Por: Diogo Henrique de Sá
“Lembra-te também do teu
Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os
anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; Antes que se
escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens
depois da chuva; No dia em que tremerem os guardas da casa, e se encurvarem os
homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os
que olham pelas janelas; E as portas da rua se fecharem por causa do baixo
ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se
abaterem. Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no
caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite;
porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando
pela praça; Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e
se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço, E o pó
volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Eclesiastes 12:1-7)
Embora
tenha escolhido este texto por ter tudo a ver com o nosso tema, não vou fazer
uma pregação expositiva sobre ele, o que eu prefiro, vou me deter no tema já
que essa é a minha proposta. Porém o que podemos abstrair deste texto é que
devemos nos lembrar do criador, antes que a vida seja extinta.
Imagine
que após alguns exames médicos de rotina você ouça o seguinte diagnóstico
médico: “Senhor(a), lamento lhe dizer mas lhe restam somente 30 dias de vida.”
O que você faria com o tempo que lhe resta?
Muita gente teme a morte, na verdade, Paulo afirma em 1º Cor 15:26, que
o último inimigo do homem é a morte. Ela está relacionada com a dor, a
separação. Ela mexe com a nossa imaginação, sobretudo devido a todo o mistério
nela envolvido (pessoas que morrem têm o péssimo costume de não retornar para
contar como é do outro lado). Porém esta é a sina de todos os homens conforme
Hebreus 9:27: “E, como aos homens está ordenado
morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,”. A Bíblia nos fala de pessoas que viveram centenas de anos, mas todas
elas por fim morreram, é a conseqüência do pecado conforme Genesis 3:19: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te
tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te
tornarás.” E ao menos que Cristo corrija esse curso, todos fatalmente morreremos.
No entanto, nós não
somos como os demais homens, nós temos uma viva esperança de que se morrermos,
Cristo nos ressuscitará na sua vinda (1ª Tes 4:13-18), além disso conforme o
Apóstolo Paulo em Filipenses 1:21-23, a morte tem o desejável poder de nos
levar a presença de Cristo. E o que poderia ser melhor, o que poderia ser mais
desejável para um cristão autêntico.
A proposta dessa mensagem
é nos desafiar a pensar sobre a brevidade de vida. O que faríamos se um
diagnóstico médico nos desse trinta dias de vida? Eu certa vez recebi um
diagnóstico assim. Em janeiro de 2007, eu então com 26 anos de idade, fui
acometido de um pneumotórax espontâneo, que foi tardiamente identificado. O
parecer médico me dava alguns minutos de vida. Porém 21 dias internado e três
cirurgias depois eu permaneço vivo. Mas eu não tive medo, a certeza de que se
eu morresse estaria com Cristo, por si só, já me era consolo suficiente.
“Lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade....”
Na verdade, a forma que
eu vivo determina a maneira que eu encaro a morte. Se eu descobrisse que eu só
teria um mês de vida, eu sei o que eu faria. Reuniria meus filhos e gastaria
cada minuto que me resta para tornar Jesus totalmente glorioso aos olhos deles,
gastaria todas as minhas forças para tornar Cristo desejável e maravilhoso aos
olhos de quantas pessoas eu pudesse. Nós perdemos muito tempo com coisas
efêmeras, quando só uma coisa basta, que é ficar aos pés de Cristo, Maria
entendeu isso (Luc. 10:41). Mas por que só tomar essa atitude sobre a pressão
dos trinta dias? Por que não gasto todos o meu tempo para tornar Cristo
totalmente glorioso na vida das pessoas a minha volta? Por que isso não é uma
práxis da minha existência?
A reflexão mais importante que podemos tirar disso tudo
é: Eu tenho vivido para a glória de Deus? Paulo nos diz em 1º Coríntios 10:31
que: “quer comais quer bebais, ou façais outra
qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.”. Nossa vida resplandece a glória de Cristo? As pessoas podem ver Cristo
em nossas atitudes? Se nas coisas mais básicas da vida que é comer e beber
devemos glorificar a Deus, imagine no resto. Mas será que as pessoas podem
olhar aquilo que você e eu comemos e podem glorificar a Deus? Elas podem
glorificar a Deus ao ver aquilo que bebemos? Elas podem glorificar a Deus ao
ver nossas atitudes? Se não, há algo de muito errado em nossas vidas.
Isso é muito importante, e
eu vivo me esquecendo disso. Escute o que eu vou dizer: A vida só é vivida e
experimentada ao máximo se ela serve de Glória para Deus. Se não é o caso,
estamos em grande risco agora mesmo, isso porque não temos garantias de que
chegaremos ao fim desse texto. Se temos vivido de forma egoísta e pecaminosa,
está explicito de que nunca nascemos de novo. E se não nascemos de novo estamos
perdidos, condenados. Jesus diz que é pelos frutos que se conhece a árvore
(Mateus 7:16-20). Que frutos temos produzido? As pessoas podem ver o fruto do
Espírito em nossas atitudes? Em nosso falar? Elas podem ver em nós o amor, a
alegria, a paz, a paciência, a bondade, a retidão e a fidelidade? Paulo nos aconselha que se isso não pode ser
visto em nossa vida que preguemos nossos maus desejos naturais na cruz de
Cristo (Gal. 5:22-24).
Aliás isso nos lembra que se não amarmos mais a Jesus do que a nos
mesmos não teremos vida eterna. Você e eu amamos a Jesus? Façamos um teste:
Quanto tempo você gasta diariamente com a leitura da Bíblia? Quanto tempo gasta
em oração? Qual é o seu desejo de conhecer a Cristo, você se interessa pelo
estudo da Palavra de Deus? Qual a sua freqüência na escola bíblica? Se você
gasta pouco tempo com Deus, é porque o ama pouco.
O conselho de Deus para nós é que nos convertamos a ele, que nos
humilhemos diante dele, que rasguemos não nossas roupas, mas nossos corações de
vergonha e contrição, que haja quebrantamento em nós. Que nos encaremos como
somos: vis, pecadores, miseráveis, cheios de justiça própria que para Deus não
passa de trapo de imundícia. Devemos converter a Deus de todo o nosso coração; “e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.
E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Joel 2:12-13). Precisamos urgentemente de Deus.
E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Joel 2:12-13). Precisamos urgentemente de Deus.
Quero fazer outra
consideração com vocês, a Bíblia diz que estamos entregues a morte todos os
dias (Rom. 8:36). Devemos viver todos os dias como se fosse o último. E como
estamos para nos encontrar com Deus? A vida que levamos é de alguém que está
pronto para vida eterna? Ou o que nos aguarda são as pavorosas chamas
infernais? O pior do inferno não é o tormento, o pior é que quem estiver lá,
jamais terá um único vislumbre de Deus. Durante toda a eternidade, nada de Deus
“...E o pó volte à terra,
como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.”
Aqueles que já nasceram de
novo, não temem a morte, pois já morreram a muito tempo. Em Gálatas 2:20 está
escrito: “Já estou crucificado com Cristo; e
vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne,
vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por
mim.” Ou seja, nossa
vida acabou na cruz e agora é Jesus que anima nossos corpos. É ele que vive em
nós. Porém enquanto vivemos que Cristo resplandeça em nós, que Cristo seja
totalmente glorificado em nossas vidas.
Se nós mudarmos, se nos
convertermos a Cristo de todo o nosso coração, muita coisa o Espírito Santo irá
mudar. Mas poderemos dizer como Paulo ao final de nossa vida: “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de
sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo.
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” (2 Timóteo 4:6-8). E corajosamente deixemos esse mundo em busca da verdadeira vida.
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” (2 Timóteo 4:6-8). E corajosamente deixemos esse mundo em busca da verdadeira vida.
Com relação a partirmos corajosamente
desta vida, me vem a lembrança dois livros que li: A Viagem do Peregrino da Alvorada,
e A Peregrina. Na viagem do Peregrino da Alvorada, eu me lembro de Ripchip, o rato,
que afirma categoricamente que seu maior desejo é entrar no País de Aslam. E na
Peregrina no ultimo capítulo quando os personagens estão atravessando o rio sem
ponte, todos eles afirmam categoricamente que o que lhes espera é muito melhor do
que tudo que aqui existe. E é isso que aguardo constantemente, o maravilhoso momento
do meu encontro com meu salvador Jesus Cristo.