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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Narcisismo “Gospel



Por Marcelo Milazzo
Quem já ouviu falar de Narciso? Pois é! De acordo com a mitologia greco-romana, Narciso foi um jovem que, por causa de uma maldição, se apaixonou pela própria imagem refletida na lagoa de Eco. A admiração pela própria imagem fazia Narciso pensar que era semelhante a um deus! Em sua mente, tudo girava em torno de sua beleza!
Parece-me que hoje, cada vez mais, as pessoas são encorajadas a olharem para si mesmas com os olhares de Narciso! Impressiona-me, por exemplo, como tudo gira em torno de entretenimento! Vale tudo para fazer as pessoas se sentirem bem, alegres e felizes, mesmo que isso aconteça às custas da realidade! Além disso, existe entre nós uma espécie de existencialismo barato, que faz com que o mundo em que vivemos seja o mundo da autoajuda e do estilo de vida baseado na busca pelo prazer, o que muitos confundem com felicidade.  O problema é que a moda pegou, e pegou muitos cristãos! Sim, os cristãos têm acreditado nessa mentira e, junto com os ímpios, fazem coro dizendo que “o que importa é a minha felicidade e nada mais”! Você já parou para ouvir os cânticos da moda? Já percebeu como eles disfarçadamente colocam o homem e suas necessidades no centro, ao invés da obra e pessoa de Cristo? Você já entrou numa livraria evangélica e viu quantos títulos existem tratando de autoajuda? O que dizer, por exemplo, da liturgia de algumas igrejas, que incentiva a sensualidade e a extravagância? E as pregações que tratam de “5 passos para felicidade” ou “8 passos para uma vida de sucesso”? Meus irmãos, a velha mentira (de que seríamos como deuses) faz mais parte da nossa realidade do que imaginamos!

Um antídoto contra o narcisismo gospel!

Deus nos fez para A Sua glória! (Is 43.7)

Ele é a medida de todas as coisas! Tudo o que existe, existe para que Ele seja magnificado e glorificado! Nada foge deste propósito! Assim, precisamos entender que não somos o centro do universo! Não nos bastamos! Não estamos aqui para encontrar a felicidade! Aliás, nenhuma perspectiva pode ser mais egocêntrica do que esta! Imagine que, harmoniosamente, todas as coisas no universo declaram a glória do grande Deus! Agora imagine que o homem, ao contrário de toda a criação, insiste em perceber o mundo a partir de si mesmo! Se Deus é incomparável e de valor inigualável, não percebê-lo como fonte e centro de toda a existência seria uma prova de imenso egoísmo.

A Bíblia não é um livro de autoajuda (2 Pe 1.19-21)

A Bíblia não é uma caixinha de promessas! A Bíblia não é uma espécie de amuleto ou tarô gospel, onde as pessoas, aleatoriamente (e misticamente), buscam uma palavra mágica! A Bíblia não é um livro de autoajuda comprometido com a minha satisfação e autoaceitação! Ao contrário, a Bíblia é a revelação de Deus, comprometida com a glória dEle! Na Bíblia, Deus revela a si mesmo (sozinhos não poderíamos compreendê-lo) a homens pecadores! Dessa forma, a Bíblia deve ser entendida como um todo, um todo que revela a Glória de um Deus que escolheu, por graça, redimir um povo por meio do Seu Filho. Assim, pregações como “5 passos para o sucesso” ou até “atitudes que liberam a benção” não fazem o menor sentido biblicamente, porque removem a pessoa e obra de Cristo do centro (ainda que textos bíblicos sejam usados) e colocam o homem! Portanto, nos coloquemos diante do Livro dos livros, entendendo que Deus é glorificado quando nós conhecemos e reconhecemos a Sua glória revelada em cada página dele! E sabemos que isto está acontecendo quando o resultado da nossa leitura bíblica nos faz estimar mais a Cristo e menos a nós mesmos!

Precisamos de uma perspectiva correta de nós mesmos! (Sl 139.13,14)

Preciso entender que o fato de ter sido criado à imagem e semelhança de Deus não me dá nenhuma prerrogativa para autoglorificação ou autogratificação! Muitas pessoas têm entendido esta cara doutrina de maneira equivocada! O fato de termos sido criados de forma admirável e assombrosa, aponta para a magnitude do Criador e não para a nossa, visto que todas as coisas têm como objetivo revelar a glória de Deus! Portanto, ao invés de dizer “amem-se” ou “valorizem-se”, o discurso deveria ser “valorizem a Deus por aquilo que vocês são, colocando à disposição dEle seus dons e talentos”! Percebe? Não precisamos nos sentir bem conosco mesmos! Precisamos é reconhecer que Deus já nos deu tudo o que precisamos em Cristo, e que se precisamos nos sentir bem conosco mesmos para sermos felizes e tudo o mais, estamos reconhecendo que estas coisas estão em nós e não em Cristo!

Apoiando o Jovem

O Ministério Fiel teve início com o trabalho missionário do Pr. Ricardo Denham e D. Pérola, quando deixaram os Estados Unidos para servirem ao Senhor no Brasil na década de 50. Ao perceberem a escassez e a baixa qualidade da literatura evangélica nos lugares por onde passaram, os Denham deram início ao trabalho de tradução e publicação de literatura cristã de qualidade, com o objetivo de contribuir para a boa formação teológica de pastores e líderes de fala portuguesa.
Queremos também contribuir com o jovem cristão, auxiliando-o na busca pelo crescimento espiritual. Para isso, publicaremos mais conteúdo direcionado para a juventude, através de postsescritos por pastores e líderes, servos humildes e fiéis do Senhor, que abordarão assuntos relacionados à vida cotidiana do jovem.
Que o Senhor use o Ministério Fiel como instrumento em Suas mãos para instruir e abençoar os nossos futuros líderes!

Publicado em: http://www.blogfiel.com.br/2013/02/narcisismo-gospel.html 

Rev. Hernandes Dias Lopes - Como identificar os falsos profetas

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

As raízes da adoração



Por Matt Chandler
Deus, somente Deus, é supremo. O Deus sobre o qual você encosta a face se estende a fins invisíveis e insondáveis. John Piper colocou desta maneira: “Quanto mais para cima você for nos pensamentos revelados de Deus, mais claro você enxergará o alvo de Deus ao criar o mundo, como sendo demonstrar o valor de sua própria glória”. Piper acrescenta ainda: “Este alvo nada mais é que a infinda e sempre crescente alegria do seu povo nessa glória”.10 Vemos isso também na Confissão de fé de Westminster: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”.
Chamamos tal gozo de “adoração”. Quando tal adoração for a atribuição de máximo valor a alguma pessoa ou coisa que não seja o único Deus trino do Universo, é idolatria. A raiz da adoração cristã, portanto, é reconhecer, submeter-se e ter prazer na supremacia da glória de Deus. Em todas as coisas.
Isso quer dizer, por exemplo, que Deus nos dá o dom do sexo, e é uma boa dádiva, mas não o dá para que nossa alegria se complete no próprio ato do sexo. Ele o deu para que sejamos sobrepujados pela bondade de Deus em nos dar tão excelente dádiva. A sexualidade não é um fim em si mesmo, nem um meio para a nossa glória. Foi-nos dada para que pudéssemos adorar a Deus. Semelhantemente, Deus nos deu os alimentos e o vinho não para que pudéssemos nos embriagar e enfastiar, nem para que não tivéssemos prazer neles, mas para que pudéssemos saborear um bocado de boa comida ou sorver um excelente vinho e, por meio deles, ter prazer em Deus. 1Timóteo 4.4 nos diz: “Pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável”. A adoração, quando vista dessa forma, é maior e mais abrangente do que apenas cantar alguns hinos no culto da igreja umas duas vezes por semana. É o modo de vida daqueles que estão apaixonados e encantados pela glória de Deus. Adoramos a Deus quando, ao compartilhar das suas boas dádivas, algo acontece nos recônditos mais profundos da alma, proibindo que a glória termine no dom em si ou em nosso prazer dele, mas corra mais fundo, estendendo àquele que tudo nos deu.
Sem um entendimento de Deus e sem adorá-lo dessa forma, tudo se torna superficial. Tudo – desde o jantar até o sexo, do casamento até aos filhos, do trabalho até às artes e a literatura – tudo fica superficial e trivial. Mas quando se compreende a força motriz por trás de todas as coisas, de repente há uma quantia eterna de alegria à nossa disposição, porque tudo que fazemos é iluminado e animado pela infinda glória do Deus eterno.
Você não precisa ser um profissional religioso para ver evidência dessa verdade. Se eu não fosse pastor que recebe pagamento para dizer essas coisas, mas apenas um estudante da humanidade, não poderia argumentar contra o fato de que todos nós fomos instalados, feitos, para a adoração. Não creio que seria difícil discutir que nossa adoração acaba sendo vaga e superficial.
Está sendo travada uma guerra, e boa parte do mundo se encontra em uma incrível confusão de pobreza, fome, inquietação cívica e violência. No entanto, se ligar a TV no noticiário, é mais provável que você escute falar das atividades diárias de estrelas populares e atores, ou quanto dinheiro ganha um atleta e quem ele namora no momento, do que qualquer coisa significativa. Com certeza, qualquer pessoa vê que nosso “interruptor de adoração” está sempre ligado, sintonizado a difusoras ridiculamente finitas. Homens adultos pintam o corpo e surfam número incalculável de sites da rede para seguir um time esportivo – emoção significativa derramada sobre as habilidades físicas infantis de um jogo. Vá a qualquer concerto e verá pessoas erguer espontaneamente as mãos, batendo palmas, fechando os olhos, sendo tocados espiritualmente pela música. As pessoas pescam ou fazem caminhadas para estar sintonizadas à natureza. Colocamos pôsteres em nossas paredes, adesivos em nossos carros, tatuagens sobre nossa pele, e drogas em nosso sistema. Fazemos todas essas coisas e outras semelhantes, derramando-nos automaticamente e com grande naturalidade, naquilo que está decadente. Queremos adorar alguma coisa. A adoração é uma reação nata. Fomos feitos pelo próprio Deus para sermos adoradores.

Trecho do livro “O Evangelho Explícito”, de Matt Chandler, Próximo lançamento da Editora Fiel.
Publicado em: http://www.blogfiel.com.br/2013/02/as-raizes-da-adoracao.html#more-5671

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Ateísmo simplista, dualismo ilógico ou cristianismo complicado?



Por C. S. Lewis

Pois bem, então o ateísmo é simplista. E vou lhes falar de outro ponto de vista igualmente simplista que chamo de "cristianismo água-com-açúcar". De acordo com ele, existe um bom Deus no Céu e tudo o mais vai muito bem, obrigado - o que deixa completamente de lado as doutrinas difíceis e terríveis a respeito do pecado, do inferno, do diabo e da redenção. 

Os dois pontos de vista são filosofias pueris. Não convém exigir uma religião simples. Afinal de contas, as coisas no mundo real são complexas. Parecem simples, mas não são. A mesa à qual estou sentado parece simples, mas peça a um cientista que diga do que ela é realmente feita: você ouvirá uma longa história a respeito dos átomos e de como as ondas luminosas refletem-se neles e chegam ao nervo óptico, provocando um efeito no cérebro. Assim, o que chamamos de "enxergar a mesa" nos leva a mistérios e complicações aparentemente inesgotáveis. Uma criança que faz uma oração infantil é algo singelo. Se você estiver disposto a parar por aí, ótimo. Mas, se você não se contentar com isso (coisa que acontece bastante no mundo moderno) e quiser levar avante o questionamento sobre o que realmente acontece, tem de estar preparado para enfrentar dificuldades. Se exigimos algo que vá além da simplicidade, é tolice nos queixarmos de que esse algo a mais não é simples. 

Com muita freqüência, entretanto, esse procedimento tolo é adotado por pessoas que não têm nada de tolas, mas que, consciente ou inconscientemente, querem destruir o cristianismo. Essas pessoas apresentam uma versão da religião cristã própria para crianças de seis anos e fazem dela o objeto de seu ataque. Quando tentamos explicar a doutrina cristã tal como é entendida por um adulto instruído, elas se queixam de que estamos dando um nó na cabeça delas, de que tudo o que dizemos é complicado demais e de que, se Deus realmente existisse, teria feiro a "religião" simples, pois a simplicidade é bela, etc. Esteja sempre em guarda contra este tipo de gente, sujeitos que trocam de argumento a cada minuto e só nos fazem perder tempo. 

Note o absurdo da ideia de um Deus que "faz uma religião simples": como se a "religião" fosse algo inventado por Deus, e não a sua afirmação de certos fatos inalteráveis a respeito de sua própria natureza. A experiência me diz que a realidade, além de complicada, é quase sempre estranha. Não é precisa, nem óbvia, nem previsível. Por exemplo, quando você descobre que a Terra e os outros planetas giram em torno do Sol, pensa naturalmente que todos os planetas devem se comportar da mesma maneira, que são separados por distâncias iguais ou distâncias que aumentam proporcionalmente, ou que devem aumentar ou diminuir de tamanho à medida que se afastam do Sol. No entanto, não encontramos nem métrica nem método (que possamos compreender) nos tamanhos ou nas distâncias. Além disso, alguns planetas possuem uma lua; outros, quatro; alguns, nenhuma; e um planeta tem um anel. 

A realidade, com efeito, é algo que ninguém poderia adivinhar. Este é um dos motivos pelo qual acredito no cristianismo. E uma religião que ninguém poderia adivinhar. Se ela nos oferecesse o tipo de universo que esperaríamos encontrar, eu acharia que ela havia sido inventada pelo homem. Porém, a religião cristã não é nada daquilo que esperávamos; apresenta todas as mudanças inesperadas que as coisas reais possuem.

Deixemos de lado, portanto, todas as filosofias pueris e suas respostas simplistas. O problema não é nada simples, e a resposta tampouco. E qual é o problema? E um universo cheio de coisas evidentemente más e aparentemente sem sentido, mas que ao mesmo tempo contém criaturas como nós, que têm a consciência dessa maldade e desse absurdo. Existem só dois pontos de vista que conseguem contemplar todos esses fatos. Um deles é o cristianismo, segundo o qual estamos num mundo bom que se perdeu, mas que ainda assim conserva a memória de como deveria ser. O outro ponto de vista chama-se dualismo. 

Dualismo é a crença de que, na raiz de todas as coisas, há duas forças iguais e independentes, uma delas boa, a outra má. O universo é o campo de batalha no qual travam uma guerra sem fim. Creio que, ao lado do cristianismo, o dualismo é a crença mais viril e sensata existente no mercado. Porém, traz em si uma armadilha. Os dois poderes, ou espíritos, ou deuses - o bom e o mal - são tidos como independentes um do outro. Ambos existem eternamente. Nenhum deles gerou o outro, nenhum deles tem mais direito que o outro de chamar a si mesmo de "Deus". Cada um deles, presumivelmente, considera a si mesmo o Bem, e ao outro, o Mal. Um deles aprecia o ódio e a crueldade; o outro, o amor e a misericórdia; e cada qual sustenta sua própria visão das coisas. 

No entanto, o que temos em mente quando chamamos um deles de Poder Benigno, e o outro, de Poder Maligno? Talvez queiramos dizer simplesmente que preferimos um ao outro — como alguém pode preferir uma cerveja a um vinho doce; ou então queiramos dizer que o que quer que cada um deles pense a seu respeito, e independentemente de nossas preferências humanas imediatas, um deles está efetivamente errado, enganado ao se considerar benigno. Ora, se tudo o que queremos dizer é que preferimos o primeiro poder, temos de desistir definitivamente dessa conversa de Bem e de Mal, pois o Bem é aquilo que devemos preferir quaisquer que sejam os nossos sentimentos momentâneos. Se "ser bom" significasse apenas aderir ao lado que por acaso nos agrada, o Bem não mereceria ser chamado assim. Logo, o que queremos dizer é que um dos poderes está errado, enquanto o outro está certo. 

Mas no momento em que dizemos isto, insere-se no universo um terceiro fator, distinto dos outros dois poderes: uma lei, ou padrão, ou regra geral do Bem à qual o primeiro poder se submete, e o outro, não. Se os dois poderes são julgados por esse padrão, então o próprio padrão ou o Ser que o criou está além e acima de qualquer um dos poderes. E ele o Deus verdadeiro. Na realidade, quando dizemos que um poder é bom e o outro é mau, entendemos que um está em relação harmoniosa com o Deus verdadeiro e supremo, e o outro, não.

C. S. Lewis
Cristianismo puro e simples
Via: Cinco Solas
Divulgação: Bereianos

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

PARTINDO CORAJOSAMENTE.




Por: Diogo Henrique de Sá

“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva; No dia em que tremerem os guardas da casa, e se encurvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas; E as portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se abaterem. Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço, E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Eclesiastes 12:1-7)
Embora tenha escolhido este texto por ter tudo a ver com o nosso tema, não vou fazer uma pregação expositiva sobre ele, o que eu prefiro, vou me deter no tema já que essa é a minha proposta. Porém o que podemos abstrair deste texto é que devemos nos lembrar do criador, antes que a vida seja extinta.
Imagine que após alguns exames médicos de rotina você ouça o seguinte diagnóstico médico: “Senhor(a), lamento lhe dizer mas lhe restam somente 30 dias de vida.” O que você faria com o tempo que lhe resta?
Muita gente teme a morte, na verdade, Paulo afirma em 1º Cor 15:26, que o último inimigo do homem é a morte. Ela está relacionada com a dor, a separação. Ela mexe com a nossa imaginação, sobretudo devido a todo o mistério nela envolvido (pessoas que morrem têm o péssimo costume de não retornar para contar como é do outro lado). Porém esta é a sina de todos os homens conforme Hebreus 9:27: E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,. A Bíblia nos fala de pessoas que viveram centenas de anos, mas todas elas por fim morreram, é a conseqüência do pecado conforme Genesis 3:19: No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.” E ao menos que Cristo corrija esse curso, todos fatalmente morreremos.
            No entanto, nós não somos como os demais homens, nós temos uma viva esperança de que se morrermos, Cristo nos ressuscitará na sua vinda (1ª Tes 4:13-18), além disso conforme o Apóstolo Paulo em Filipenses 1:21-23, a morte tem o desejável poder de nos levar a presença de Cristo. E o que poderia ser melhor, o que poderia ser mais desejável para um cristão autêntico.
            A proposta dessa mensagem é nos desafiar a pensar sobre a brevidade de vida. O que faríamos se um diagnóstico médico nos desse trinta dias de vida? Eu certa vez recebi um diagnóstico assim. Em janeiro de 2007, eu então com 26 anos de idade, fui acometido de um pneumotórax espontâneo, que foi tardiamente identificado. O parecer médico me dava alguns minutos de vida. Porém 21 dias internado e três cirurgias depois eu permaneço vivo. Mas eu não tive medo, a certeza de que se eu morresse estaria com Cristo, por si só, já me era consolo suficiente.

            “Lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade....”
            Na verdade, a forma que eu vivo determina a maneira que eu encaro a morte. Se eu descobrisse que eu só teria um mês de vida, eu sei o que eu faria. Reuniria meus filhos e gastaria cada minuto que me resta para tornar Jesus totalmente glorioso aos olhos deles, gastaria todas as minhas forças para tornar Cristo desejável e maravilhoso aos olhos de quantas pessoas eu pudesse. Nós perdemos muito tempo com coisas efêmeras, quando só uma coisa basta, que é ficar aos pés de Cristo, Maria entendeu isso (Luc. 10:41). Mas por que só tomar essa atitude sobre a pressão dos trinta dias? Por que não gasto todos o meu tempo para tornar Cristo totalmente glorioso na vida das pessoas a minha volta? Por que isso não é uma práxis da minha existência?
A reflexão mais importante que podemos tirar disso tudo é: Eu tenho vivido para a glória de Deus? Paulo nos diz em 1º Coríntios 10:31 que: “quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.. Nossa vida resplandece a glória de Cristo? As pessoas podem ver Cristo em nossas atitudes? Se nas coisas mais básicas da vida que é comer e beber devemos glorificar a Deus, imagine no resto. Mas será que as pessoas podem olhar aquilo que você e eu comemos e podem glorificar a Deus? Elas podem glorificar a Deus ao ver aquilo que bebemos? Elas podem glorificar a Deus ao ver nossas atitudes? Se não, há algo de muito errado em nossas vidas.
Isso é muito importante, e eu vivo me esquecendo disso. Escute o que eu vou dizer: A vida só é vivida e experimentada ao máximo se ela serve de Glória para Deus. Se não é o caso, estamos em grande risco agora mesmo, isso porque não temos garantias de que chegaremos ao fim desse texto. Se temos vivido de forma egoísta e pecaminosa, está explicito de que nunca nascemos de novo. E se não nascemos de novo estamos perdidos, condenados. Jesus diz que é pelos frutos que se conhece a árvore (Mateus 7:16-20). Que frutos temos produzido? As pessoas podem ver o fruto do Espírito em nossas atitudes? Em nosso falar? Elas podem ver em nós o amor, a alegria, a paz, a paciência, a bondade, a retidão e a fidelidade?  Paulo nos aconselha que se isso não pode ser visto em nossa vida que preguemos nossos maus desejos naturais na cruz de Cristo (Gal. 5:22-24).
Aliás isso nos lembra que se não amarmos mais a Jesus do que a nos mesmos não teremos vida eterna. Você e eu amamos a Jesus? Façamos um teste: Quanto tempo você gasta diariamente com a leitura da Bíblia? Quanto tempo gasta em oração? Qual é o seu desejo de conhecer a Cristo, você se interessa pelo estudo da Palavra de Deus? Qual a sua freqüência na escola bíblica? Se você gasta pouco tempo com Deus, é porque o ama pouco.
O conselho de Deus para nós é que nos convertamos a ele, que nos humilhemos diante dele, que rasguemos não nossas roupas, mas nossos corações de vergonha e contrição, que haja quebrantamento em nós. Que nos encaremos como somos: vis, pecadores, miseráveis, cheios de justiça própria que para Deus não passa de trapo de imundícia. Devemos converter a Deus de todo o nosso coração; “e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.
E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal
(Joel 2:12-13). Precisamos urgentemente de Deus.
Quero fazer outra consideração com vocês, a Bíblia diz que estamos entregues a morte todos os dias (Rom. 8:36). Devemos viver todos os dias como se fosse o último. E como estamos para nos encontrar com Deus? A vida que levamos é de alguém que está pronto para vida eterna? Ou o que nos aguarda são as pavorosas chamas infernais? O pior do inferno não é o tormento, o pior é que quem estiver lá, jamais terá um único vislumbre de Deus. Durante toda a eternidade, nada de Deus

“...E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.
Aqueles que já nasceram de novo, não temem a morte, pois já morreram a muito tempo. Em Gálatas 2:20 está escrito: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”  Ou seja, nossa vida acabou na cruz e agora é Jesus que anima nossos corpos. É ele que vive em nós. Porém enquanto vivemos que Cristo resplandeça em nós, que Cristo seja totalmente glorificado em nossas vidas.
Se nós mudarmos, se nos convertermos a Cristo de todo o nosso coração, muita coisa o Espírito Santo irá mudar. Mas poderemos dizer como Paulo ao final de nossa vida: “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo.
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” 
(2 Timóteo 4:6-8). E corajosamente deixemos esse mundo em busca da verdadeira vida.
Com relação a partirmos corajosamente desta vida, me vem a lembrança dois livros que li: A Viagem do Peregrino da Alvorada, e A Peregrina. Na viagem do Peregrino da Alvorada, eu me lembro de Ripchip, o rato, que afirma categoricamente que seu maior desejo é entrar no País de Aslam. E na Peregrina no ultimo capítulo quando os personagens estão atravessando o rio sem ponte, todos eles afirmam categoricamente que o que lhes espera é muito melhor do que tudo que aqui existe. E é isso que aguardo constantemente, o maravilhoso momento do meu encontro com meu salvador Jesus Cristo.