do campo se constituiram inimigos da Cruz, isto posto não podemos fazer vista grossa. Não podemos nos calar, precisamos bradar em alta voz e de todas as forma possíveis (inclusive com muito bom humor – que é o caso dos meus irmãos do Genizah) que isso não pode continuar. Precisamos virarmos o quanto antes os nossos olhares para o outro lado e repelirmos, com todas as nossas forças, essa casta de “sacerdotes” que se alojou dentro de nossas Instituições8, e que tantos males tem causado para o Povo de Cristo.A Deus seja a Glória! Para sempre!
Notas
1- http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u64373.shtml;
2- http://www.genizahvirtual.com/;
3- Doutrina Reta ou Ensino Correto;
4- Gálatas 2:9;
5- Bruce L. Shelley, História do Cristianismo ao alcance de todos, Shedd Publicações, 1998;
6- Não mencionei todas mas para saber mais sobre esse assunto acesse: http://www.icp.com.br/51materia3.asp;
7- A despeito disso vale recordar que, os “assembleianos” contribuem e muito, conforme as palavras do próprio pastor Carlos Moisés, para a propagação das idéias desta seita;
8- Com relação de eu utilizar os termos: Instituição Religiosa e Denominações Religiosas ao invés do termo Igreja se deve ao fato da palavra Igreja derivar etimologicamente da palavra Ekklésia e assim sendo é referida as Pessoas e não a Placa da denominação ou ao Prédio onde a Igreja se reúne.
Há uma certa "trapaça Kansas City" mencionada na seqüência inicial de "Xeque-Mate". Quem explica do que se trata é um personagem misterioso em uma cadeira de rodas (Bruce Willis), que aparece subitamente em um terminal deserto de embarque para conversar, sem razão aparente, com um passageiro solitário. Em linhas gerais, explica ele, a jogada consiste em simular que se vai para um lado quando o objetivo é se dirigir para o outro. Blefe. Mais a ver com jogos de cartas, por exemplo, do que com movimentos do xadrez, evocado só no título brasileiro. O interessante é que, ao nosso entendimento, Mocinhos parecem estar de um lado e vilões, do outro. Porém, como ensina a "trapaça Kansas City", talvez haja um grande blefe por trás de tudo isso. A própria "trapaça”, no entanto se revela um truque1.
Eu estava lendo um Post outro dia no blog do Genizah2 que falava sobre um encontro para apologistas, e, como é de meu costume, li os comentários dos leitores, e um daqueles comentários chamou minha atenção. Um que perguntava, de forma irônica, se o Genizah era um blog apologético. Passei a refletir sobre esse questionamento, isso porque considero o Genizah como um blog apologético desde que tive o meu primeiro contato com ele. Por que então alguém poderia pensar diferente? Foi quando eu entendi, e, ao entender, lembrei-me na hora da “Trapaça Kansas City” já-já explico porque.
Minha intenção neste artigo não é fazer uma defesa do blog dos meus colegas Danilo, Rubinho e Hermes simplesmente porque tenho uma afinidade (me aproveitando que o Big Brother 10 está vindo aí – rsrsrs) com o trabalho deles. Não, a minha intenção é fazer uma análise dos acontecimentos envolvendo a Apologética Cristã nestes 2000 anos. Vale lembrar que a tema apologia é extremamente abrangente, não existe somente a apologia Bíblica, na verdade toda e qualquer defesa de idéia é uma apologia. Faço uma ressalva sobre minha proposta, já que não teria como analisar toda a apologia cristã neste tempo todo, o Recorte é muito grande, mas acho que darei conta de analisar “A Trapaça” que nosso Adversário aplicou em nós apologistas principalmente nesses últimos 20 anos.
Agora, retomando o tema da referida Trapaça, foi exatamente o que aconteceu, nós olhamos para um lado enquanto o inimigo veio pelo outro. Tenho sido um apologista cristão nos últimos 10 anos, e amadureci muito durante esse tempo. Estudei muito sobre as seitas, as religiões, as doutrinas heterodoxas (ensinadas pelos líderes de seitas) me debrucei horas e horas sobre as seitas Pseudo-cristãs, que tanto arrepio causa aos Apologistas, já que são estas que maiores estragos trazem (pelo menos era o que eu pensava) a ceara do Senhor. Enquanto nós estávamos com toda a nossa atenção voltada para esse lado, combatendo as Testemunhas de Jeová, os Mórmons, os Kardecistas, os Ateus e tantos outros, não percebemos que nosso inimigo veio pelo outro lado, adentrando nas Denominações e levedando a massa do “evangelicalismo” pelo lado de dentro.
Muitos de nós percebemos que algo não estava muito certo nas pregações, nos incomodamos com o sal atrás das portas e com a água em cima da televisão, mas não demos à devida importância, não parecia tão grave, pensávamos – e como fomos ingênuos nisso – que o que estava acontecendo dentro das denominações era só um modismo que logo passaria não precisávamos nos preocupar com isso. As visitas das seitas nos portões dos irmãos nos sábados e domingos pela manhã eram preocupações mais urgentes, havia uma necessidade indispensável de vacinar o rebanho contra a heresia externa, pelo menos era o que nós pensávamos. Para nós essa era a verdadeira tarefa dos Apologistas.
Nosso adversário tinha um plano. Ele engrossou o caldo no lado em que estávamos combatendo, as seitas se proliferaram e passavam de 10.000, como dar conta de tantas? Começamos a formar novos apologistas, passamos a estudar mais, ficamos mais atentos, as doutrinas destas seitas mudam rápido precisávamos estar preparados, isso exauriu nossas forças, enquanto isso as heresias foram aumentando dentro das denominações. Esquisitices e mais esquisitices foram sendo ensinadas via Púlpito nas denominações Eclesiásticas. Quando menos percebemos a doutrina dos “evangélicos” mudou tanto que já não parecíamos com Cristo, já não seguíamos os seus passos, já não éramos mais cristãos (levando em conta que os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez em Antioquia porque pareciam com Cristo – At.11:26).
Quando alguns de nós começaram a denunciar a heresia dentro das denominações foram rechaçados inclusive pela nova leva de Apologistas, pois não percebemos que, no nosso afã de dar conta das seitas, pegamos pessoas (de dentro das Instituições Eclesiásticas) que não conheciam as Doutrinas fundamentais do Cristianismo e nem as Sagradas Letras e, sem nos darmos conta, os treinamos simploriamente para combaterem ao nosso lado. O Resultado: Formamos Cristãos Fariseus. Porém o problema não se restringe somente aos novos Apologistas, muitos apologistas da Antiga se corromperam (é o caso do Malafaia e tantos outros), e o que não se corromperam, continuam lidando com a questão de forma pueril, não vendo seriedade, no estado em que as coisas caminham. O fato é que “A Trapaça” foi tão bem elaborada que não conseguíamos enxergar os modismos antropocêntricos dentro das instituições como campo da Apologia e isso, sobretudo, pelo fato de termos engessado a prática de Defesa da nossa Fé em um modelo que determina o que é e o que não é apologético. Estes “apologistas” pensam que: Se for para combater as seitas é autêntico se for para combater excessos da Instituição é rebeldia.
Precisamos levar em conta também que as invencionices Eclesiásticas são difundidas por líderes eclesiásticos carismáticos (sinceramente são tão arrogantes e prepotentes que não entendo como podem cativar a carisma do seu público) e dogmáticos (“Quem discordar do seu líder pode perder a legitimidade e por fim a cabeça”) que conseguem manobrar a grande massa da “membresia”.
A força da Trapaça, porém, consiste no fato destes “apologistas” (de mentes ainda obscurecidas) não conhecerem suficientemente bem a Palavra de Deus (sobretudo o Novo Testamento), a Teologia Ortodoxa3 Bíblica e a História da própria Apologética Cristã. Se conhecessem a Bíblia e a Teologia de maneira satisfatória não teriam dificuldades em perceber as impurezas vindas das cisternas rotas que estão jorrando dos púlpitos cristãos. Como a minha proposta é analisar a questão do ponto de vista Apologético, vou me deter mais neste tema.
Qualquer apologista sério precisa necessariamente:
- Estudar a Palavra de Deus;
- Estudar as Doutrinas Centrais do Cristianismo;
- Entender como se identifica uma Seita;
- Estudar algumas doutrinas conhecidas e que são Estranhas a Palavra de Deus;
- Estudar a História da Apologética e da Igreja; e
- Estudar como se desenvolveram as primeiras heresias que assolaram a Igreja.
Ao analisarmos este último poderemos perceber que o grande problema enfrentado pelos Apóstolos e pelos Pais da Igreja não foram as investidas dos inimigos externos, mas sim os ensinos que não coadunavam com as instruções que Jesus havia deixado mas que eram propagados por alguns líderes cristãos.
Essas doutrinas heterodoxas que surgiam dentro dos limites da Igreja sempre causaram maiores transtornos para o Povo de Deus nesses dois mil anos. Podemos dar inúmeros exemplos, em Atos Capítulo 15 podemos ler sobre o Primeiro Concilio Cristão e ele não foi reunido para combater algum ensino romano ou grego, mas sim para combater uma heresia interna, muitos líderes cristãos (inclusive Pedro e Tiago) estavam ensinando que os gentios só seriam salvos se observassem as práticas judaicas juntamente com os ensinos de Jesus. Paulo de imediato bradou contra isso. Mas veja ele estava contradizendo dois Apóstolos que eram considerados como as colunas4 da Igreja, no final do concilio, no entanto, o resultado foi que Paulo estava certo: A salvação é Pela Graça e não pela prática das Obras da Lei. Esse não foi o único episódio, todos os Concílios antigos foram para resolver problemas surgidos dentro da Organização Eclesiástica, o Concilio de Nicéia5, por exemplo, foi para resolver a questão do Arianismo, controvérsia envolvendo um pregador popular. As piores (piores pelo estrago que causaram) heresias do passado, à semelhança de hoje, surgiram dentro da Igreja, foi assim com o Monarquianismo, com o Montanismo, com o Sabelianismo, com o Apolinarianismo, com o Monofisismo, com o Pelagianismo (ufa!)6.
Vale notar também que as seitas pseudo-cristãs, que atualmente combatemos sem a menor hesitação, surgiram dentro das denominações, ou nos esquecemos que William Miller era um membro e pregador leigo da Igreja Batista americana, mas nenhum apologista sério duvida hoje que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma seita, Charles Taze Russel era de família presbiteriana, isso sem falar da Igreja Vóz da Verdade7 que saiu das Assembléias de Deus (agora posso falar dela porque já falei dos batistas e presbiterianos – rsrs).
Muitos são os exemplos de como o nosso adversário a muito tempo tem aplicado sua Trapaça entretanto, ao que tudo indica, não aprendemos muito com a História, continuamos lentos para discernir quando o ataque está vindo pelo lado de dentro, continuamos confiantes demais em nossas instituições eclesiásticas para suspeitar que é ali que reside o maior perigo. Isso se deve muito pelo fato de que em nosso imaginário os inimigos estão de um lado e os amigos do outro. O que ocorre agora é que muitos que estão do nosso lado do campo se constituiram inimigos da Cruz, isto posto não podemos fazer vista grossa. Não podemos nos calar, precisamos bradar em alta voz e de todas as forma possíveis (inclusive com muito bom humor – que é o caso dos meus irmãos do Genizah) que isso não pode continuar. Precisamos virarmos o quanto antes os nossos olhares para o outro lado e repelirmos, com todas as nossas forças, essa casta de “sacerdotes” que se alojou dentro de nossas Instituições8, e que tantos males tem causado para o Povo de Cristo.A Deus seja a Glória! Para sempre!
Notas
1- http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u64373.shtml;
2- http://www.genizahvirtual.com/;
3- Doutrina Reta ou Ensino Correto;
4- Gálatas 2:9;
5- Bruce L. Shelley, História do Cristianismo ao alcance de todos, Shedd Publicações, 1998;
6- Não mencionei todas mas para saber mais sobre esse assunto acesse: http://www.icp.com.br/51materia3.asp;
7- A despeito disso vale recordar que, os “assembleianos” contribuem e muito, conforme as palavras do próprio pastor Carlos Moisés, para a propagação das idéias desta seita;
8- Com relação de eu utilizar os termos: Instituição Religiosa e Denominações Religiosas ao invés do termo Igreja se deve ao fato da palavra Igreja derivar etimologicamente da palavra Ekklésia e assim sendo é referida as Pessoas e não a Placa da denominação ou ao Prédio onde a Igreja se reúne.
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