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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A SUPREMA LINHA DA HISTÓRIA

Rubinho Pirola

            Nós sempre fomos acostumados a contar a história da salvação pelo lado do imprevisto, do acidente de percurso na história da humanidade, à partir de uma ótica bem nossa: Deus que é bom, criou o homem à sua imagem e semelhança, livre, sem pecado e, por obra desta criatura, desobedeceu ao Criador, comendo do que não devia - a árvore proibida - e dançou.

              Em suma, de nós homens correndo e Deus, correndo - mais ainda - atrás do prejuízo que fabricamos.

              Deus, sem saber o que fazer, pensamos nós, mesmo sem ser assim tão explícito - ficou agoniado, posto em cheque - e, furioso, expulsou o sujeito e a esposa do paraíso.

              Essa é a nossa versão. Há ainda os que afirmam com toda a sua razão e convicção "teológica", que Deus, para resolver a situação, ou remediá-la, tentou de várias maneiras a coisa: Primeiro pelos patriarcas, pelos profetas, pela lei, etc... até que (ufa!) aparece Cristo na parada (no fim das tentativas e não como primeira e única opção) e põe de novo as coisas nos seus lugares.

              Vai dai, que, não bastasse uma porção de cristãos viverem sobressaltados com os prováveis imprevistos da vida, achando-se à mercê de si mesmos e da sorte, com um Deus assentado no alto e sublime trono a assistir toda a tragédia, à espera e Ele próprio, à mercê desse homem e da sua performance, vêm os pensadores a questionarem toda a bagunça.

              Dentre esses, Saramago, o Nobel, expoente maior da literatura portuguesa dos nossos dias a tocar dedo na ferida da cristandade.

              Se Deus é bom, porque não pôs Ele guardas, miríades de anjos e arame farpado à volta da bendita - ou, no caso, maldita - árvore? Se é que o Altíssimo é onisciente, porque não impediu Ele o homem de tal crime para depois ter de o castigar?

              Toda essa coisa, fica mais claro, notássemos nós os textos sagrados todos ao invés de retermos-nos em apenas alguns.

               Pela mesma razão, acrescentaria eu ao escritor português - aprouve a Deus também "oferecer Cristo antes da fundação do mundo, antes que qualquer pecado fosse cometido". Ou seja,... havia - e há - um plano maior que nos escapa aos olhos, um plano "bom, perfeito e agradável" em marcha.

               (1Pe 1:18-20) - "Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós."

               (Ap 13:8) - "E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo."

               Deus estabeleceu todas as coisas, lá no princípio dos princípios, para fazer convergir em Cristo todas as coisas. Ele é quem mantém inclusive cada um de nós existindo, mesmo apesar da morte espiritual a que fomos sujeitos.

               O que precisamos nos lembrar, à luz dessas escrituras, é que nada, nem ninguém, nem coisa alguma é capaz de surpreender a Deus, nem nunca o pegamos de surpresa com os nossos atos - dos quais somos responsáveis - andando, nos movendo e existindo em Cristo, intermediando de um lado a santidade de Deus e, de outro, a nossa miséria.

                Em toda essa história, vemos o Cordeiro, que estava lá, sem o qual, "nada do que foi feito se fêz", sendo parte da construção, o modelo e o mantenedor, o promotor da unidade e o cabeça capaz de conduzí-la ao propósito de toda a raça humana, esse, justamente, traçado lá na eternidade, antes de todas as coisas.

                “Este (Cristo) é a imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.” Cl 1:15-17

                 O que aprendo com tudo isso?

                 •Fomos criados por Deus e para Ele, tendo como modelo e alvo, Cristo;

                 •Tenho de saber que nada do que me acontece, escapa das mãos de Deus, nem as coisas agradáveis, nem as outras.


                •Que nas horas mais difíceis da minha vida, Deus estava soberano, dando continuidade à uma história maravilhosa de amor, perfeita em todos os detalhes

                 •Não há glória nenhuma em nós, mas em Deus que nos mantém e ajuda a viver o Seu plano;

                  •E que vivemos pela graça e a graça aponta para Cristo e isso, deve gerar em nós gratidão e submissão.

                  Olhando por esse prisma, mesmo com a tragédia do Éden, a vida que Deus nos chama a viver torna tudo diferente.

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ubinho é outro dos criminosos que insistem em pensar no Genizah. Apesar de tanta bagunça à sua volta, ainda se considera um missionário esperançoso no que Deus é capaz de fazer no meio de todos nós - inclusive ele próprio - tendo tudo debaixo das Suas mãos.

POST. PUBLICADO EM http://www.genizahvirtual.com/

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